GG: É
curável?
Dra:
Sim, é potencialmente curável, mas apenas uma pequena parcela dos doentes é
curada com a terapia utilizada atualmente. Usualmente o tratamento inicia com quimioterapia, visando a induzir à remissão, embora grande parte dos doentes
necessite de um transplante de medula óssea para alcançar a cura. Iremos iniciar o tratamento
com quimioterapia, com medicamentos fortes, afim de combater as células
presentes em seu linfoma. Conforme formos observando sua reação ao tratamento,
analisaremos se será necessário ou não o transplante.
SS: Não
há chance de não fazer o transplante?
Dra:
Veja bem, a indicação para o transplante depende do tipo, o estágio da doença e
da idade do paciente, que deverá estar preferencialmente em remissão, ou seja,
com a doença controlada. Não são
todos os pacientes portadores de leucemia ou linfoma que têm indicação para
realização de transplante. Os critérios para a realização do transplante estão
estabelecidos em protocolos aprovados pelos Comitês de Ética. Vamos fazer uma busca por um doador compatível
com sua medula, afim de que você possa se recuperar rapidamente.
SS:
Certo, doutora.
Depois
que Sara se vestiu, Grissom a levou para casa. Durante o trajeto, ele percebeu
que a mulher estava um pouco tensa.
GG: Não
fique nervosa, vai ficar tudo bem. Você vai ficar curada.
SS: Com
a quimioterapia, meus cabelos irão cair. É provável que eu fique
irreconhecível.
GG: Você
não deixará de ser a Sara Sidle por isso. Sabe muito bem que na quimioterapia o
cabelo cai porque esse tratamento atua para impedir a divisão celular. O cabelo
ou qualquer pelo do corpo cresce por divisão celular. E pelo que li,
normalmente o paciente perde os cabelos no 15º dia após a primeira sessão de
quimioterapia.
SS: Bom,
se for para me curar...
GG: É
isso mesmo, querida!
SS:
Espero que não tenha vergonha de mim quando me vir careca...
GG: Ah
honey... – suspirou – Se soubesse o quanto sinto vergonha de mim quando soube
que você ainda me queria e eu nada fiz para me aproximar de seu coração... Fui
um covarde! Mas quero que saiba que nunca deixarei de estar ao seu lado. Sou
seu homem, seu amante, seu amigo e companheiro. Mais do que nunca, saiba que eu
te amo!
Dois
dias mais tarde, com Sara já recuperada do aborto espontâneo, Grissom, à noite,
levou-a a um certo lugar. Ambos estavam bem vestidos, ele todo de preto,
elegante num terno, e ela em um vestido azul royal, com salto prateado e
presilhas de borboleta em prata nos cabelos. Era um restaurante elegante, e da
sacada, em plena noite de luar e estrelas, podia-se avistar as luzes de Vegas.
Ele fez um convite o qual Sara não se negou a aceitar.
GG: Me
daria o prazer dessa dança, querida?
SS: Com
toda certeza – sorriu.
Ele a
segurou firme na cintura fina da amada e, encostando a cabeça nos pescoço
delicado dela, deixou-se embriagar no perfume gostoso que emanava da pele dela.
Ambos fecharam seus olhos e permitiram-se flutuar pela noite estrelada sem
tirar os pés do chão. Ao som de uma doce canção, o apaixonado casal repetiu
seus votos de amor eterno, prometendo amar um ao outro para sempre, na alegria
e na tristeza, na saúde e na doença. Em casa, depois que se despediram dos meninos, que iriam dormir, o casal seguiu para o
quarto. Grissom ia tirando as peças de roupa para tomar um banho. Sara retirou
o vestido e, apenas de calcinha, sentou-se na cama e sorriu para seu homem. O
supervisor olhou para a mulher sem entender direito.
GG: Que
sorriso é esse, honey?
SS: Não
percebe? Eu te quero!
GG: Tem
certeza? Não está sentindo nenhuma dor, nenhum desconforto?
