SS: Não se lembra? Fizemos amor esta noite.
Grissom sentou-se. Não estava acreditando
que fora para a cama com Sara. Por mais que a amasse, achou que fora algo muito
precipitado.
GG: Sara... Eu te amo, te desejo como nunca
desejei outra mulher. Mas fazer amor com você deve ser em um momento especial,
não por uma precipitação de ambas as partes.
SS: Você quer dizer que não fez amor com
paixão, mas por um instinto de macho?
GG: Sara...
SS: Sabe Griss... Para um homem, ir pra
cama com uma mulher talvez não signifique nada. Mas para uma mulher apaixonada,
é como se fosse a única chance na vida de estar ao lado do homem amado, a única
oportunidade de ter um pouco de afeto por parte dele – uma lágrima rolou de sua
face – Eu devia imaginar que você iria me descartar tão logo eu me entregasse.
GG: Não é isso, Sara!
Grissom segurou os braços de Sara e sentiu
seu coração acelerar, vendo que ela estava magoada.
SS: Por favor, me solta, Griss. Vou tomar
um banho.
Sara foi para o banheiro, e durante a
ducha, desabou. Estava se sentindo usada, humilhada, pisoteada. Ao voltar para
o quarto, para se vestir, Grissom já não estava. Foi quando o telefone tocou. No restaurante, a equipe estava reunida
para o café da manhã.
CW: Cadê Sara, Gil?
GG: Ficou no quarto, ela ia tomar um banho
antes de descer.
CW: Ah sim...
Catherine sabia que tinha algo a mais no
tom de voz do amigo, mas estando perto de várias pessoas, não se atreveria a
perguntar nada. No momento oportuno, sim.
GS: Bem, já que Sara não desceu, porque não
começamos a comer? Estou com muita fome.
NS: É, cara, eu também.
CW: Vamos fazer nossos pedidos então. Tudo
bem, Gil?
GG: Ok.
JB: Aquela ali não é a Sara?
Todos olharam para a entrada do restaurante
e a viram conversando animadamente com um homem – o mesmo que Catherine tinha
visto na noite anterior, o sujeito que Sara havia trombado.
CW: É o sujeito no qual Sara trombou ontem.
WB: Pelo visto, quis levar outra trombada
dela. Olha só o sorriso dele!
Grissom observava a cena em silêncio e nem
um pouco satisfeito. Para ele, era um tapa de luva de Sara, já que ele havia
dito coisas não muito agradáveis à ela. E agora ela estava lá, sorrindo para um
sujeito sabe-se lá quem era, e ele jogando charme pra cima dela! Teve vontade
de ir até lá e empurrá-lo quando viu os dois se cumprimentando com três beijos
na face. Sara foi se juntar aos amigos bem mais disposta.
CW: Amigo novo, Sara?
SS: Aquele cara que eu esbarrei ontem,
Catherine.
CW: Eu sei, o reconheci. Mas o que ele
fazia aqui?
SS: A gente trocou telefone ontem, e acabei
falando que estávamos neste hotel. Ele resolveu fazer uma surpresa.
GS: Aê Sara, arrasando corações!
SS: Calma Greg, foi apenas gentileza do Mark.
CW: Esse é o nome dele?
SS: É. Mark Stevens.
Grissom soltava fumaça pelo pensamento. Já
odiava esse nome. Mas, como sempre, manteve-se impassível,
distante, na sua. Não disse um a, e Sara percebeu. Por isso
continuou o jogo do ciúme. E Catherine ia botando mais lenha na fogueira.
CW: E de onde ele é?
SS: São Francisco, pode?
CW: Então você terá onde ficar quando for
visitar sua cidade natal.
SS: É. E provavelmente retornarei a São
Francisco mais rápido do que previa.
CW: Como assim?
SS: Ainda é cedo para falar. Quando for a
hora, direi.
O que Sara acabara de falar caiu como uma
bomba para Grissom. Do que ela estaria falando? Porque voltaria
São Francisco? Será que iria embora? Com tudo isso, ficou mais confuso do que
já estava. E mais uma vez, não conseguiu prestar
atenção na conferência. Seu velho conhecido, Mac Taylor, da polícia
de Nova York, estava palestrando, mas nenhuma palavra entrou em seu ouvido. Estava sentindo que poderia perder Sara
para um sujeito metido a galã a qualquer momento. Na volta ao hotel, a
surpresa: Mark estava na recepção esperando por Sara. Ela ficou tão surpresa
quanto os outros.
SS: Oi Mark! Você por aqui?
MS: Não resisti. Como sei que você vai
embora amanhã, vim convidá-la para jantar comigo. Aceita?
SS: Ãh, bem...
CW: Pode ir, Sara. Nos vemos mais tarde! –
Catherine piscou.
SS: Ok, eu aceito.
MS: Vamos então?
SS: Sim.
Todos olharam a companheira entrar num belo
carro e sumir na esquina. Grissom seguiu para o quarto.
NS: Não vai jantar com a gente, Grissom?
GG: Estou sem fome!
Catherine deu uma risadinha ao ver o ciúme
estampado na cara do amigo. Ninguém mais entendeu bem a atitude do chefe. No
quarto, Grissom deitou-se na cama pra relaxar, mas foi em vão. Como descansar sabendo que sua amada estava
se divertindo com outro sujeito? E depois do que dissera à ela, talvez Sara nem
voltasse pra dormir. Que vontade de ir até onde ela estava, arrancá-la de lá e
ainda dar uns tabefes no sujeitinho metido a galã de Hollywood! Onde estaria sua Sara?! Ela estava muito
bem acompanhada por Mark Stevens, um homem tremendamente lindo, cabelos
castanhos, muito bem penteados, olhos profundamente azuis, dentes brancos e
covinha no rosto. Além de muito bem vestido, num terno azul petróleo.
MS: Mas então, você trabalha na área criminalista
mesmo?
SS: Sim, sou perita.
MS: Suponho que você deva amar o que faz.
SS: Sim (se soubesse que amava não apenas o
trabalho, mas também o chefe...). É um trabalho árduo, mas compensa. Eu adoro o
que faço.
MS: Deve ser muito bom mesmo.
SS: E você, o que faz?
MS: Sou investigador, trabalho para o
governo.
SS: Uau! Então você deve ser bom mesmo!
MS: Preciso fazer o melhor possível.
Trabalho na investigação de imigrantes ilegais no país e na entrada de
possíveis terroristas. É um trabalho bem estressante, devo confessar.
SS: Sua esposa deve odiar seu trabalho,
não?
MS: Foi por isso que me separei. Jennifer
não conseguia entender que trabalhar para o governo é estar disponível 24
horas, ainda mais quando se trata de trabalhos envolvendo terroristas.
SS: Ah, isso é.
MS: Mas e você, seu namorado deve morrer de
ciúmes, não? Uma mulher tão linda como você envolvida
com bandidos, armas, cadáveres... Não deve ser muito fácil!
SS: Não tenho namorado.
MS: Não acredito, Sara! Qual é, os homens
de Vegas são todos gays?
Sara deu uma gostosa gargalhada. Estava se
divertindo, enfim. Mark era bonito, gentil e muito engraçado.
Os dois conversaram bastante, antes, durante e após o jantar. De volta ao
hotel, eles ficaram alguns minutos dentro do carro.
MS: Adorei a noite, você é uma mulher muito
agradável.
SS: Também gostei de ter conversado com
você.
MS: Posso te telefonar em Vegas?
SS: Claro.
Mark fez menção de beijá-la, mas Sara se
esquivou.
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