SS: Ãh... Eu acho que estamos indo rápido
demais.
MS: Tudo bem, desculpe minha pressa. É que
fiquei encantado por você. Mas a gente se fala em breve. Boa viagem, Sara.
SS: Obrigada.
Ela voltou para o quarto pensativa. Deveria
ou não investir nesse affair? Grissom não a queria, isto era certeza pra ela, e
ficar só também não era uma boa idéia. Pensaria no que fazer quando chegasse em
casa. Para o momento, só queria um bom banho e cama. Ao chegar no quarto,
encontrou Grissom acordado, esperando por ela.
GG: Já é um pouco tarde, não acha?
SS: Sou adulta, Griss. Não devo satisfação do
que faço a ninguém.
GG: Não viemos aqui a passeio, já sabia
disso.
SS: Saí para jantar com um amigo, qual o
problema?
GG: Que amigo, Sara?! Você acabou de
conhecer o sujeito!
SS: E o que tem de mais? Ele queria se
despedir de mim, tivemos uma conversa muito agradável. Aliás, a comida estava
uma delícia!
GG: Só espero que esse sujeito não apareça
em Vegas.
SS: Qual é a sua, Griss? Ele é meu amigo,
eu o convidei para ir me visitar. Vegas é uma cidade linda, qualquer um pode
visitá-la.
GG: Você não entende mesmo... E se esse
sujeito for algum psicopata, criminoso, assassino ou sei lá o que?
SS: Não delira, Grissom! Você está vendo chifre
em cabeça de cavalo! Deixe que da minha vida cuido eu. Você teve a chance de
cuidar de mim, agora não vou permitir que se intrometa na minha vida!
Sara foi para o banheiro, deixando Grissom
boquiaberto. Ele esperava que Sara estivesse na defensiva, depois do que
houvera pela manhã, mas não que estivesse rancorosa. Arrumou uma cama
improvisada no chão e se deitou. Na manhã seguinte, embarcaram de volta à Las
Vegas. Catherine pediu para ir sentada ao lado de Sara, e assim a duas foram
juntas. Como elas estavam sentadas mais afastadas dos outros, puderam conversar
mais à vontade, em tom de voz baixo.
CW: Pode me contar o que houve pra você e o
Griss estarem nesse clima estranho?
SS: Ah Cath... Mais uma vez eu me
decepcionei com ele. Quer dizer, ele me decepcionou.
CW: Tá, mas o que aconteceu?
SS: Nós fizemos amor.
CW: Não acredito! Finalmente!
Catherine se empolgou tanto que a equipe,
sentada mais atrás, olhou curiosa para as duas.
SS: Fale baixo, Cath! Eles vão querer saber
o que estamos falando.
CW: Desculpe. Mas você há de convir que é
uma notícia e tanto!
SS: Seria se tudo tivesse corrido bem.
CW: Vai me explicando, Sara.
SS: Pela manhã, Griss me disse que foi um
erro termos feito amor, que foi uma precipitação de ambas as partes.
CW: Não acredito que o Gil teve coragem de
uma coisa idiota dessas! – Cath arregalou os olhos azuis.
SS: Não duvido de mais nada vindo do Griss.
CW: Calma, Sara. Acho que você deve erguer
a cabeça e investir nesse bonitão que apareceu. O Gil já está perdido, você
precisava vê-lo se mordendo de ciúmes.
SS: Quando cheguei do jantar, ele estava
muito esquisito, querendo se meter na minha vida, dizendo que o Mark era um
psicopata, etc...
CW: Não o leve a sério. Tá na cara que é
ciúme. Mas eu queria falar com você sobre uma coisa.
SS: Fique à vontade, Cath.
CW: Acho que estou grávida.
SS: Como?! – Sara levantou a sobrancelha.
CW: É isso mesmo, acho que estou grávida do
Warrick.
SS: Você ainda tem ciclo menstrual?
CW: Não sou velha assim, Sara. Tenho 40
anos.
SS: E vocês não se preveniram, certo?
CW: Achei que não fosse acontecer, e o
Warrick não curte muito esse lance de camisinha.
SS: Sei... Você já contou pra ele sobre
isso?
