Catherine saiu da sala de programação e
Grissom ficou só, fazendo uma busca pelo carro do criminoso. Não demorou muito
e ele conseguiu localizar o carro. Nem ele acreditava que sua mulher pudesse
estar num lugar tão afastado assim. Voltou para a sala de convivência,
esbaforido.
GG: Catherine, avisou ao Brass?
CW: Sim, ele quer falar com você.
GG: Ótimo, vou falar com ele. E vocês,
preparem-se, vamos atrás de Sara e resgatá-la.
NS: Pode deixar, Grissom. Estamos nessa.
Grissom deu as coordenadas a Brass, que
logo delegou sua equipe para ir até o local onde Sara estava. E a equipe de
Csi’s se preparava para ir também. Àquela altura, Sara estava acordada, meio
zonza por causa da batida. E nervosa por ter levado um tapa do sujeito. Agora, sair dali era uma questão de vida ou
morte. Sabia que, se não fizesse nada, sua vida poderia chegar ao fim antes
mesmo do nascer do sol. Vasculhou pelos armários e eis que a sorte lhe sorrira:
um taco de beisebol. Com aquilo, poderia se livrar do bandido, pelo menos a
tempo de escapar dali. E não poderia falhar, iria esperar o momento certo. A
chance chegou quando ele foi até o quarto levar o lanche da tarde. Sara havia
escondido o taco num lugar estratégico.
AS: Você não merece, mas não vou matá-la de
fome. Precisa estar forte para agüentar as conseqüências de sua audácia. Aqui
está um lanche.
SS: Ãh... estou com um problema aqui.
AS: Qual é?
SS: Tem um bicho horrível no banheiro.
Parece uma cobra, e eu tenho pavor desse animal. Poderia ver pra mim?
AS: Ok, mas não tente fugir – ele trancou a
porta do quarto.
Assim que ele entrou no banheiro, Sara se
posicionou de maneira adequada, como uma Csi sabia. Ele voltou reclamando:
AS: Ei! Não tem nada no banheiro. O que...
Antes que ele pudesse terminar de dizer a
frase, Sara bateu com força na cabeça dele, fazendo com que ele desacordasse na
mesma hora. Assim que ele caiu, pegou a chave do bolso dele, abriu a porta e
saiu. Desceu as escadas e correu para fora da casa, para a liberdade.
Livrara-se momentaneamente do bandido, mas agora outro obstáculo lhe aparecia:
a tarde já estava indo embora, o sol estava quase se pondo e não tardaria a
escurecer. Olhou para o chão e viu marcas de pneus
vindo do lado esquerdo da casa, o que a levou a crer que vieram daquele lado.
Seguiu por este caminho, pelo menos iria seguir as marcas. No caminho encontrou
um pedaço de pau, pegou-o caso fosse necessário. Andou por uns dez minutos até
que encontrou uma bifurcação. E como já estava um pouco escuro, não conseguia
ver qual dos caminhos havia as marcas. Foi por um dos lados e seguiu em frente. Meia hora mais mais tarde, a equipe de Brass e
Grissom invadiu a casa. Adam, que tinha ouvido o barulho dos carros, saiu do
esconderijo e atirou. Não acertou em ninguém, e Brass acabou acertando-o no
ombro. Ele caiu da escada, indo parar aos pés de Grissom.
JB: Revistem a casa!
GG: Então foi você, seu cretino? Onde está
Sara?!
AS: E-ela não está aqui!
GG: Não minta! Foi você quem a seqüestrou,
nós sabemos disso!
AS: Seu idiota! Ao invés de procurá-la
aqui, deveria ir até a floresta, é pra lá que ela foi com certeza – ele urrava
de dor.
CW: Ele pode estar certo, Gil. E devemos ir
agora, se quisermos encontrá-la rápido. Já está escuro.
Um dos policiais da equipe de Brass
afirmara que Sara não estava por lá.
GG: Então ela se embrenhou no mato. Vamos
pra lá.
Grissom e os outros viram pegadas no chão,
que só podiam ser dela, e seguiram juntos até chegar a bifurcação.
CW: E agora? Por onde?
GG: Teremos que nos dividir. Quem encontrar
Sara primeiro, dê um tiro para o alto ou ligue para o outro. Nos encontramos na
entrada da bifurcação. Não podemos perder tempo.
Com exceção de dois policiais que ficaram
no carro com Adam, todos se mobilizaram para buscar Sara. Brass, Warrick, Greg
e os policiais que restaram foram para um lado, Grissom, Catherine e Nick por
outro, justamente no que ela havia entrado. Com armas e lanternas, as duas
equipes olhavam cada canto, ao deixando passar nenhum detalhe. Enquanto isso,
Sara ia caminhando devagar, quase parando, atenta aos barulhos. Sua sorte era
que a mata não era tão fechada, então a luz da lua iluminava o caminho. Andou
mais um pouco e encontrou uma clareira. Estava exausta e temia pelo bebê em sua
barriga. A fome e a sede eram grandes, sabia que precisava encontrar comida e
água. Perto da clareira havia uma pequena cabana. Sara bateu palmas, a fim de
que alguém a escutasse. Nada. A porta estava entreaberta, então entrou. Havia
alguns móveis de madeira, e uma cama. Exausta, acabou caindo nela e apagou. O que ela não esperava é que o dono
apareceu de repente, e a encontrou deitada em sua cama.
