Os
dois permaneceram em silêncio até retornar ao lab. Enquanto dirigia, Grissom
tentava digerir as palavras de Sara sobre seu direito a ter uma vida. Ele
desejava que ela o incluísse nela, mas por outro lado, ela sonhava que ele
desejasse fazer parte da vida dela da maneira que ela desejava. Era uma relação
complicada sem mesmo haver envolvimento físico. Ambos se desejavam mas um muro
de medo entre eles os separavam. No lab, Sara foi direto analisar as
evidências; algumas ela deixou com Wendy e outras ela levou para outra sala.
Estava só e até preferia, assim se concentrava no trabalho e não pensava em
Grissom. Ao terminar as análises, foi para o locker, tirou o diário de sua
bolsa e sentou-se no banco, escrevendo algumas coisas.
“G. teve uma reação estranha hoje durante a perícia em uma cena de crime. Ele olhava para Hank de maneira não muito amistosa, e me olhava de maneira como se eu tivesse cometido algum crime. Crime eu cometo é por ainda nutrir sentimentos por ele, que não liga a mínima se eu estou feliz ou triste. Nem sequer imagina que eu o amo em silêncio e que o desejo ardentemente. Mas G. disse muito bem que eu merecia ter uma vida fora do lab. Ele me disse querendo dizer que essa vida seria com outra pessoa, não com ele. E como ando meio solitária, por que recusar ao convite de Hank para jantar? E se rolar uns beijos, não estarei cometendo crime nenhum. Apenas fingindo que sou feliz. E isso é crime?”
Sempre que terminava de escrever, Sara sentia o peito se agitar. Era como se o coração subisse e descesse como uma montanha-russa. Sentimentos intensos que se misturavam por dentro e a deixavam à flor da pele. Às vezes deixava as lágrimas rolar, pois era quando não conseguia conter a dor emocional. Tratou de guardar rapidamente o diário na bolsa, trancou o armário e voltou para a sala de convivência, onde Catherine, Nick e Grissom se encontravam.
CW: Ei, onde você estava, Sara?
SS:
Me procurava?
CW:
Queria saber se está a fim de sair pra jantar hoje.
SS:
Hoje? E quem vai a esse encontro?
NS:
Já confirmei presença!
CW:
Você é sempre o mais animadinho, Nick!
NS:
É claro, a gente só rala, e quando tem um dia de folga, é pra comemorar!
SS:
Vai mais alguém?
CW:
O Warrick também confirmou presença.
Sara olhou para Grissom, na expectativa de ver se ele também iria.
GG: Desculpe, não poderei ir. Tenho outros assuntos para cuidar. Fica para a próxima – e saiu apressado da sala.
NS:
Que bicho mordeu o Grissom?
CW:
Ah, não esquenta! O Gil tem essas esquisitices muitas vezes. Mas então, Sara,
você vai?
SS:
Não poderei ir, já tenho compromisso. Fica para a próxima.
CW:
Encontro, é?
Sara apenas sorriu e saiu da sala. No horário marcado, ela e Hank se encontraram. Ele estava charmoso em um blazer cinza escuro e jeans, e Sara, linda em um vestido preto, o qual havia tempos que não usava. Os dois seguiram para um restaurante.
HP: Sabe que não levei muito a sério quando você topou sair comigo?
SS:
Algum problema?
HP:
Não acreditava que você fosse aceitar.
SS:
E porque não?
HP:
É como se algo a prendesse. Como se você estivesse intimamente ligada a alguma
coisa ou a uma pessoa.
SS:
Bobagem, não estou presa a ninguém.
HP:
Então, será que a gente teria alguma chance?
SS:
Aonde você quer chegar, Hank?
HP:
Já tem muito tempo que estou na paquera com você, te admiro muito, sabe?
SS:
Admira?
HP:
É. Acho você uma mulher linda, é uma grande csi e acho que você estar sozinha é
um desperdício.
SS:
Talvez porque eu não queira estar com ninguém agora.
HP:
Eu não tenho chance com você então?
SS:
Nunca disse isso.
Hank sentou-se mais próximo de Sara e ela percebeu que o clima estava esquentando. Ele a tocava com desejo, deslizando os dedos no rosto dela e em seguida no pescoço.
SS: Estamos em um restaurante, Hank!
HP:
Podemos ir para outro lugar...
