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Uma razão para amar - cap. 6


SS: Não, só estou meio... deprimida.
GG: Deprimida?
SS: Nem eu entendo. Apenas uma sensação esquisita. Mas logo vai passar.
GG: Espero que sim. Então vamos. O trabalho nos espera.
SS: Sim.

No lab, as coisas corriam como de costume. Sara estava em campo com Catherine. Ela analisava o quarto de uma casa quando o celular tocou. Catherine, que se encontrava no andar de baixo, pôde ouvir o grito histérico da companheira de trabalho. Largou tudo e correu até onde Sara estava. Encontrou-a desesperada, gritando e chorando. Ficou extremamente assustada.

CW: Sara! Pelo amor de Deus o que houve?! Fala alguma coisa!
SS: Cath! Meu filho, Cath!
CW: Meu Deus, Sara, o que aconteceu?

Sara mal conseguia falar.

SS: O planetário onde ele estava explodiu.
CW: Santo céu!
SS: Meu filho, eu quero ver meu filho!
CW: Calma, vou levá-la para o lab. Você está muito nervosa.

Sara tentava fazer Sara se levantar, mas ela estava tão nervosa que mal conseguia sair do lugar. Àquela altura Catherine já estava aos prantos também. Mas conseguiu sair da casa com Sara. Grissom chegou ao local junto com Nick. Brass, que dera a notícia a ele, já se encontrava lá. Era uma sala dentro de um prédio, que agora estava interditado. O supervisor tremia de medo de imaginar que pudesse ter acontecido alguma coisa com seu filho. Era destruição em massa. E antes de chegar à sala do planetário, já era visível o tamanho da tragédia: corpos infantis e de alguns adultos estavam espalhados. Entrou no local com o coração na boca. Mais tragédia, mais sangue. Até que... avistou seu filho no meio de outras crianças. Grissom correu até ele, para verificar a gravidade dos ferimentos. Era tarde demais. Danny estava ferido da cabeça aos pés, e parecia estar dormindo. Estava gelado e seu coração não batia.

GG: Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaao!

Desesperado, ele abraçou o corpo do menino e chorou tudo o que não chorara em sua vida. Era a maior dor que estava experimentando, e que carregaria consigo por toda a vida. Brass teve de presenciar uma cena que jamais desejara ver na vida: seu amigo de tantos anos numa cena de tragédia segurando o corpo do filho sem vida. Lágrimas começaram a cair de seus olhos. E outra cena extremamente triste aconteceria em instantes: segura por Catherine, Sara chegou e viu Grissom chorando, segurando Danny com força, como se tivesse medo que alguém fosse arrancá-lo de seus braços. Foi para junto dele e chorou desesperada a morte do filho tão amado e inocente. Quem fizera toda essa maldade? Porque, afinal, não era apenas Danny a vítima da tragédia.
Consigo morreram cerca de trinta crianças, mais professores e pessoas que passavam pelo local na hora. Catherine rendeu-se ao drama dos amigos e chorou. Logo Nick, Warrick e Greg chegaram e também puderam presenciar a cena mais triste em suas vidas: seus amigos abraçados ao filho morto, chorando sua morte. Logo em seguida, Sara, com o coração destroçado e as mãos trêmulas, levantou-se e seguiu para fora do local. Catherine tentou falar com ela, mas foi em vão. Grissom permanecia abraçado ao menino, com os olhos fechados e soluçando. A equipe começou a periciar e em seguida chegaram funcionários do IML para retirar os corpos do local. Albert Robbins, o legista do lab, ficou chocado ao ver Grissom abraçado ao filho. 

AR: Meu Deus, Grissom! Seu filho...

Grissom, sem olhar para o amigo, lamentou, amargurado:

GG: Não tenho forças nem pra fazer alguma suposição sobre o que aconteceu aqui... Meu filho, Robbins, meu filho foi morto... Não consigo acreditar, mesmo vendo o corpo...
AR: Grissom, meu amigo, você não está dizendo coisa com coisa. Melhor ir pra casa e descansar. Este caso será longo e altamente estressante.
CW: Eu cuido dele, Robbins.

Dois funcionários do IML colocaram o corpo de Danny no saco plástico preto e o levaram para o rabecão. Catherine, como uma boa amiga, agachou-se e abraçou um Grissom completamente despedaçado e abatido.

