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Uma razão para amar - cap. 8


HM: Ficou maluca é?!
SS: Não, Hans, eu não fiquei maluca. Seu filho morreu naquela explosão, mas eu também perdi o meu filho! Você matou o meu filho!
HM: Não estou entendendo aonde você quer chegar!
SS: Eu descobri o que você fez, e tenha certeza de que vai pagar por isso! A morte do meu filho e de tantas outras crianças inocentes não será em vão!

Sara saiu da sala do empresário disposta a falar com Brass sobre o bandido. Ligou para Grissom.

GG: Onde você está, Sara?! Estou preocupado, você saiu da igreja e não deu mais notícia!
SS: Descobri quem cometeu aquela atrocidade no planetário.
GG: Quem?  
SS: Hans Müller.
GG: Hans? Quem é o sujeito, Sara? 
SS: Marido de Lilian Müller, aquela jovem que morava perto de nós e cuja filha era amiguinha de Danny.
GG: Agora me lembro. Ele tem uma empresa e está sendo investigado por lavagem de dinheiro. Esse sujeito é perigoso. Onde você está, Sara?
SS: Acabei de sair do escritório dele. Vim dizer a ele que descobri tudo.
GG: Ficou maluca, Sara?! E se ele te matasse?
SS: Não se preocupe comigo. Estou indo para o carro, logo estarei em casa.

Os dois se despediram e Sara foi para o carro. Em poucos segundos, uma grande explosão foi ouvida. O carro se despedaçou por completo, e uma imensa chama surgiu. Pouco tempo depois, Grissom e Catherine foram para o local. Brass já se encontrava por lá.

GG: O que temos, Brass?
JB: Uma explosão no carro. Testemunhas disseram que uma mulher seguia em direção a ele quando houve a explosão.
GG: E onde está a dona do automóvel?
JB: Parece que conseguiu escapar. Depois de cair, saiu cambaleando.

Catherine, que analisava os pedaços espalhados do carro, encontrou algo.

CW: Gil, encontrei algo. Veja isso.
GG: O que é?
CW: Apesar de estar um pouco chamuscado, dá pra saber que é uma placa de carro.

Ao ver o número, Grissom descobriu que se tratava de seu próprio carro.

GG: É meu carro, Catherine! Sara esteve aqui.

A loira olhou espantada para o supervisor. Estavam próximos da verdade.

CW: Mas o que ela fazia por aqui?
GG: Ela me ligou há poucos minutos, dizendo que havia descoberto quem explodira o planetário.
CW: Acha que tem ligação?
GG: As evidências indicam que sim. Só preciso saber onde Sara está.

No que Grissom falou, o celular tocou. Era Sara.

GG: Grissom.
SS: Sou eu, honey.
GG: Sara?! Onde você está?
SS: Foi ele, Grissom.
GG: Ele quem?
SS: Hans. Ele matou nosso filho!         
GG: Tem certeza do que está falando, Sara?
SS: Tenho em minhas mãos uma carta que ele mandou pra Lilian dizendo que ela perderia o que mais amava. Ele se referia à menina.
GG: E teve a coragem de matar a própria filha...
SS: Sim.
GG: Onde você está agora?
SS: Estou aqui perto. Espere... Ele vai fugir, Grissom, não permita!
GG: Onde está o carro dele?

Sara nem precisou dizer, porque Grissom ouviu o barulho de pneus cantando. O carro de Hans fugindo.

GG: É ele, é ele! – Grissom gritou para Brass e os policiais.

Houve uma intensa troca de tiros, e, obviamente, o carro de Hans não seguiu adiante. Os policiais o cercaram e o detiveram. Os comparsas dele também foram presos. Grissom deu um suspiro forte e, muito sério, olhou para o homem que causara a morte de seu filho e de outras crianças e pessoas inocentes. Aproximou-se dele com o olhar repleto de raiva. Ficou tão compenetrado olhando fixamente nos olhos do algoz de Danny que não notou a presença de Sara, ferida, ao seu lado. Ela, com dor e raiva no olhar, nada disse, apenas deu um grande tapa no rosto de Hans, que não esboçou nenhuma reação. Mas quem viu a cena pôde compreender a dor de uma mãe que perdera seu filho amado de um jeito estúpido e cruel.

