RSS

Uma história de amor - cap. 6


GG: É curável?
Dra: Sim, é potencialmente curável, mas apenas uma pequena parcela dos doentes é curada com a terapia utilizada atualmente. Usualmente o tratamento inicia com quimioterapia, visando a induzir à remissão, embora grande parte dos doentes necessite de um transplante de medula óssea para alcançar a cura. Iremos iniciar o tratamento com quimioterapia, com medicamentos fortes, afim de combater as células presentes em seu linfoma. Conforme formos observando sua reação ao tratamento, analisaremos se será necessário ou não o transplante.
SS: Não há chance de não fazer o transplante?
Dra: Veja bem, a indicação para o transplante depende do tipo, o estágio da doença e da idade do paciente, que deverá estar preferencialmente em remissão, ou seja, com a doença controlada. Não são todos os pacientes portadores de leucemia ou linfoma que têm indicação para realização de transplante. Os critérios para a realização do transplante estão estabelecidos em protocolos aprovados pelos Comitês de Ética. Vamos fazer uma busca por um doador compatível com sua medula, afim de que você possa se recuperar rapidamente.
SS: Certo, doutora.

Depois que Sara se vestiu, Grissom a levou para casa. Durante o trajeto, ele percebeu que a mulher estava um pouco tensa.

GG: Não fique nervosa, vai ficar tudo bem. Você vai ficar curada.
SS: Com a quimioterapia, meus cabelos irão cair. É provável que eu fique irreconhecível.
GG: Você não deixará de ser a Sara Sidle por isso. Sabe muito bem que na quimioterapia o cabelo cai porque esse tratamento atua para impedir a divisão celular. O cabelo ou qualquer pelo do corpo cresce por divisão celular. E pelo que li, normalmente o paciente perde os cabelos no 15º dia após a primeira sessão de quimioterapia.
SS: Bom, se for para me curar...
GG: É isso mesmo, querida!
SS: Espero que não tenha vergonha de mim quando me vir careca...
GG: Ah honey... – suspirou – Se soubesse o quanto sinto vergonha de mim quando soube que você ainda me queria e eu nada fiz para me aproximar de seu coração... Fui um covarde! Mas quero que saiba que nunca deixarei de estar ao seu lado. Sou seu homem, seu amante, seu amigo e companheiro. Mais do que nunca, saiba que eu te amo!

Dois dias mais tarde, com Sara já recuperada do aborto espontâneo, Grissom, à noite, levou-a a um certo lugar. Ambos estavam bem vestidos, ele todo de preto, elegante num terno, e ela em um vestido azul royal, com salto prateado e presilhas de borboleta em prata nos cabelos. Era um restaurante elegante, e da sacada, em plena noite de luar e estrelas, podia-se avistar as luzes de Vegas. Ele fez um convite o qual Sara não se negou a aceitar.

GG: Me daria o prazer dessa dança, querida?
SS: Com toda certeza – sorriu.

Ele a segurou firme na cintura fina da amada e, encostando a cabeça nos pescoço delicado dela, deixou-se embriagar no perfume gostoso que emanava da pele dela. Ambos fecharam seus olhos e permitiram-se flutuar pela noite estrelada sem tirar os pés do chão. Ao som de uma doce canção, o apaixonado casal repetiu seus votos de amor eterno, prometendo amar um ao outro para sempre, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Em casa, depois que se despediram dos meninos, que iriam dormir, o casal seguiu para o quarto. Grissom ia tirando as peças de roupa para tomar um banho. Sara retirou o vestido e, apenas de calcinha, sentou-se na cama e sorriu para seu homem. O supervisor olhou para a mulher sem entender direito.

GG: Que sorriso é esse, honey?
SS: Não percebe? Eu te quero!
GG: Tem certeza? Não está sentindo nenhuma dor, nenhum desconforto?
SS: Sim, estou.
GG: Onde está a dor? – Grissom se assustou.
SS: Na verdade, não é dor. É uma grande vontade de te amar nessa cama... – ela massageou a cama com uma das mãos, convidando-o para se aproximar dela.

Grissom, sentindo um clima de paixão no ar, desafivelou o cinto, deixando a calça frouxa, para que sua amada pudesse completar o serviço. Ainda que Sara estivesse mais magra que o de costume, o supervisor a amava com loucura, com desejo, com paixão... Ele a beijou e os dois se deitaram na cama, iniciando o ritual que sempre fez parte de sua história de amor. Entre beijos e carícias, Grissom, absorvido pelo amor de Sara, ainda conseguiu raciocinar a tempo para pegar uma camisinha no criado-mudo. Afinal, sua mulher não poderia ficar grávida, pelo menos não naquele momento. Sara o auxiliou na deliciosa tarefa e ele então foi com tudo para dentro dela. Literalmente. Nos devidos cuidados, Grissom e Sara se amaram exaustivamente, e o orgasmo foi intenso, com gemidos quase silenciosos, com beijos molhados e muitas juras de amor quando os corpos se grudaram, recuperando toda a energia gasta na transa espetacular. Definitivamente, eles nasceram um para o outro, e o amor que dividiam era maior que tudo. E seria esse amor que os fariam suportar com mais resignação tudo o que estava por vir. Na manhã seguinte, Sara acordou com muita febre e sentindo dores pelo corpo. Sem esperar, Grissom a levou imediatamente para o hospital. Qualquer minuto a mais poderia ser fatal.

Dra: Você fez bem em trazer sua esposa logo, senhor Grissom. Na última consulta, os exames de sangue da senhorita Sidle revelaram números de plaquetas excessivamente baixas, o que nos faz compreender a gravidade do problema. Lamento dizer isso, senhorita Sidle, mas como médica, meu dever é dizer sempre a verdade aos meus pacientes.
SS: Eu entendo, doutora, e compreendo a situação em que me encontro.
GG: Qual o próximo passo?
Dra: Começar a quimioterapia o mais rápido possível, para ver se só com esse tratamento será possível curá-la, sem a necessidade de um transplante. Você se sente melhor, senhorita Sidle?
SS: Acho que sim, doutora.

Sara estava tão fragilizada que nem tinha forças pra estender qualquer frase. Grissom, mais uma vez dando provas de seu amor pela perita, disse que ficaria quantos dias fossem necessários ao lado dela. Ligou para Catherine avisando do ocorrido. Começava ali uma batalha que iria se estender por tempo indeterminado, com final que poderia ser bom ou mal. Era a luta do amor contra uma doença cruel e silenciosa. E Grissom lutaria com tudo que tivesse para que, no final, Sara vencesse a doença. Enquanto Sara era medicada, Grissom ligou para Catherine.

CW: Willows.
GG: Catherine, preciso de um favor seu.
CW: O que foi, Gil? Como Sara está?
GG: Apenas me escute. Gostaria, se for possível, que você levasse as crianças para a sua casa. Além de dar uma folga à babá, prefiro mantê-las afastada do ambiente de hospital que vai se instalar em casa, mesmo que Sara fique alguns dias internada. Pode ser?
CW: Claro!
GG: Vou ligar para Lilly avisando-a e você passe em minha casa e pegue meus filhos.
CW: Como Sara está?
GG: A médica achou por bem interná-la esta noite pois ela não se sente bem.
CW: O quadro de saúde dela está se agravando?

Grissom deu um longo suspiro antes de responder.

GG: Deus queira que não. Eu não suportaria a idéia de perdê-la...
CW: Não irá, eu te garanto.

Depois que desligou o celular, Grissom sentou-se no sofá da sala de espera. Pouco depois a médica reapareceu.


  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

0 comentários:

Postar um comentário