CW: Meu amigo... – ela fazia força para não chorar na frente dele –
É uma desgraça sem tamanho o que aconteceu aqui. Estamos todos chocados, você e Sara são nossos grandes amigos, e Danny era o nosso xodó. Nós vamos descobrir o que aconteceu e pegar quem fez isso. Confie em nós.

GG: Onde está Sara?
CW: Ela saiu do prédio, em silêncio. Parecia de gelo.

Grissom foi até a entrada do prédio ver se Sara estava por ali. Encontrou-a alguns metros à frente, olhando para o longe. Sem nada dizer, abraçou-a por trás. Tudo o que ouviu dela foi um suspiro de lamento.

SS: Quero ir pra casa, Griss.
GG: Vamos pra casa, honey.

Enquanto a equipe continuava no local, periciando, o casal foi para casa. A entrada na casa foi muito triste para ambos. Faltava alguma coisa, ou melhor dizendo, alguém. Na sala, Sara olhou para um retrato do filho vestido de bruxo no dia de Halloween, todo sorridente, com as mãos cheias de doces. Engoliu um choro que teimava em querer descer, mas ela fez questão de não chorar. Grissom não conseguia permanecer impassível naquele momento. A perda de um filho era algo que nunca lhe passara pela cabeça. Primeiro, porque achou que jamais se tornaria pai; segundo, porque ele e Sara amavam o filho, nunca imaginaria que alguém pudesse tirá-lo deles de uma forma tão bruta e cruel. Virou a mulher para seu lado e a abraçou com ternura. E assim, permaneceram por alguns minutos, unidos no abraço e com apenas um silêncio entre eles. No lab, a equipe fazia suposições sobre o ocorrido.

NS: Estou muito revoltado com o que aconteceu! – Nick tinha uma expressão de raiva – Não só pelo filho do Grissom e da Sara, mas por todas aquelas crianças. Quem seria tão cruel para fazer uma coisa dessas?
WB: O mundo está cheio de pessoas assim, cara. O que temos de fazer agora é concluir este caso que parece muito complexo. Sabemos que a explosão foi sabotagem, encontramos restos de dinamite em várias partes do planetário. A pergunta é: quem fez isso? E por que?
CW: Sem digitais, apenas pegadas de um tipo de bota do exército. E por enquanto, sem testemunhas.
GS: Temos algo sim.
CW, WB e NS: Temos?!
GS: Pais arrasados e famílias destruídas.
CW: Nem me fale. Tenho vontade de chorar cada vez que me lembro da cena do Grissom abraçado ao filho.
NS: E a Sara indo de encontro a eles então? Meu Deus!
CW: Juro que se uma coisa dessas acontecesse à Lindsay, eu mesma iria atrás de quem fez isso e o matava.
NS: Nessas horas a gente não consegue ser racional mesmo. E acho que devemos a conclusão do caso ao Grissom e à Sara. Eles são nossos amigos, merecem nosso máximo empenho nesse caso.
WB: Você que esteve na sala do Robbins, sabe o que exatamente matou as crianças?
CW: Sim. Elas morreram pela explosão, ou seja, queimadas, mas outras morreram intoxicadas pela fumaça, inalaram muito.
NS: Deus do céu!
WB: Cara, é muita maldade com crianças tão inocentes! Mas o que será que motivou esse crime? Porque eu não acredito em acidente, ainda mais com tantas evidências que encontramos.
CW: Estava vendo os últimos casos do Grissom, não vi nada de excepcional, do tipo alguém querer fazer vingança.

Algum tempo depois, a equipe se surpreendeu com a chegada de Grissom no lab.

CW: Gil?! Você por aqui?
GG: Vim pra analisar algumas coisas. Não conseguiria ficar em casa sabendo que tenho evidências para analisar.
NS: Nós fizemos isso, Grissom. Queríamos já ir resolvendo um pouco desse quebra-cabeça.
CW: E Sara, porque você a deixou sozinha em casa?
GG: Ela insistiu para que eu viesse. Disse que queria ficar um pouco só, e que seria bom pra eu vir pra cá.
CW: Ela chorou mais?
GG: Não. Desde o local da tragédia ela não chorou mais. Sinto-a mais fechada, reservada. Tem o olhar triste, o tom de voz, mas não chora. Sara pensa que agindo assim está sendo forte, mas está tão frágil feito um cristal. Como nós dois estamos... – suspirou – Não vai ser fácil passar pelos dias que se seguirão à morte do Danny, serão dias muito difíceis para nós. Preciso ser forte para passar força à Sara. Vamos, temos muito o que fazer.

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