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Uma história de amor - cap. 5


GG: Honey...
SS: Não importa o que vai acontecer, Griss... Eu amo você!
GG: Não entendi, querida... Você sabe de alguma coisa?
SS: A médica me falou por alto, mas sei que não estou bem de saúde. Porém, nada disso me fará esmorecer, não permitirei que a dor derrube minha alma livre.
GG: Você me surpreende mais a cada dia, Sara. Desde o dia em que pus meus olhos nos seus, soube que encontrara uma mulher totalmente diferente das outras.
SS: Não sou diferente, só ajo como sou realmente, sem máscaras nem disfarces. Apenas Sara Sidle.
GG: E é um dos motivos pelos quais eu agradeço aos céus tê-la ao meu lado na cama todos os dias. Você trouxe vida e luz para a minha vida, não me imagino sem você, querida.
SS: Quero ir pra casa para ver nossos meninos.
GG: Você irá, te prometo isso.

Os dois ficaram se olhando, como se pudessem ler o que estava escrito nos olhos um do outro; como se assim um tirasse a dor do outro. Alguns minutos depois, a médica entrou no quarto.

Dra: Então senhorita Sidle, como se sente?
SS: Um pouco melhor.
Dra: Isso é muito bom. Amanhã pela manhã você fará a biópsia para comparar com o resultado do seu exame de sangue. Dependendo do que encontrarmos, iniciaremos um tratamento. Descanse bastante, ok?

Depois que a médica saiu, Grissom ligou para casa avisando à babá o que estava acontecendo. Muito gentil e paciente, a jovem disse que poderia ficar tranqüilo, que os meninos ficariam bem. Nick foi até a casa de Grissom para ajudar a namorada nos cuidados aos meninos. Durante a madrugada, Sara sentiu uma forte cólica e sentiu sangue escorrer, como se fosse menstruação.

GG: O que está sentindo, honey?
SS: Uma cólica muito forte. Por favor, chame a médica, Griss!

A médica veio logo, junto de uma enfermeira e começou a examiná-la.

Dra: Ela está tendo um aborto espontâneo. Precisamos levá-la para o centro cirúrgico imediatamente e fazer a curetagem. Senhor Grissom, aguarde aqui no quarto, sim?

Enquanto a mulher era levada, o supervisor ficou aflito, tenso, andando de um lado para o outro. Cerca de uma hora depois, a enfermeira trouxe Sara, anestesiada e dormindo, de volta para o quarto.Em seguida, a médica apareceu.

GG: Como Sara e o bebê estão, doutora?
Dra: Sua esposa está bem agora. O sangramento era de fato um aborto espontâneo. O bebê foi expulso do organismo por conta dessa célula presente no corpo da paciente. De qualquer forma, se sua esposa estiver com a mielóide aguda, teríamos de retirar o bebê do útero dela, pois ele não sobreviveria às sessões de quimioterapia, e aos fortes medicamentos usados no tratamento.

Grissom sentiu seu coração se espatifar como um vidro partindo. Sabia que Sara era uma mulher muito forte e guerreira, mas vendo-a dormir tão frágil e sensível física e psicologicamente, soube que teria de ser muito mais que o homem dela para apoiá-la em tudo.

Dra: Seria essencial que o senhor passasse a noite aqui com ela. Pela manhã ela passará por exames e os resultados sairão no mesmo dia. Como estou de plantão já há 24 horas, sairei às sete, mas a médica que entrará já está de sobreaviso, e cuidará muito bem de sua esposa.
GG: Certo!

Grissom quase não dormiu o resto da madrugada, atento a cada gemido da mulher amada, receoso se estivesse sentindo alguma dor. Mas o pouco que conseguiu fechar os olhos, sonhou com momentos inesquecíveis da vida dos dois; o primeiro encontro, em São Francisco, o primeiro sorriso, o primeiro beijo, a primeira transa... a primeira briga, as reconciliações na cama, a gravidez de Sara e o nascimento dos meninos. Cada vez que se lembrava desses momentos, Grissom sentia seu coração explodir de amor por Sara. Sim, ela era única e sempre seria. Foi com ela que teve as maiores e melhores emoções em sua vida, foi com ela que aprendeu a ser mais humano e menos frio e introspectivo. Com Sara, permitiu-se agir de maneira mais leve, agir como um menino de vez em quando, mostrar a ela o quanto a amava e a desejava.  Eram coisas assim que doença nenhuma iria tirar dos dois. E ele lutaria pela vida da mulher amada até o fim. Na manhã seguinte, Sara foi levada para o laboratório, para os exames médicos. Em seguida, foi levada de volta para o quarto, onde Grissom se encontrava, completamente acabado de não dormir direito.

GG: Como se sente, querida?
SS: Bem, apesar da agulhada nas costas.
GG: É para o seu bem.
SS: Você é quem não está nada bem. Olha só a sua cara! Abatido, cansado e provavelmente com muita fome...
GG: Estou sim, querida, mas quero ficar com você.
SS: Se não for pra casa descansar e comer, vai morrer antes!
GG: E você, vai ficar bem?
SS: Já passei por coisas piores, eu sou forte!

Grissom sorriu e deu um amoroso beijo nos lábios da mulher e saiu. Sara aproveitou a folga do marido e dormiu um pouco. Logo depois, a enfermeira trouxe o almoço, o qual a perita comeu sem reclamar, pois estava bem gostoso. Em casa, Grissom teve certo trabalho com os meninos.

SG: Cadê a mamãe, papai?
GG: Sean, ela está no hospital fazendo uns exames. Tão logo saia os resultados ela virá para a casa. Cadê seu irmão?
SG: Ele tá no quarto chorando. Tá com saudade da mamãe...

Grissom levantou-se do sofá e foi até o quarto, onde encontrou seu pequeno filho Kevin segurando uma foto de Sara e chorando baixinho. Sentou-se na cama, ao lado dele.

GG: Ela vai voltar pra casa, filho.
KG: Eu tô com saudade da mamãe...
SG: Deixa de ser chorão, Kevin!
KG: Eu quero a mamãe!
GG: Pare com isso, Sean! Seu irmão está sofrendo!

Ele virou-se para o filho choroso e o abraçou.

GG: Mamãe vai voltar logo pra casa. Ela está fazendo uns exames no hospital, mas vou ficar aqui com vocês, não sairei de perto de você e de seu irmão.
KG: Promete, papai?
GG: Prometo.

Grissom abraçou intensamente os dois filhos, tentando passar a eles segurança e força. Mas ele precisaria de muito mais força para encarar o que estava por vir. Na manhã seguinte, Grissom estava de volta ao hospital. Ao lado de Sara, recebeu as novidades por parte da médica.

Dra: Espero que fique mais animada. Você terá alta daqui a pouco, Sara.
SS: Que bom, doutora. Estou com muita saudade dos meus filhos.
Dra: Essa é a notícia boa. A outra que trago não é muito animadora.
GG: Do que se trata? – Grissom levantou a sobrancelha.
Dra: Saíram os resultados da biópsia em sua medula óssea, senhorita Sidle. Ao que tudo indica, com 99% de certeza, você está com Leucemia Mielóide Aguda, também conhecida como leucemia mielogênica aguda, é um tipo de câncer da linha mielóide dos glóbulos brancos, que se caracteriza pela rápida proliferação de células anormais e malignas os blastos que não amadurecem e não desempenham sua função que se acumula na medula óssea, interferindo na produção normal de células sanguíneas. É o tipo mais comum de leucemia aguda que afeta adultos, e sua incidência aumenta com o envelhecimento.

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