CE: Ninguém se tranca em uma sala por causa
de subordinados.
WB: Se você tivesse a mínima consideração,
respeitaria o nosso sofrimento. Quer fazer o favor de nos deixar em paz?!
CE: Olha aqui, Brown, entendo que vocês
estão tristes e tal, mas não justifica ser tão grosseiro. Comporte-se! Ou
prefere levar uma suspensão?
WB: Vá pro inferno!!!
Warrick saiu furioso da sala de
convivência. Enquanto isso, Grissom, extremamente deprimido, andava de um lado
para o outro, pensando em Sara. Depois, pensando em como ela era forte, decidiu
reagir, em nome do amor que sentia e sempre sentiria por ela. Saiu da sala e
foi de encontro aos demais, surpreendendo a todos com a iniciativa de reação.
GG: Muito bem. Eu já sei de onde partiu o
telefonema. Vou atrás desses miseráveis.
CW: Gil, tem certeza de que quer mesmo
fazer isso? Olha só o seu estado!
GG: Enquanto estava em minha sala fiquei me
lembrando de certas coisas que me empurraram de volta para a realidade. O que
quer que tenha acontecido à Sara e ao Nick, precisamos tirar a limpo essa
história. E combater essa quadrilha de corruptos e bandidos.
JB: Sabe que vamos enfrentar tubarão, gente
de alto escalão. Está disposto a correr o risco?
GG: Depois que perdi Sara, não temo mais
nada.
JB: Vou reunir meus homens e vamos planejar
a ação. O FBI disse que vai nos auxiliar.
GG: Ok. Estão todos dispostos a cooperar?
GS: Sim.
WB: Grissom, acho que pra uma ação de risco
como essa não deveria deixar a Cath participar. Ela está grávida e acho que ela
pode acabar se ferindo ou algo do tipo.
GG: Certo. Catherine, você vai pra casa. Descanse,
você, mais que qualquer um aqui, precisa.
CW: Ei, eu estou grávida, não aleijada ou
doente.
GG: Não discuta, Catherine. Vá pra casa e
descanse.
Catherine olhou feio para Warrick e saiu. Os
homens beberam todo o café do bule e seguiram rumo ao confronto. Brass
aconselhou que Grissom não se aproximasse do local, porque o bicho iria pegar. Ele talvez fosse mais útil na identificação
dos corpos. Evidentemente que o supervisor não aceitou.
Os homens de Brass invadiram o local em um grande número, pelo menos uns 300. A troca de tiros foi intensa. Duas pessoas
tentavam escapar pela parte de trás do prédio, mas foram encurralas e seguras
por policiais.
JB: Uma mulher e um homem tentando fugir?
Que interessante! Veja isto, Grissom.
GG: Você?!
Grissom olhou seriamente para aquele homem
que se engraçara para cima de Sara.
GG: Mark Stevens, investigador da
imigração. Corrupto e criminoso.
MS: Às suas ordens – disse com um sorriso
irônico.
GG: Nunca duvidei que você não prestava,
sempre vi em você algo obscuro. Quem é esta mulher?
MS: Minha querida esposa, Jennifer Stevens,
que me sempre esteve ao meu lado.
JB: Porque você compactuou com esse plano
sórdido de seqüestrar uma perita?
JS: Mark era um mulherengo convicto, isso
eu sabia. Mas quando eu os vi juntos, a beleza dessa mulher me deu raiva. O que
ele havia visto nela que o encantara? Eu comecei a segui-la e mandei
seqüestrá-la. Mas havia um idiota junto dela. Não teve jeito, ele precisou
ser levado junto para não reconhecer os caras. Mark só soube que essa mulher
estava em meu poder porque eu o chamei até aqui. Combinamos um resgate
milionário pela vida não só dela, mas pela do idiota também. Mas enfim...
GG: Onde estão Sara e Nick?
MS: Quem?
GG: Meus subordinados seqüestrados por
vocês. Diga onde eles estão!
MS: Creio que vocês terão de procurar...
Brass, prevendo que Grissom poderia tentar
esganar o sujeito, ordenou que levassem os dois embora. Foi quando um dos
homens do chefe de polícia gritou, dizendo ter localizado os dois. Grissom, Warrick e Greg correram até um
quarto, onde viram Sara e Nick amarrados e inconscientes. Agachou e tomou o
pulso deles.
WB: Têm pulsação?
GG: Sim.
Depois, escutou os batimentos cardíacos.
Estavam vivos! Ordenou que viessem paramédicos o mais rápido possível. Assim
que chegaram, fizeram os procedimentos necessários e os levaram de ambulância
para o hospital. Grissom e os rapazes ficaram por lá, em busca de notícias. O
supervisor estava esgotado e abatido, era tão cristalino como a água. Mas saber
que Sara estava viva lhe dava forças para suportar qualquer coisa que
porventura viesse. E o bebê na barriga dela era a consumação de um ato de amor
entre eles. Como ele queria beijá-la e amá-la naquele
momento... Dizer que estaria sempre ao lado dela, que o amor que tinha era
qualquer coisa de imenso... Que amava mergulhar o rosto naqueles cabelos macios
e cheirosos... Que ia aos céus quando estava amando-a, beijando-a e
movimentando-se dentro dela... Pensando em Sara, Grissom acabou cochilando.
