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Dolorosa separação - cap. 5


Warrick tremia e chorava, assim como todos.

WB: Mas conte com a gente para o que der e vier, hoje e sempre. O Grissom tinha muito orgulho de ter uma mulher como você, e ele vai continuar tendo, onde quer que esteja. Obrigado.

Ovacionado, Warrick retornou ao banco, para perto dos amigos. Grissom, que assistia ao seu próprio funeral, sentiu orgulho do subordinado. E seu coração continuava a sofrer vendo o sofrimento intenso de sua amada. Sara era o retrato da dor, do abandono, da carência, da tristeza... da saudade. Ela saiu da igreja rumo ao cemitério escoltada pelos amigos, que a protegeram dos curiosos e da imprensa, que queria uma declaração dela. No cemitério, a tristeza dominava o ambiente, como não poderia deixar de ser. Sara, em primeiro plano, estava o tempo todo cabisbaixa, enquanto ouvia as palavras do padre. O coração doía, as lágrimas insistentes caíam dos olhos já cansados e as mãos tremiam. Antes do enterro, Catherine tomou a palavra e leu um poema que Sara havia escrito. Mas como ela estava sem a menor condição de ler, a loira resolveu ler por ela. Após o enterro, as pessoas iam se dispersando. Sara permaneceu olhando para a sepultura já produzida com retrato e datas.

CW: Vem, não é bom você permanecer aqui. Não vai te fazer bem – Catherine segurou a amiga.
SS: Ele era tão forte, tão valente. Como foi morrer assim, Cath?
CW: Tem coisas que estão fora do nosso alcance entender. Gil morreu sabendo que teria seu amor para sempre, que você seria para sempre a Sara Sidle dele. O que importa é que vocês tiveram lindos momentos, e isso é para sempre.

Grissom estava perto e pôde sentir o aroma da pele de Sara, mesmo em um lugar cujo cheiro não era lá muito agradável como um cemitério. Sara foi com Cath para casa, deixando ali o corpo que tantas vezes sentiu o cheiro, o frescor, o emanar de amor, e que agora seria transformando em ossos apenas. Alguns dias se passaram desde o enterro e Sara ainda não havia retornado ao lab. A equipe estava reunida na sala de convivência quando Ecklie entrou:

CE: Sidle ainda não retornou das férias funerárias?
NS: Quer respeitar o momento dela, por favor?
CE: Não vou tolerar faltas no serviço!
WB: Cara, você é surdo ou precisa que alguém te diga? O Grissom morreu, ela está de luto! Respeite a dor alheia!
CE: Ele não está mais aqui, Warrick. Isto significa que a partir de agora, ou vocês andam na linha ou farei o que eu quiser com cada um!
WB: Ah é?
CW: Se o problema é demissão, fique à vontade!

Ecklie riu sarcasticamente e sem graça.

CE: Olha... eu entendo que vocês gostassem muito do Gil. Mas ele não está mais aqui. Portanto, de volta ao trabalho! – e saiu antes que recebesse uma resposta.
GS: Que falta o Grissom faz...
CW: Nem me fale!
NS: E como Sara está?
CW: Está péssima. Hoje vou até a casa dela com Vartann. Quero vê-la pessoalmente. Ela precisa de nós mais do que nunca. Fico com medo de que ela tenha pensamentos ruins, sei lá.
WB: Como assim?
CW: Tem pessoas que não suportam a ausência do parceiro, ou parceira, e acabam com a própria vida.
GS: Não vamos deixá-la nem sequer pensar nisso!
NS: É claro!

No final do turno, pela manhã, indo pra casa, Catherine comentou com Vartann, no carro:

CW: Preciso ver Sara, como ela está.
V: Depois de tudo o que aconteceu, acho que você precisa ficar mais próxima dela. Afinal, ela está sozinha, sem o porto seguro que a mantinha firme.
CW: Estou arrasada com tudo isso. O lab sem o Gil está insuportável! Ecklie está cada dia mais irônico, idiota, sem graça – suspirou.
V: Vou deixá-la com Sara e vou resolver alguns assuntos pendentes. Volto e te pego, ok?
CW: Ok.

Catherine desceu do carro na frente do prédio de Sara e Vartann seguiu em frente. Sara estava vestida com um camisão, descalça, cabelos soltos e rebeldes. Permanecia deitada na cama, abatida. Grissom, sempre ao lado dela, se desesperava por não conseguir se comunicar com a amada; ela não o via nem ouvia. O muro invisível entre eles era terrível e instransponível. A campainha tocou e a perita ainda levou algum tempinho até decidir ir até a porta.

CW: Pensei que não fosse abrir, já ia embora!
SS: Oi Cath!
A loira viu como a amiga estava abatida, magra, triste...

SS: Entre.

Catherine entrou e viu como o apartamento de Sara estava sem vida; não havia sinal nenhum de que um dia houve alegria por ali.

SS: Quer beber alguma coisa? Eu preparo um café.
CW: Não, obrigada. Serei o mais breve possível para que você possa ficar em paz. Vim lhe entregar uma coisa que Grissom iria lhe dar.

Ele, que estava por ali, sentiu o coração bater mais forte por ver que Catherine iria dar o anel por ele.

SS: O Grissom iria me dar uma coisa?
CW: Ahãm. Infelizmente não houve tempo para se concretizar a surpresa dele, mas eu vou tentar remediar um pouco sua dor.
SS: É impossível, Cath!
CW: Aqui está. Pegue!

Catherine passou a caixinha preta para Sara, que, meio atordoada, não captou de imediato o significado daquilo.

SS: O que...?
CW: Abra.

A perita abriu e deparou-se com um lindo anel prateado com brilhantes.

CW: Este era o anel que ele lhe daria quando fosse pedi-la em casamento.

Sara nada disse, mas o choro foi inevitável. Chegou a soluçar, e Catherine a abraçou.

CW: Eu entendo o que você está sentindo. Sinto muito por isso!
SS: Ele ... ele ia me pedir em casamento?
CW: Ia. Estava planejando uma festa só para os íntimos.
SS: Nossos sonhos foram estraçalhados na mira daquele revólver! Porque eu não morri no lugar dele? Porque aquele bandido atirou no Griss?
CW: Não se culpe. Vocês não poderiam prever que alguém pudesse estar seguindo-os.

Grissom, tomado pela emoção, acabou esbarrando em um porta-retratos e ele caiu no chão. As duas se assustaram com o barulho.

CW: O que foi isso?
SS: Não sei. Ultimamente coisas estranhas têm acontecido. Não sei explicar.
CW: O que pretende fazer com o anel?
SS: Vou guardá-lo. Era um presente de Griss para mim, não?
CW: Faça o que achar melhor. Bom, preciso ir, Vartann deve estar chegando.

À noite, Sara estava em seu quarto arrumando algumas coisas e não percebeu que alguém mexia na porta principal, tentando entrar. Grissom, desesperado para ajudá-la, olhou para Hank que, entendeu o comando e começou a rosnar e a arranhar a porta. O criminoso, percebendo que havia alguém em casa, saiu correndo. Grissom foi atrás dele – reconheceu o sujeito que lhe tirou a vida -, e entrou no casebre dele. O bandido pegou o telefone e ligou para alguém:

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