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Segredos inconfessáveis - cap. 7


SS: Para que nunca se esqueça de nada. Eu não posso falar mais nada, preciso ir. Diga aos outros que amo todos eles. Adeus, Grissom!

Sara saiu da sala antes que ele a visse chorar. O supervisor ficou completamente sem saber o que dizer. Mesmo tendo um caso pesado pela frente, ele não conseguiu deixar de pensar em Sara e no que ela disse. E estava torcendo para que voltassem logo para o lab, pois tinha uma peça que não estava se encaixando, e percebeu que Ecklie tinha alguma coisa a ver com o mistério que estava rondando sua mente. Ao voltar ao lab, horas mais tarde, Grissom foi direto à sala de Ecklie.  Catherine e Warrick, que haviam retornado de sua cena de crime, notaram a agitação no supervisor.

WB: É impressão minha ou está acontecendo algo que não estamos sabendo?
CW: Se bem conheço o Gil, está acontecendo sim. Só não sei se ele nos dirá.

Ecklie olhava alguns relatórios quando Grissom adentrou-se.

CW: Não bate mais antes de entrar não é?
GG: Guarde suas ironias para si. Quero que me responda uma coisa.
CE: Diga.
GG: O que você disse à Sara para que ela saísse do lab?
CE: Mas por que você acha que eu sou o culpado por tudo o que acontece àquela teimosa?
GG: Deve ser porque você é a pessoa que a odeia aqui dentro. O que você disse a ela?
CE: Não disse nada! Não tenho nada a ver com as decisões dela.
GG: Sara não pediria demissão do nada!
CE: Ela lhe disse o motivo?
GG: Não, e isso me deixa intrigado.
CE: Já falei, Gil, não tenho nada a ver com as maluquices da Sidle!

Grissom arqueou a sobrancelha e saiu da sala, ainda desconfiado, mas sem qualquer prova. Ecklie bufou e, alguns minutos depois, foi embora. Grissom, que ainda se encontrava no lab propositalmente, esperou o momento certo para entrar na sala do chefe. Tinha uma certa desconfiança de que encontraria alguma coisa por ali. Alguns minutos depois, mexendo em uma das gavetas, encontrou o que Ecklie, assim como Sara o fizera antes, esquecera: o diário! Ao abri-lo, viu que ele pertencia a Sara. Guardou-o dentro do casaco e saiu. Foi para casa e, depois de um banho gelado, deitou-se na cama para ver o que ela havia escrito que provocara sua demissão. Leu a parte onde Sara relatava seu primeiro contato com Grissom, ainda em São Francisco, falava das emoções vividas perto dele, das noites de amor que tiveram, do reencontro...

“Depois de tanto tempo, acabei reencontrando o homem da minha vida. E ele continua bonito como sempre! A diferença é que o tempo passou, claro, os cabelos estão grisalhos, mas os olhos continuam azuis como o alto-mar... Aqueles olhos que me olhavam tão gulosos quando me viram pela primeira vez... E devo dizer que todo o sentimento que estava adormecido reacendeu, despertou para se intensificar ainda mais”.

Grissom olhou mais adiante e encontrou outras confissões escritas em letras tão caprichadas, escritas com paixão.

(...) “Amo Grissom com todo o meu coração, mas penso que este amor será sempre platônico, pois talvez eu não seja mulher para ele. Talvez, tudo o que vivemos em São Francisco não passe de lembranças e permaneça apenas no passado...”

Depois de ler a confissão, Grissom levantou a cabeça e sentiu o estalo: Sara o amava, em silêncio, em segredo, ha muito tempo! E onde ele esteve esse tempo todo que não percebeu que a mulher mais maravilhosa que já conhecera estava bem à sua frente e o amava com intensidade? Sabendo que também a amava e que ela estava indo embora, percebeu que, se não fizesse nada, a perderia para sempre. Acertaria as contas com Ecklie mais tarde, mas primeiro, iria atrás da mulher amada. Mesmo cansado pelo turno cansativo, Grissom correu com o carro até o apartamento da perita. Tocou na campainha diversas vezes. Nenhuma resposta. Um vizinho de Sara, ouvindo a campainha, abriu sua porta e disse a Grissom:

##: O senhor está procurando a senhorita Sidle?
GG: Estou. Você a viu?
##: Sim, ela saiu há mais ou menos uma hora.
GG: Reparou se ela levava alguma bolsa ou uma mala?
##: Sim, ela levava uma mala bem grande.
GG: Obrigado!
##: De nada.

Grissom imediatamente pensou no aeroporto. Provavelmente Sara voltaria às suas raízes, à cidade que mais amava no mundo, São Francisco. Chegou e ficou aborrecido porque estava lotado de pessoas indo e vindo. Procurou por Sara e não a localizou no balcão de check-in. Perguntou a uma funcionária da empresa aérea que fazia o vôo Vegas-São Francisco, e ela confirmou que uma passageira com o nome de Sara Sidle havia feito o check-in. De repente, uma funcionaria do aeroporto disse, pelo auto-falante: “Atenção, senhores passageiros do vôo 793 da American Airlines com destino a São Francisco, embarque no portão 45. O vôo sairá em cinco minutos”. Sara entrou no avião e acomodou-se em sua poltrona. Olhou pela janela e deu um breve suspiro. Agora era ela quem estava deixando para trás um amor. Agora, quem ficaria para trás seria Grissom. Ficou pensando no que poderia ter sido mas não chegou a acontecer...
Com todos os passageiros acomodados, o avião se preparava para partir. Sara encostou a cabeça na poltrona e ensaiava um cochilo quando ouviu uma voz muito conhecida:

GG: Sara!

Ao abrir os olhos, levou um susto: era Grissom no avião!

SS: Grissom? Você ficou maluco?! O que faz aqui no avião?
GG: Eu não posso deixá-la ir, Sara...
SS: Como te deixaram entrar?
GG: Querida... Esqueceu que somos da polícia?
SS: Tá, mas... O que você veio fazer no meu vôo? Vai para São Francisco?
GG: Não, eu vim te buscar!

Ela olhou arregalada, incrédula para ele. Os passageiros sorriam, encantados com o quase-casal.

SS: Veio me buscar? Porque?
GG: Porque eu te amo!

Sara teve uma crise de tosse, pelo susto daquela declaração inesperada. Os passageiros aplaudiram e Grissom sorriu satisfeito.

GG: Então, Sara, o que me responde?
SS: Eu... eu não sei o que dizer, Grissom!

O comandante da aeronave apareceu no corredor, pedindo que se apressassem porque o avião tinha de levantar vôo.

GG: Está vendo? Não temos muito tempo! Se você se for, vai deixar para trás tudo o que vivemos em São Francisco. Mas se ficar... podemos fazer um novo começo.
SS: Você está falando sério, Grissom?
GG: Tão certo como as estrelas que estão surgindo no céu neste momento.

Uma passageira, emocionada com a declaração do supervisor, sugeriu à perita:

##: Anda, fica com ele. Não perca seu tempo!

Sara abriu o sorriso que deixava à mostra seus dentinhos separados e se levantou da poltrona. Grissom a pegou pela mão e ouviu aplausos e pedidos de “beija, beija!”. Os dois fizeram negativo com a cabeça e saíram do avião, que ainda levou mais um tempo para sair para que retirassem a bagagem de Sara do compartimento. Ao sair do aeroporto, próximos ao carro de Grissom, os dois se olharam e uma atmosfera de paixão estava no ar.

SS: Grissom...

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