LS:
Você é burra ou se faz de, Sara? Não lhe disse que corro perigo? Você, querendo
ou não, é minha filha e eu sou sua mãe, avó de seu filho. Não quer que dizimem
com sua família, não é?
SS:
Eu ainda tenho meu irmão...
Laura
ficou calada quando Sara mencionou Sam Sidle. Não iria lhe contar que ele
estava morto. Era apenas um de vários mistérios que a rondavam.
LS:
Eu imploro, Sara...
SS:
Está bem. Vou me trocar e pegarei a chave do carro.
Enquanto
se trocava, Sara pensava em uma forma de deixar Laura em qualquer canto e
voltar rapidamente para casa.
SS:
Podemos ir.
LS:
Ótimo!
Enquanto
Sara dirigia, Laura prestava atenção na expressão da filha. Sara sentia que
estava sendo observada e ficou gelada. De repente, foi surpreendida pela
própria mãe:
LS:
Leve este carro para o leste – disse, apontando uma arma para a própria filha.
SS:
Como é?!
LS:
Insisto: você é burra, Sara Sidle?!
SS:
O que você realmente quer de mim? Fazer comigo o que fez com meu pai?
LS:
E seu irmão também!
SS:
Você... você matou Sam?
LS:
Pelo visto não lhe contaram de quem era o corpo encontrado no carro de seu
amado Gilbert Grissom...
Sara
olhava para a mãe com lágrimas nos olhos e muita raiva.
SS:
Como você pôde ser tão cruel, Laura?
LS:
Dirija esse carro e cale a boca, antes que eu atire em você!
Sara
continuava planejando se safar daquela situação, e iria usar toda sua
perspicácia para sair daquela e proteger sua vida e a de seu bebê. Enquanto
isso, no lab, Nick deu uma informação bombástica a Grissom:
NS:
Descobri uma coisa que vai mudar o rumo das investigações.
GG:
O que foi, Nick?
NS:
Consegui as fitas das câmeras de segurança da rua de Sara e consegui a imagem
de uma pessoa mexendo em seu carro, algumas horas antes das explosões.
Nick
passou o envelope com as fotos e Grissom olhou fixamente para a imagem da
pessoa.
GG:
Essa pessoa não me é estranha. Onde é que eu já a vi antes?
CW:
Você chegou a dizer que a mãe de Sara a tinha visitado...
GG:
É isso! Esta é Laura Sidle, mãe de Sara!
WB:
Então foi ela quem sabotou seu carro e matou o próprio filho?! Que loucura!
GG:
Preciso falar com Sara! Pode ser que essa doida volte por lá.
Grissom
discou para o celular da mulher e nada. Desligado. Ligou para casa. Ninguém
atendeu.
GG:
Sara não atende!
CW:
Verificou se ela está de carro? De repente ela saiu...
GG:
Vou pedir para o Archie rastrear o veículo.
O
supervisor foi até a sala de áudio e ficou lá com o funcionário, para localizar
o carro de Sara.
A:
Localizei o carro de Sara!
GG:
Onde está?
A:
Estão passando pela Vecchio Bridge.
Grissom
saiu apressado da sala e reuniu a equipe. Em pouco tempo eles chegaram à Vecchi
Bridge. Imediatamente repararam que uma das grades de proteção estava
destruída.
NS:
Sinais de derrapamento. Algum carro derrapou, ou tentou frear e acabou
atravessando a grade de proteção da ponte.
CW:
Terá sido o carro de Sara?
GG:
Não quero pensar nisso, Catherine!
A
equipe permaneceu periciando o trecho acidentado da ponte, e o coração de
Grissom parecia ter sido arremessado no rio também. Onde estaria Sara?
CW:
Será que ela...?
NS:
Nem pense numa coisa dessas, Cath!
Grissom
ligou para Brass, que veio com seus homens e mergulhadores profissionais.
JB:
Se o carro caiu nessa área, os corpos devem estar, se não presos ao carro, aqui
perto mesmo, até porque a correnteza deste rio não está forte.
GG:
Não quero pensar nessa possibilidade, Jim!
JB:
Mas tem de pensar. Uma queda dessa altura dentro de um veículo é quase mortal,
ainda mais com Sara estando grávida. Os mergulhadores vão procurar por
evidências. O problema será a escuridão, mas creio que os equipamentos que
trouxeram conseguirão localizar o carro.