##: O que você está fazendo aqui?!
Com o grito, Sara despertou, assustada.
SS: Quem é você?
##: Eu é que te pergunto: o que faz na
minha cabana?
SS: Me desculpe, eu não saia que alguém
morava aqui. Estava fugindo de um bandido, entrei na
floresta e esta cabana foi minha salvação, estou com fome e sede.
##: Intrusa! Vou ensiná-la a não invadir a
minha cabana!
SS: Calma, senhor!
O homem foi pra cima de Sara com muita
raiva. Segurou o pescoço dela com as duas mãos, e bem forte. Ela estava
sufocando, não conseguia respirar.
GG: Largue a moça. Agora!
O homem virou-se e deu de cara com Grissom
apontando a arma para ele.
##: Ei, calma, eu não ia matá-la.
GG: Não é o que eu vi! Solte-a, já!
O homem soltou Sara, que caiu ao chão.
Imediatamente Grissom a socorreu, e os policiais prenderam o cara.
GG: Sara? Fale comigo, honey.
Ela estava fraca, faminta e sedenta, mas
teve forças para abrir os olhos e ver os olhos azuis de seu homem.
SS: Griss... – disse, com voz fraca.
GG: Não fala nada, honey – ele tocou os
lábios dela com cuidado.
CW: Acho que já podemos ir embora, Gil.
GG: Vamos sim. Está escuro e Sara está
fraca, precisa se alimentar. Avise Brass e os outros.
Grissom segurou Sara nos braços e então
seguiram rumo aos carros. Ele foi junto dela na suv, no banco de trás.
Abraçou-a e protegeu o corpo dela o tempo todo. Fazia carícias no cabelo dela,
demonstrando o quanto a amava. Levada ao
hospital, Sara ficou de observação. Na sala de espera, Grissom desabafou com
Catherine:
GG: Estou exausto.
CW: Não é pra menos, você andou à beça
procurando Sara. É justo querer ir pra casa e descansar. Aliás, porque não faz
isso?
GG: Quero vê-la antes de ir pra casa. Sara
estava tão fraca que pensei que... que fosse morrer... – ele tapou a boca com
um das mãos.
CW: Ei! Que isso?! Sara se salvou, ela foi
corajosa, deu uma pancada na cabeça daquele traste e ainda se embrenhou numa
floresta pra escapar dele. E ainda por cima grávida. Quer coragem maior do que
essa?
GG: Pensei tanto em nosso filho... Se algo
acontecesse com os dois, não sei o que seria de mim.
CW: Mas não aconteceu. Seu filho também foi
muito valente, e deu forças à mãe dele para que ela pudesse sobreviver. Minha
admiração por Sara só aumentou. E acredito que seu amor por ela também.
GG: Sara é minha força, é meu motivo pra
lutar todos os dias. Sabe, Catherine, antes de encontrá-la, eu
era meio que um irresponsável. Não no lado profissional, mas no lado pessoal.
Costumava dormir com mulheres só pelo prazer de “esvaziar o saco”, como se diz.
Não me agarrava a nada nem a ninguém. Cheguei a pensar que seria assim para
sempre, até que Sara apareceu e virou minha vida, deixou tudo ao avesso. Me
mudou pra melhor. Ela não sabe disso, não sabe muito desse meu passado
deplorável. Só sei que, depois que a conheci em São Francisco, tudo mudou, ela
deu sentido à minha vida. Eu comecei a ver beleza em qualquer coisa, e logo eu,
que sempre fui cético com tudo. E seu eu não tivesse perdido tanto tempo
tentando negar meus sentimentos por Sara, quando ela veio pra Vegas, nós já
seríamos felizes há muito mais tempo.
CW: Gil, o importante é que vocês se
acertaram, agora é ser feliz. E agora que vocês terão esse filho que os
unirão por toda a vida. Assim é o amor.
Sara teve alta no dia seguinte. Estava tudo
bem com ela e o bebê. Sua volta ao lab foi muito festejada, todos a receberam
de braços abertos. Meses depois, Sara deu à luz um belo menino. Grissom, com
ela no quarto, algum tempo depois, era a felicidade em pessoa:
GG: Sara, obrigado por me fazer tão feliz.
Se sou esse homem que você admira, ama e respeita, devo justamente a você, que
me mostrou que amar é uma dádiva maravilhosa e que não podemos deixá-lo passar.
Obrigado. Agora sei que não vou ter vivido em vão. Sei que, quando eu partir, e
espero que leve muuuito tempo pra isso acontecer, vou deixar minha continuidade,
vou saber que um pedaço de mim irá fazer deste mundo um lugar melhor, pelo
menos irá contribuir para isso. E saber que eu tenho o amor de uma grande
mulher, que é você, é a melhor coisa que há.
SS: Griss... – Sara sentiu as lágrimas
escorrerem.
Ele a beijou e os dois ficaram observando,
em silêncio, os movimentos dos minúsculos dedos do filho que conceberam juntos,
em um momento de puro amor. Um amor que nascera em um olhar e se eternizara
quando os dois tornaram-se um só.
Fim
1 comentários:
Adorei! É mais uma Fanfic que leio no blog.
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