CW: Quero ter certeza primeiro, aí conto.
SS: Se precisar de mim...
CW: Sei que posso contar com você, da mesma
forma que pode contar comigo.
A viagem durou um pouco mais de três horas,
e quando o avião pousou, todos se alegraram, afinal, o cansaço era grande e
logo estariam em casa. Os dias foram se arrastando, com Vegas ainda debaixo de
neve. Com o tempo feio, os crimes pareciam ter diminuído, o que significava
menos trabalho para a equipe. Nick, Greg e Warrick jogavam Playstation 2
na sala de convivência, Grissom enfurnado em sua sala, tentando se concentrar
nos insetos recém-descobertos, mas só vendo Sara em sua frente, e ela e
Catherine conversavam no lock.
CW: Deu positivo, Sara. Estou mesmo
grávida.
SS: Que notícia boa, Cath! Finalmente
alguma coisa pra me alegrar! Parabéns!
As duas se abraçaram, e Sara ficou muito
emocionada, a ponto de chorar. Ela ainda tinha o sonho de ser mãe, mas pelo
andar da carruagem, jamais o realizaria.
CW: Ei, não precisa chorar. Sei que você
adoraria estar esperando um filho do Gil. Um dia isso irá acontecer, talvez
este não seja o momento, mas irá chegar a hora.
SS: Eu não consigo deixar de amá-lo, Cath!
Por mais que eu tente me afastar, ir pra longe, o Griss me segue, seja no
pensamento ou no coração. Vou até o banheiro limpar estas lágrimas do rosto.
CW: Faça isso.
Sara saiu desolada do lock em direção ao
banheiro. Havia uma pequena poça d’água perto do bebedouro (provavelmente
alguém entornara ao pegar água), e acabou levando um escorregão, caindo de
bunda no chão. Grissom presenciou a cena, mas não conseguiu evitar que ela
caísse. Mas ajudou-a a se levantar.
SS: Obrigada, eu...
GG: Sara...
SS: O que foi, Griss?
GG: Você andou chorando? Ou está chorando?
SS: Ãh, eu...
GG: Vem comigo.
SS: Pra onde?
GG: Só me siga.
Ele a levou até sua sala, com a mão na
cintura de Sara. Lá, trancou a porta.
SS: Porque fez isso?
GG: Porque preciso que você me escute.
SS: Se for pra falar de nós dois, não há
nada a ser dito. Você conseguiu acabar com o meu sonho de
amor.
Grissom ficou sem saber o que dizer. E mais
ainda quando Sara atendeu o telefonema de Mark, em plena sala do homem que
ainda amava.
SS: Preciso ir. Tenho um compromisso.
GG: Com esse sujeitinho? – desdenhou.
SS: Não é sujeitinho. É meu amigo. E sim,
vou sair com ele. Preciso ir, meu turno acabou. A gente se vê amanhã, Griss!
Sara saiu da sala e deixou o supervisor num
estado que nem mesmo ele acreditava. O que Grissom desejava naquele momento era
socar sem parar o galãzinho idiota que estava aliciando Sara para não se sabe
onde. E se ela estivesse correndo algum perigo? Sentou-se na cadeira e ficou olhando uma
foto dos dois em São Francisco, anos atrás. Sara o pertencia, como ele a ela. E
agora ela estava ganhando asas e voando para uma outra direção. Precisava fazer alguma coisa
para que Sara acreditasse que ele a amava de verdade, e que não queria
perdê-la. Sara e Mark haviam almoçado e foram até o apart-hotel onde ele estava
hospedado.
MS: Quer beber alguma coisa?
SS: Não, obrigada, não bebo mais.
MS: Bebia antes?
SS: Sim, mas já faz muito tempo.
MS: Ok. Então, Sara, não tem vontade de
encontrar alguém? Você é uma mulher muito bonita, não deveria ficar sozinha, é
até um pecado.
SS (rindo): Não sei se estou pronta para um
relacionamento agora...
MS: Qual é, Sara? Vai me dizer que não é
chegada em homem?
SS: Como é?!
MS: Desculpe, não foi o que eu quis
dizer...
O telefone de Sara tocou naquele instante.
Era Grissom.
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