GG:
Não precisa ficar assim. Eu entendo como você se sente.
Sara
olhou-o com olhos repletos de tristeza.
GG:
Sara, nada do que disser vai me fazer amá-la menos do que eu a amo. O que esse
sujeito fez com você é criminoso, mas não vai me fazer deixar de te amar. Você
é a mãe das minhas filhas, é a mulher que eu quero para a vida toda, entende?
SS:
Entendo, Griss...
Eles
chegaram em casa e Sara foi correndo para as filhas. Beijou-as muito, e ficou
no quarto com elas. Grissom fez menção de sair.
SS:
Onde você vai?
GG:
Há uma coisa que eu preciso resolver. Volto logo.
Ele
pegou o carro e seguiu para um determinado lugar.
Hank
acabara de tomar banho quando ouviu a campainha tocar. Abriu e deu de cara com
o Grissom, olhando-o muito sério, que com a barba, ficava com expressão de mau.
HP:
Grissom?
GG:
Chegou a hora da gente ficar cara a cara!
HP:
Já estamos, não?
Grissom
levantou a sobrancelha.
HP:
Quer entrar?
GG:
Não, obrigado. O que tenho a falar com você não levará muito tempo.
HP:
Diga – disse com expressão tranqüila.
GG:
O que você fez com Sara?
HP:
A que você se refere?
GG:
Você a violentou! Isso não lhe diz nada?!
HP:
Eu não a estuprei, apenas fiz sexo com ela.
GG:
Não é o que o corpo de delito disse.
HP:
Você a examinou?
GG:
A médica sim. E você foi tão canalha que... – Grissom bufou e teve de ser forte
pra continuar – Você ainda teve a canalhice de não usar camisinha e deixar seu
esperma dentro de Sara!
HP:
E qual o problema?!
O
supervisor estava a ponto de explodir, pela cara-de-pau de Hank, mas manteve-se
seguro e firme. Até porque Brass apareceu logo em seguida.
JB:
Senhor Peddigrew?
HP:
Você também por aqui?
JB:
É, o dia estava tão bom que resolvi dar um pulo até sua casa.
HP:
O que você quer?
JB:
Soube que você andou agindo como um animal e vim para levá-lo até a delegacia.
HP:
Eu não estuprei ninguém!
JB:
Como meu amigo Grissom diz, as evidências não mentem. E está provado que houve
relação não-consensual. O que significa que você está numa fria, meu rapaz!
Hank
bufou, mas não teve outra saída. Segurado por Brass, foi levado para a
delegacia. Com a denúncia de estupro, o fortão foi condenado a dez anos de
prisão em regime fechado. Apesar de tudo, Sara não ficou contente.
GG:
Não te traz alívio a prisão do Hank?
SS:
Um pouco, mas penso na Ellen. O que direi a ela?
GG:
Você não tem que contar sobre a prisão para a menina, ela não vai entender.
Diga apenas que o pai foi viajar e que voltará um dia. E
Ellen não sentirá falta de amor e carinho, nós estaremos sempre perto dela.
SS:
Obrigada por considerá-la sua filha.
GG:
Eu não seria digno de ser homem se não agisse assim. E por amor a você, faço
qualquer coisa, honey...
Sara
sorriu e encostou sua cabeça no peito nu de Grissom. Os dois ainda se amaram
muito naquela noite, trazendo de volta a felicidade para o lar e a cama dos
dois. Ele havia explicado a ela sobre as normas, e Sara não retornou ao lab,
para que Grissom não sofresse inquérito administrativo mais uma vez – na
primeira, Ecklie relevou, a muito custo, mas uma segunda vez ele não permitiria
mais. Ela,
então, passava os dias cuidando das lindas filhas. E era trabalho em dobro,
pois Anne já engatinhava e ensaiava seus primeiros passinhos, aos oito meses de
idade. Estava cada dia mais parecida com o papai Grissom, gorduchinha e com os
olhos mais azuis e brilhantes do mundo. E sapeca feito a mãe. Algumas
semanas mais tarde, durante uma transa com Grissom, Sara começou a sentir
mudanças em seu corpo. Os seios doíam, e cada toque das enormes e fortes mãos
de seu homem, a faziam ver estrelas. Depois do intenso orgasmo, corpos suados e
respiração acelerada, os dois amantes permaneceram entre beijos e carícias.
GG:
O que há com você, honey?
SS:
O que?
GG:
Toda vez que toco em seus seios você parece não gostar, ou sentir alguma
espécie de dor. Você está pra ficar menstruada?
SS:
Pode ser que sim, ainda não desceu...
Na
verdade, Sara estava sentindo um forte enjôo, mas não quis comentar com
Grissom. Ainda mais depois do estupro. Naquela
semana, um fato inusitado aconteceu. Um remanescente de uma quadrilha presa há
meses fora preso e exigiu ser interrogado por Sara, senão não iria colaborar.
Ele a esperava por lá. Assim
que chegou ao lab, foi muito bem recepcionada pelos amigos de equipe.
GS:
Sarinha! Isso aqui sem você não tem a menor graça!
SS:
Saudades, Greg!
NS:
Viu só como você é importante aqui? O suspeito exige a sua presença!
