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Dolorosa separação - cap. 9


CW: Claro, mas... aconteceu alguma coisa?
SS: Quero falar sobre uma coisa com vocês.
CW: Está me assustando.
SS: Não se assuste. Não é nada grave. Bom, preciso ir. Até mais!
CW: Até.

Sara pegou seu carro e dirigiu para casa. Durante o trajeto, olhava a rua e se lembrava de Grissom. De cada coisa. De cada detalhe. De cada doce sorriso que ele lhe dava. De cada toque gostoso em seu corpo. De cada beijo quente... de cada transa maravilhosa. Uma música triste tocava na rádio naquele momento. Era exatamente o que ela, Sara, estava querendo dizer a Grissom naquele momento.

“Olha dentro dos meus olhos
Vê quanta tristeza de chorar por ti, por ti
Olha eu já não podia mais viver sozinha
E por isso eu estou aqui
De saudade eu chorei e até pensei que ia morrer
Juro que eu não sabia
Que viver sem ti eu não poderia                                                                 Olha, quero te dizer todo aquele pranto
Que chorei por ti, por ti
Tinha uma saudade imensa de alguém que pensa
E morre por ti...”

Enquanto Sara suspirava de saudade, alguém tentava invadir seu apartamento. Grissom percebeu o perigo e imediatamente foi pra lá antes que ela chegasse e desse de cara com o bandido. Quando chegou, o sujeito estava tentando abrir a porta do apartamento. Com a força do pensamento (o que lhe restara), Grissom conseguiu empurrar fortemente o marginal, que caiu para trás, sem entender nada.

GG: Deixe Sara em paz, entendeu? Deixe-a em paz! – enfureceu-se.

Tremendamente assustado, o sujeito saiu correndo. Poucos minutos depois, Sara chegou em casa. O mesmo silêncio, a mesma solidão. Quando ela foi se banhar, Grissom foi junto e a dor de não mais poder tocá-la voltou com força. Como amava aquele corpo branquinho, magro – estava bem mais, com os ossos quase à mostra... Lembrava-se de cada noite de amor com Sara, de cada beijo, de cada orgasmo, de cada respiração ofegante... de cada palavra de amor. A perita caminhou nua até o quarto. Hank, o cão, gostava dela, mas sentia falta do dono, e ficava mais quieto em um canto qualquer. Grissom sentia pelo cão, que sempre fora seu companheiro e amigo. Sabia que a amada sempre cuidaria bem dele, mas sabia também que Hank precisava dele. Sara ficou algum tempo olhando-se no espelho. Viu as mudanças no aspecto físico, como olheiras e tristeza evidente.

SS: Estou um bagaço!
GG: Está linda como sempre, honey. Só quero que tire essa tristeza de seu rosto lindo, não combina com você.

Ainda nua, Sara fez um auto-exame. Tocou os seios, que andavam doloridos, e os quadris estreitos, cada vez mais ossudos. As pernas brancas e compridas também tinham aspecto esquelético, de tão magras.

SS: Mais um pouco e eu desapareço! Estou muito magra!

Suspirou e em seguida vestiu-se. A campainha tocou.

SS: Ué, quem pode ser? Catherine ficou de vir mais tarde apenas...

Grissom, sempre perto de Sara, já havia visto quem estava do outro lado da porta e ficou surpreso.

SS: Você?
LH: Posso falar com você, Sara?

A perita ficou boquiaberta ao se ver frente a frente com Lady Heather. O que ela queria em sua casa?

SS: Ãh, sim, entre...
LH: Com licença.

A ruiva entrou no apartamento e ficou observando tudo em silêncio. Avistou Hank e não pôde deixar de comentar:

LH: Você trouxe Hank pra cá?
SS: Não iria deixá-lo sozinho.
LH: É claro.
SS: Bem, ainda não entendi sua presença em minha casa.
LH: Não se preocupe, não vou demorar e não vou incomodá-la.

Grissom, vendo tudo, percebeu a tensão no ar, principalmente a expressão de desconfiança de Sara, que arqueou a sobrancelha.

LH: Como tem sido seus dias sem Grissom?
SS: Por que a pergunta?
LH: Apenas curiosidade.
SS: Curiosidade em me ver do jeito que estou?
LH: A relação de vocês era bonita e intensa, podia ver nos olhos dele o quanto te amava.

Sara não conseguia dizer nada, apenas mostrava com o olhar o quanto estava quebrada. Heather ficou tocada com as lágrimas da “rival” – ela nunca considerou Sara uma ameaça, até porque nunca foi nada além de uma amiga para Grissom.

SS: É, eu o amava muito.
LH: E ele a você. Bom, gostaria de te dizer que, se precisar de um ombro para chorar, estou aqui.
SS: Obrigada, mas já estou indo embora de Vegas.
LH: Quer ficar longe de tudo que te lembre Grissom?
SS: Quero voltar para casa. Aqui só me restou dor e solidão.
LH: Bom, não vou mais tomar seu tempo. Só vim pra você saber que não está sozinha.
SS: Obrigada.

A ruiva foi embora e Sara ficou confusa. E Grissom permaneceu ali, tentando com que a amada pudesse vê-lo, ou ouvi-lo, ou apenas senti-lo. Cerca de meia hora depois, Catherine e Vartann chegaram.

CW: Pensei que já estivesse dormindo!
SS: Na atual circunstância, prefiro dormir para não acordar...
V: Não pense assim! Grissom não iria gostar de vê-la do jeito que você está agindo...

Sara sorriu em lágrimas e tratou de mudar de assunto.

SS: Bom, eu chamei vocês aqui porque me aconteceu uma coisa e estou confusa.
CW: Diga.
SS: Apareceu uma tal de Madame Brown me dizendo que Grissom está vivo, que consegue ouvi-lo e disse que estou em perigo.
V: Que história mais maluca é essa?!
CW: Sem querer entrar no mérito da questão mas já entrando, essa mulher parece ser bem doida. Eu acredito que vamos para algum lugar depois que morremos, mas não acredito que a alma fique aqui, ainda mais quando acabou de morrer. O Grissom está num lugar bem melhor, Sara, e este deve ser o seu consolo.
GG: Estou aqui, Catherine. Por que é tão difícil acreditar nisso? – suspirou Grissom.
SS: Então o que faço?
CW: Se ela voltar a importuná-la, ligue para o Brass.
SS: Queria acreditar no que ela me disse... tenho me sentido mais só do que nunca...
V: Nós entendemos.

Mais uma vez, Sara caiu no choro e foi amparada por Catherine. Vartann ficou penalizado e Grissom sofria junto com a amada. As lágrimas da perita eram tão tristes que doíam quando rolavam em sua face. O coração, quebrado e dolorido, já não tinha mais o que guardar de tanta tristeza.

V: Acho que não seria bom que Sara ficasse sozinha, Catherine.

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