Warrick
tremia e chorava, assim como todos.
WB:
Mas conte com a gente para o que der e vier, hoje e sempre. O
Grissom tinha muito orgulho de ter uma mulher como você, e ele vai continuar
tendo, onde quer que esteja. Obrigado.
Ovacionado,
Warrick retornou ao banco, para perto dos amigos. Grissom, que assistia ao seu
próprio funeral, sentiu orgulho do subordinado. E seu coração continuava a
sofrer vendo o sofrimento intenso de sua amada. Sara era o retrato da dor, do
abandono, da carência, da tristeza... da saudade. Ela
saiu da igreja rumo ao cemitério escoltada pelos amigos, que a protegeram dos
curiosos e da imprensa, que queria uma declaração dela. No cemitério, a
tristeza dominava o ambiente, como não poderia deixar de ser. Sara, em primeiro
plano, estava o tempo todo cabisbaixa, enquanto ouvia as palavras do padre. O
coração doía, as lágrimas insistentes caíam dos olhos já cansados e as mãos
tremiam. Antes
do enterro, Catherine tomou a palavra e leu um poema que Sara havia escrito.
Mas como ela estava sem a menor condição de ler, a loira resolveu ler por ela. Após
o enterro, as pessoas iam se dispersando. Sara permaneceu olhando para a
sepultura já produzida com retrato e datas.
CW:
Vem, não é bom você permanecer aqui. Não vai te fazer bem – Catherine segurou a
amiga.
SS:
Ele era tão forte, tão valente. Como foi morrer assim, Cath?
CW:
Tem coisas que estão fora do nosso alcance entender. Gil morreu sabendo que
teria seu amor para sempre, que você seria para sempre a Sara Sidle dele. O que
importa é que vocês tiveram lindos momentos, e isso é para sempre.
Grissom
estava perto e pôde sentir o aroma da pele de Sara, mesmo em um lugar cujo
cheiro não era lá muito agradável como um cemitério. Sara foi com Cath para
casa, deixando ali o corpo que tantas vezes sentiu o cheiro, o frescor, o
emanar de amor, e que agora seria transformando em ossos apenas. Alguns
dias se passaram desde o enterro e Sara ainda não havia retornado ao lab. A
equipe estava reunida na sala de convivência quando Ecklie entrou:
CE:
Sidle ainda não retornou das férias funerárias?
NS:
Quer respeitar o momento dela, por favor?
CE:
Não vou tolerar faltas no serviço!
WB:
Cara, você é surdo ou precisa que alguém te diga? O Grissom morreu, ela está de
luto! Respeite a dor alheia!
CE:
Ele não está mais aqui, Warrick. Isto significa que a partir de agora, ou vocês
andam na linha ou farei o que eu quiser com cada um!
WB:
Ah é?
CW:
Se o problema é demissão, fique à vontade!
Ecklie
riu sarcasticamente e sem graça.
CE:
Olha... eu entendo que vocês gostassem muito do Gil. Mas ele não está mais
aqui. Portanto, de volta ao trabalho! – e saiu antes que recebesse uma
resposta.
GS:
Que falta o Grissom faz...
CW:
Nem me fale!
NS:
E como Sara está?
CW:
Está péssima. Hoje vou até a casa dela com Vartann. Quero vê-la pessoalmente.
Ela precisa de nós mais do que nunca. Fico com medo de que ela tenha
pensamentos ruins, sei lá.
WB:
Como assim?
CW:
Tem pessoas que não suportam a ausência do parceiro, ou parceira, e acabam com
a própria vida.
GS:
Não vamos deixá-la nem sequer pensar nisso!
NS:
É claro!
No
final do turno, pela manhã, indo pra casa, Catherine comentou com Vartann, no
carro:
CW:
Preciso ver Sara, como ela está.
V:
Depois de tudo o que aconteceu, acho que você precisa ficar mais próxima dela.
Afinal, ela está sozinha, sem o porto seguro que a mantinha firme.
CW:
Estou arrasada com tudo isso. O lab sem o Gil está insuportável! Ecklie está
cada dia mais irônico, idiota, sem graça – suspirou.
V:
Vou deixá-la com Sara e vou resolver alguns assuntos pendentes. Volto e te
pego, ok?
CW:
Ok.
Catherine
desceu do carro na frente do prédio de Sara e Vartann seguiu em frente. Sara
estava vestida com um camisão, descalça, cabelos soltos e rebeldes. Permanecia
deitada na cama, abatida. Grissom, sempre ao lado dela, se desesperava por não
conseguir se comunicar com a amada; ela não o via nem ouvia. O muro invisível
entre eles era terrível e instransponível. A campainha tocou e a perita ainda
levou algum tempinho até decidir ir até a porta.
CW:
Pensei que não fosse abrir, já ia embora!
SS:
Oi Cath!
A
loira viu como a amiga estava abatida, magra, triste...
SS:
Entre.
Catherine
entrou e viu como o apartamento de Sara estava sem vida; não havia sinal nenhum
de que um dia houve alegria por ali.
SS:
Quer beber alguma coisa? Eu preparo um café.
CW:
Não, obrigada. Serei o mais breve possível para que você possa ficar em paz.
Vim lhe entregar uma coisa que Grissom iria lhe dar.
Ele,
que estava por ali, sentiu o coração bater mais forte por ver que Catherine
iria dar o anel por ele.
SS:
O Grissom iria me dar uma coisa?
CW:
Ahãm. Infelizmente não houve tempo para se concretizar a surpresa dele, mas eu
vou tentar remediar um pouco sua dor.
SS:
É impossível, Cath!
CW:
Aqui está. Pegue!
Catherine
passou a caixinha preta para Sara, que, meio atordoada, não captou de imediato
o significado daquilo.
SS:
O que...?
CW:
Abra.
A
perita abriu e deparou-se com um lindo anel prateado com brilhantes.
CW:
Este era o anel que ele lhe daria quando fosse pedi-la em casamento.
Sara
nada disse, mas o choro foi inevitável. Chegou a soluçar, e Catherine a
abraçou.
CW:
Eu entendo o que você está sentindo. Sinto muito por isso!
SS:
Ele ... ele ia me pedir em casamento?
CW:
Ia. Estava planejando uma festa só para os íntimos.
SS:
Nossos sonhos foram estraçalhados na mira daquele revólver! Porque eu não morri
no lugar dele? Porque aquele bandido atirou no Griss?
CW:
Não se culpe. Vocês não poderiam prever que alguém pudesse estar seguindo-os.
Grissom,
tomado pela emoção, acabou esbarrando em um porta-retratos e ele caiu no chão.
As duas se assustaram com o barulho.
CW:
O que foi isso?
SS:
Não sei. Ultimamente coisas estranhas têm acontecido. Não sei explicar.
CW:
O que pretende fazer com o anel?
SS:
Vou guardá-lo. Era um presente de Griss para mim, não?
CW:
Faça o que achar melhor. Bom, preciso ir, Vartann deve estar chegando.
À
noite, Sara estava em seu quarto arrumando algumas coisas e não percebeu que
alguém mexia na porta principal, tentando entrar. Grissom, desesperado para
ajudá-la, olhou para Hank que, entendeu o comando e começou a rosnar e a
arranhar a porta. O criminoso, percebendo que havia alguém em casa, saiu
correndo. Grissom foi atrás dele – reconheceu o sujeito que lhe tirou a vida -,
e entrou no casebre dele. O bandido pegou o telefone e ligou para alguém:
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