Grissom
e os csi’s permaneceram em silêncio e apreensivos enquanto os mergulhadores
buscavam por qualquer pista do paradeiro de Sara. Quando eles gritaram dizendo
que haviam localizado o veículo, todos ficaram ainda mais apreensivos. A
máquina que auxiliava a resgatar veículos do fundo de rios conseguiu trazer à
tona o carro da perita. Um
dos policiais que estava perto quando o carro veio para a margem do rio gritou
falando sobre um corpo dentro do veículo. Grissom e os outros correram para lá
e, para alivio geral, não era Sara.
CW:
É a...
GG:
Mãe de Sara.
NS:
Será que ela conseguiu se soltar do carro?
Grissom
não conseguia falar nada. Mas como no amor milagres costumam acontecer, ele
ouviu um grito vindo do longe.
GG:
Um momento, pessoal! Por favor, fiquem em silêncio um minuto. Estou ouvindo
voz!
Todos
ficaram em silêncio e assim, puderam ouvir o grito que vinha de longe.
GG:
Sara?!
NS:
Sara?
Grissom
olhou ao redor e avistou, do outro lado do rio, em meio aos arbustos, sua
amada, sã e salva!
GG:
Sara! Fique aí, vou resgatá-la!
Grissom
subiu no barco a motor dos mergulhadores e foi até onde ela estava. O
reencontro foi emocionante! Beijos e abraços, sem se importar que ela estava
ensopada – estava viva e bem, era o que realmente importava!
GG:
Oh céus, Sara, você está bem?
SS:
Estou, querido... estou.
GG:
E o nosso bebê? Por Deus, amor, vocês dois poderiam ter morrido! O que aquela
maluca da sua mãe tentou com você?
SS:
Apenas me matar. Mas como uma csi, sabia perfeitamente como me portar em uma
situação desse tipo.
GG:
Mas como você pôde saltar de uma altura desse tipo estando grávida?
SS:
De fato, eu saltei, mas já estava fora do carro. Azar o de Laura, que não sabia
nadar. Mas era ela ou eu. E consegui nadar até a margem.
GG:
Você é mais inteligente e esperta do que eu pensava!
SS:
É a lei da sobrevivência, não se esqueça disso.
GG:
Vamos, agora vai ficar tudo bem. Vou acompanhá-la até o Desert Palm para ver se
está tudo bem com você e o nosso filho.
Sara
sorriu e os dois retornaram à margem onde os outros csi’s estavam. Sara foi levada
para o hospital, com Grissom junto, e Laura Sidle foi para a sala de Robbins. A
coragem de Sara salvou a vida do bebê que ela carregava, e assim, ela pôde ver
sua barriga crescer e sentir o filho dar seus sinais de vida, chutando em seu
ventre. Os
enjôos haviam passado, e agora ela trabalhava com mais disposição. Mesmo sendo
um homem maduro, quando se tratava da gravidez da mulher, Grissom ficava meio
perdido. Quem tinha de socorrer o casal com alguma ajuda era Catherine,
experiente na arte de ser mãe. Aos nove meses, já de licença-maternidade, Sara
continuava linda e magra. Não engordara muito, e sua barriga estava pontudinha.
Ela e Grissom estavam no céu, pois o bebê era um menino. Em casa, ele sempre
ficava ao lado dela, acariciando a barriga que fizera crescer.
GG:
Estou tão feliz com a chegada do nosso garoto que me sinto um outro homem,
honey!
SS:
Também tenho me sentido uma nova mulher, Griss... Essa coisa de ser mãe mexe
mesmo com a mulher. Eu não fazia noção de nada disso, mas a Cath me disse que
eu sentiria uma grande alegria, me sentiria mais poderosa... Disse que ser mãe
é uma grande dádiva.
GG:
Concordo! Você está ainda mais bonita, e vê-la carregando outra vida me deixa
realizado. Acho que, como homem, estou completo; tenho uma mulher maravilhosa
que vai me dar um filho saudável e antes mesmo de nascer tão corajoso!
Os
dois sorriram e Grissom continuou a massagear a enorme barriga de Sara.
0 comentários:
Postar um comentário