SS:
Bom, vou ver o que eu posso fazer...
Catherine,
muito observadora, chegou perto da amiga e comentou, em voz baixa:
CW:
Depois eu quero falar com você, pode ser?
SS:
Tá.
Sara
entrou para a sala de interrogatório com Brass e ficou cerca de meia-hora por
lá. O criminoso era muito petulante, arrogante e desafiador. Mas foi preso sem
a menor chance de fiança. A perita saiu de lá estressada, e foi amparada por
Grissom.
GG:
Está tudo bem?
SS:
Acho que sim. Só preciso descansar um pouco.
Os
dois seguiram para a sala de convivência.
GG:
Quer café, amor?
SS:
Não. Por favor, afaste esse café de mim, não suporto o cheiro.
Catherine
chegou naquele momento e flagrou a expressão de nojo da amiga.
CW:
Ei, que cara é essa, Sara? Não quer comer?
SS:
Não quero beber café, o cheiro está me incomodando.
CW:
Sei...
GG:
Meninas, estarei na minha sala.
Assim
que Grissom saiu...
CW:
Escuta, eu não queria comentar na frente do Gil, mas quando te vi, assim que
você chegou ao lab, percebi que tem algo diferente em você.
SS:
O que tenho de errado na minha cara? Alguma espinha?
CW
(rindo): Não, não é disso que eu falo.
SS:
Ah...
CW:
Você está grávida de novo, não está?
SS:
Eu?! De onde você tirou essa idéia absurda?
CW:
Nós duas já ficamos grávidas, querida, sabemos como essas coisas acontecem, e
como ficamos. Seu rosto está um pouco inchado, seus seios estão maiores –
admita você ou não.
SS:
Bom...
CW:
Me diga: quando você e Gil transam e ele toca seus seios, você tem sentido dor?
SS:
Cath! Isso é muito pessoal!
CW:
Ok, esqueça o sexo, quando ele toca seus seios você tem sentido dor?
SS:
Sim. Parecem dois balões de aniversário cheios de água. Se
apertar, é capaz de sair leite!
CW:
Acho melhor fazer um exame de farmácia a princípio, para confirmar, daí... é
correr para o abraço.
SS:
Não havia pensando nisso ainda.
CW:
Não?!
SS:
Não, porque não havia pensado nessa história de gravidez. Mas
vou fazer o que você me falou.
Naquela
noite, Sara ficou um bom tempo de olhos abertos, pensando na possível gravidez.
Grissom já havia pegado no sono e roncava profundamente. Ela tinha muitas
relações com seu homem, mas o estupro de Hank a deixou apreensiva. E se o bebê
fosse dele e não de Grissom? Como olharia nos olhos dele e de todos? A
ansiedade ficou tão evidente em Sara que ela acabou saindo às seis da manhã
para ir até a farmácia. Voltou pra casa e encontrou Grissom com Ellen no colo.
Ela havia acordado chorando e queria o “papai Griss”.
SS:
Ei, o que essa mocinha está fazendo acordada tão cedo?
EP:
Eu quelia ficar com o papai Guissom.
A
perita deu um sorriso e beijou seus dois amores que estavam ali. O
outro tesouro, a pequena Anne, dormia feito um anjo no bercinho. Em
seguida, foi para o quarto. Fez o teste no banheiro privado do casal. Minutos depois,
com a confirmação de “positivo”, Sara viu-se sem saber o que fazer. Diria ou
não a respeito ao homem que amava? O que ele poderia dizer ao saber? E se o bebê... A
princípio decidiu manter sigilo sobre a gravidez, mas, com dois meses de
gestação, os enjôos ficaram tão fortes e evidentes que Grissom foi direto ao
assunto:
GG:
Sei que está grávida, honey.
SS:
Sabe porque?
GG:
Esqueceu que as evidências não mentem? – levantou a sobrancelha.
SS:
Alguém te contou?
GG:
Você mesma, e Catherine falou alguma coisa por cima.
SS:
Ela tinha que abrir a boca?!
GG:
Ela fez bem. Você iria esconder isso de mim?
SS:
Não... Você não entende... Essa criança... – Sara estava aflita e andava de um
lado para o outro no quarto.
GG:
Essa criança pode ser do Hank, não é?
A
perita olhou para o amado já em lágrimas. Apaixonado, ele se aproximou dela e a
acariciou da forma mais carinhosa que sabia, a fim de acalmá-la.
SS:
Griss...
GG:
Eu já te disse e direi outra vez: nada do que você me disser me fará amá-la
menos do que eu já amo, honey. Eu tenho certeza de que essa criança é minha,
mas se não for... será do mesmo jeito. O
culpado por isso já foi preso e não poderá lhe fazer mais nenhuma mal. Seremos
felizes, você, eu, Ellen e Anne. E ninguém poderá nos tirar isso o que somos:
uma família.
Com
lágrimas escorrendo no rosto, Sara deu um sorrisinho torto e depois fez o
biquinho charmoso de sempre. O beijo de amor selou de vez uma história que
nascera para ser linda. E no ventre da perita, uma vozinha dizia: “você é meu
pai”.
Fim
1 comentários:
Adorei essa Fanfic!!! Só consegui ler a parte final hoje! <3
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