SS:
Viemos jantar, esqueceu?
HP:
Não, não me esqueci.
O loiro sorriu e os dois fizeram os pedidos. Só que havia um problema: Hank conseguia se controlar na bebida, mas Sara não, até por ser dependente química. E eles beberam várias garrafas de cerveja. Ao sair do restaurante, a perita estava visivelmente alterada. Para evitar ser parado e enfrentar o bafômetro, como policial que era, Hank usou uma estrada secundária para ficar a sós com Sara. Foram para em uma floresta no limite de Vegas. Como era noite e o local era deserto, seria o lugar perfeito para uma transa. Sara estava tão bêbada que não falava coisa com coisa. E Hank, espertamente, aproveitou-se da situação para satisfazer seus desejos. Parou o carro entre árvores, em um lugar onde quem passasse pela alto-estrada não conseguiria enxergar o veículo. Tirou a perita do banco do carona e a levou para o banco de trás.
SS: Para onde você... você está me levando, Hank? – disse com voz embargada pela alteração por álcool.
HP:
Vamos descansar um pouco aqui atrás, Sara.
HP:
E você está cansado?
HP:
Muito. E você também.
SS:
Está bem.
Cuidadosamente ele a deitou no banco e foi acariciando as pernas dela.
Em
seguida, passou a mão na calcinha da perita e sorriu maliciosamente. Foi
descendo-a até retirá-la por completo. Com a porta do carro fechada e o espaço
era pouco, Hank abriu as pernas de Sara e ele ficou agachado, com a calça
arriada, para em seguida, na maneira que era possível, penetrá-la. Cheio de
desejos, o loiro a beijava enquanto fazia movimentos intensos encima da perita,
que, mesmo alcoolizada, reagia aos estímulos dele e se entregava ao sexo.
Depois
do orgasmo, ele permaneceu um tempo por cima dela, que estava “apagada”. Alguns minutos depois, vestiu-se novamente e
pôs a calcinha em Sara novamente. Mas vendo que não poderia levá-la para a casa
dela naquele estado, levou-a para a própria casa. Hank
era policial e sabia que fazer sexo com alguém vulnerável (no caso de Sara,
bêbada), era estupro. Ele a queria, mas estava sem coragem para ir mais além
com ela de maneira normal. E usou de uma forma ilícita para conseguir saciar
seus desejos pela perita. Só que nem ele imaginava que teria graves
conseqüências para ambos...
No
meio do caminho, Hank decidiu se livrar de Sara e a deixou na calçada de um
bairro que, àquela hora da noite, estava deserto. Seguiu para casa cantando os
pneus enquanto a perita estava sentada, encostada na parede de um muro,
completamente inconsciente e abandonada à própria sorte. Definitivamente, Sara
não tinha muita sorte com o sexo masculino. A julgar por Hank, nenhuma sorte! Pela
manhã bem cedo, ocorrera um homicídio triplo em um bairro de classe média alta,
no qual todos os csi’s precisariam estar no caso. Grissom estava com Brass
presente ao local do crime. Catherine, Nick, Warrick e Greg também estavam por
lá, periciando e recolhendo evidências. O supervisor estava tenso, pois Sara
não aparecera.
GG:
Nenhum sinal de Sara, Nick?
NS:
Já liguei diversas vezes para a casa dela e nada. O celular está desligado.
JB:
Quer que mande alguém ver se ela está em casa?
GG:
Mais tarde eu passo lá. Ela deve estar doente.
Grissom
e os outros ficaram na investigação do triplo homicídio, mas a cabeça do
supervisor, vira-e-mexe ia até Sara. Ela sumira e não deixara recado, não avisara
e isso não era um bom sinal. Sua subordinada mais-do-que-preferida devia estar
em perigo e ele sem saber por onde começar. De fato, Sara não se encontrava
bem. Não estava em perigo, mas não estava nada bem. Despertou em um parque que
àquela hora da manhã ainda estava vazio. Ela despertara logo após Hank ter ido
embora e, cambaleando e sem noção de lugar, caminhou até chegar ao parque
municipal, onde adormeceu em um dos bancos. Estava tão alcoolizada que não
sentiu alguém mexer em sua bolsa e retirar sua carteira com dinheiro e seus
documentos. A bolsa ficara, mas a carteira fora roubada.
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