JB: Podem levá-lo.

Assim que Hans foi levado embora, Sara abraçou Grissom bem forte.

SS: Será que acabou?
GG: Acabou, honey. Brass dará um jeito para que Hans não saia impune dessa. Com certeza ele pegará altos anos na cadeia, talvez uma prisão perpétua.

O supervisor viu que a amada tentava esconder as lágrimas e a tocou no rosto.

GG: Ei honey, se quer chorar, chore. Não precisa se segurar para parecer forte. Chore tudo o que você tem direito.

Assim que Catherine se aproximou e a abraçou, Sara não resistiu e chorou. A loira também não se segurou e chorou intensamente. Os outros csi’s ficaram emocionados com a cena. As semanas se passaram e Sara ainda andava muito triste. Até mesmo no lab. Os amigos tentavam animá-la, mas embora, sem muito sucesso, conseguiam distraí-la com algumas bobagens.

SS: Sinceramente, Cath, não tenho mais ânimo para lidar com crimes e violência. Na verdade, nunca tive. Mas gostava do que fazia. Agora, está sendo uma tortura. Fico lembrando de meu filho a cada cena apavorante que vejo, e meus traumas não saem da minha cabeça. Nem sei se sairão algum dia.
CW: Bem, devo saber que você perdeu seu filho tão amado, é normal se sentir assim, triste, sem motivação para nada. Mas lembre-se que você tem ao Grissom, e ele a você. Onde está o amor que um sente pelo outro? Não deixe que ele morra junto com Danny. Seu filho sempre estará vivo na lembrança de todos que o amaram.

Nick entrou na sala de convivência naquele momento.

NS: Sara, tem uma pessoa querendo falar com você na recepção.
SS: Falar comigo?
NS: Sim. É uma mulher.
SS: Vou lá ver.

Ao chegar na recepção...

SS: Lilian Müller.
LM: Sara Sidle. Quanto tempo!

As duas se abraçaram.

SS: Então, como você me encontrou?
LM: Minha irmã, esqueceu?
SS: Ah sim.
LM: Gostaria de agradecer-lhe por ter mandado Hans para a cadeia. Agora, ele ficará lá por muito e muito tempo.
SS: Saiu a condenação?
LM: Ele pegou prisão perpétua. Sinto-me mais aliviada. Ele me tirou minha filha amada, mas agora lhe tiraram o que sempre amou, sua liberdade.
SS: Ele terá a vida toda para pensar na dor que causou nas pessoas.
LM: Bem, eu... vou nessa. A gente se vê por aí.
SS: Claro!

Sara foi até o lock. Sentou-se no banco, abriu sua carteira e ficou olhando para uma foto de Danny. Sorriu, em meio à lágrimas que escorriam. Grissom apareceu.

GG: Então você está aqui; te procurava por todo o lab.
SS: Estava matando as saudades do nosso filho.
GG: A justiça foi feita; Danny pode descansar em paz agora.
SS: Sabe, em meio à tanta dor descobri uma nova razão para amar.
GG: Ah é? Então me conta – Grissom acariciou Sara, sentados no banco.
SS: Vamos ter um bebê.

Grissom olhou admirado para a mulher. As noites com Sara em seus braços sempre foram maravilhosas, Danny fora gerado assim, no meio de muito amor. E agora, um novo filho para trazer a alegria de volta ao lar do casal...

GG: Eu te amo, Sara. E saber que você espera um outro filho é como se Danny estivesse voltando para nós... Sabemos que não será o mesmo filho, mas o amor de pai e mãe é o mesmo, e a alegria que esse novo filho nos trará será tão intensa e vibrante quanto a que tivemos nos três anos com Danny.

Sara sorriu e beijou Grissom com muito amor. Agora ela sabia que haveria uma nova razão para amar e ser feliz, e que Danny seria o anjinho da guarda desse ser que estava crescendo em seu ventre.

Fim


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