SS: Sim,
estou.
GG: Onde
está a dor? – Grissom se assustou.
SS: Na
verdade, não é dor. É uma grande vontade de te amar nessa cama... – ela
massageou a cama com uma das mãos, convidando-o para se aproximar dela.
Grissom,
sentindo um clima de paixão no ar, desafivelou o cinto, deixando a calça
frouxa, para que sua amada pudesse completar o serviço. Ainda que Sara
estivesse mais magra que o de costume, o supervisor a amava com loucura, com
desejo, com paixão... Ele a
beijou e os dois se deitaram na cama, iniciando o ritual que sempre fez parte
de sua história de amor. Entre
beijos e carícias, Grissom, absorvido pelo amor de Sara, ainda conseguiu
raciocinar a tempo para pegar uma camisinha no criado-mudo. Afinal, sua mulher
não poderia ficar grávida, pelo menos não naquele momento. Sara o auxiliou na
deliciosa tarefa e ele então foi com tudo para dentro dela. Literalmente. Nos
devidos cuidados, Grissom e Sara se amaram exaustivamente, e o orgasmo foi
intenso, com gemidos quase silenciosos, com beijos molhados e muitas juras de
amor quando os corpos se grudaram, recuperando toda a energia gasta na transa espetacular. Definitivamente,
eles nasceram um para o outro, e o amor que dividiam era maior que tudo. E
seria esse amor que os fariam suportar com mais resignação tudo o que estava
por vir. Na manhã seguinte, Sara acordou com muita febre e sentindo dores pelo
corpo. Sem esperar, Grissom a levou imediatamente para o hospital. Qualquer
minuto a mais poderia ser fatal.
Dra:
Você fez bem em trazer sua esposa logo, senhor Grissom. Na
última consulta, os exames de sangue da senhorita Sidle revelaram números de
plaquetas excessivamente baixas, o que nos faz compreender a gravidade do
problema. Lamento dizer isso, senhorita Sidle, mas como médica, meu dever é
dizer sempre a verdade aos meus pacientes.
SS: Eu
entendo, doutora, e compreendo a situação em que me encontro.
GG: Qual
o próximo passo?
Dra:
Começar a quimioterapia o mais rápido possível, para ver se só com esse tratamento
será possível curá-la, sem a necessidade de um transplante. Você se sente
melhor, senhorita Sidle?
SS: Acho
que sim, doutora.
Sara
estava tão fragilizada que nem tinha forças pra estender qualquer frase.
Grissom, mais uma vez dando provas de seu amor pela perita, disse que ficaria
quantos dias fossem necessários ao lado dela. Ligou
para Catherine avisando do ocorrido. Começava ali uma batalha que iria se
estender por tempo indeterminado, com final que poderia ser bom ou mal. Era a
luta do amor contra uma doença cruel e silenciosa. E
Grissom lutaria com tudo que tivesse para que, no final, Sara vencesse a doença.
Enquanto Sara era medicada, Grissom ligou para Catherine.
CW:
Willows.
GG:
Catherine, preciso de um favor seu.
CW: O
que foi, Gil? Como Sara está?
GG:
Apenas me escute. Gostaria, se for possível, que você levasse as crianças para
a sua casa. Além de dar uma folga à babá, prefiro mantê-las afastada do
ambiente de hospital que vai se instalar em casa, mesmo que Sara fique alguns
dias internada. Pode ser?
CW:
Claro!
GG: Vou
ligar para Lilly avisando-a e você passe em minha casa e pegue meus filhos.
CW: Como
Sara está?
GG: A
médica achou por bem interná-la esta noite pois ela não se sente bem.
CW: O
quadro de saúde dela está se agravando?
Grissom deu
um longo suspiro antes de responder.
GG: Deus
queira que não. Eu não suportaria a idéia de perdê-la...
CW: Não
irá, eu te garanto.
Depois
que desligou o celular, Grissom sentou-se no sofá da sala de espera. Pouco
depois a médica reapareceu.
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