Greg e Warrick riam em silêncio vendo como o chefe dormia de modo engraçado,
boquiaberto, prestes a babar. Pouco tempo depois, o médico que atendeu
Sara e Nick chegou para passar um boletim do estado dos dois.
DR: Senhor Grissom?
GG: Ah sim, sou eu – disse com cara de
sono.
DR: Trouxe um boletim informando o estado
de saúde dos pacientes Nick Stokes e Sara Sidle.
Todos ficaram apreensivos.
GG: E como estão?
DR: Apesar de terem muitas escoriações pelo
corpo, marcas de surras, estão bem. Foram medicados e agora estão dormindo. Se
a evolução do quadro clínico for positiva, acredito que em dois dias eles terão
alta.
GS: Tomara!
GG: Ãh, doutor, queria saber uma coisa.
DR: Pois não?
GG: Acho que Sara estava grávida, tinha
essa suspeita. O senhor me confirma?
DR: Bem, ela realmente estava grávida. Mas
com todo o estresse de estar em cativeiro e também pelo fato de ter apanhado, o
bebê não resistiu e veio a óbito. Tivemos de fazer uma curetagem para limpar o
útero dela.
Grissom não sabia nem o que pensar. Seu
filho realmente existiu, Sara o trazia na barriga com amor, mas os malditos
criminosos fizeram com que ela o perdesse. Sentiu vontade de gritar, mas não o
fez por compostura; e depois, porque a voz não saía.
GG: Ela terá problemas para engravidar
novamente?
DR: De forma alguma. A senhorita Sidle é
uma mulher bem saudável, fizemos exames nela e não constatamos nenhuma
anormalidade. Só precisa haver um espaço de seis meses
entre uma gravidez e outra para que o organismo possa absorver melhor o “corpo
estranho” sem maiores complicações.
Quando Sara e Nick retornaram para o lab,
foram recebidos com festa e presentes. E, é claro, com muito carinho. Grissom
não desgrudava um só momento da amada, como se ela fosse fugir.
GG: Pessoal, um momento, por favor. Eu
quero dizer umas palavras e acho ótimo que estejam todos aqui. Primeiramente
quero dizer que estou muito feliz por Sara e Nick estarem vivos e aqui conosco
novamente. Devo admitir que este lab estava muito sem graça sem as graças do
Nick e a sensualidade e beleza da minha querida Sara.
Ela ficou sem jeito, e abaixou a cabeça,
num sorriso tímido.
GG: Tê-los de volta é uma vitoria para nós,
que sofremos e lutamos para o retorno de vocês. Bem, tenho algo a dizer, melhor
não ficar enrolando.
CW: É isso aí.
GG: Sara, honey, eu comprei isto pra você
já faz algum tempo, mas não sabia como encontrar um momento adequado. Infelizmente aconteceu o que aconteceu e
quando te vi no hospital fui forçado a tomar uma decisão – ele passou a
caixinha preta para ela, sob os olhares ansiosos de todos.
Sara abriu a caixinha e viu um belo anel de
diamantes. Ficou emocionada.
SS: Griss... é lindo! Deve ter custado uma
nota!
GG: Gastaria muito mais por você. Ver seu
sorriso não há dinheiro que pague. Então, você... ãh.. quer se tornar a senhora
Gilbert Grissom?
Todos olharam estáticos, divididos entre
ele e ela.
CW: Diga sim! – cochichou Catherine,
recebendo um cutucão discreto de Warrick como se dissesse “não se meta”.
SS: Sim é muito previsível. Então... eu
digo: é claro!
Grissom sorriu aliviado. E sem nenhum tipo
de receio ou vergonha, beijou Sara na frente de todos, recebendo aplausos e
assobios. Em quatro semanas os dois se casaram e
foram de lua-de-mel para Curaçao, nas Antilhas Holandesas, Caribe. Sete meses mais
tarde Catherine deu à luz uma linda garotinha, a quem deu o nome de Angeline.
Grissom e Sara estavam treinando todos os dias a vinda de um bebê Grissom. Até
que...
GG: Honey, onde está minha gravata azul que
estava no closet?
SS: Ah, eu deixei em cima da cama, pegue
lá.
Grissom foi até o quarto e viu a gravata em
cima da cama, como Sara havia dito. Ao lado dela havia dois papéis, um pequeno
bilhete e um papel que parecia ser de um exame. Não pensou duas vezes, leu-o.
“Grissom, meu amor
Algumas coisas não precisam de palavras
ditas ou escritas para ser reveladas. Só precisam ser sentidas. E eu estou
sentindo tantas coisas, além do grande amor por você. E estou sentido um novo
ser crescendo aqui dentro de mim. É o máximo, não? Assim que você terminar de
ler este bilhete, venha me cobrir de beijos, pois estou muito necessitada de um
mar de carinhos. Sempre sua, Sara.”
Grissom abriu o maior dos sorrisos e correu
até a cozinha para encher a mulher de beijos e algo mais. E a enorme mesa da
cozinha iria sentir a força do amor desse casal tão especial.
Fim
0 comentários:
Postar um comentário