NS: Gente, cadê o Grissom?
SS: Parece que está na sala do Ecklie.
GS: Ih, então a conversa não será
agradável. A gente sabe o quanto aqueles dois se odeiam.
SS: Que eu odeio o Ecklie, isso é fato.
Nunca escondi isso de ninguém.
NS: A Sara não é mole... – Nick riu.
Catherine entrou na sala naquele momento.
CW: Sara, passei pela recepção e Judy disse
que deixaram isso pra você – entregou um envelope à companheira.
Sara pegou o envelope em meio aos olhares
curiosos. Sentiu um perfume suave que vinha dele e o cheirou.
NS: Carta de algum admirador, Sara?
GS: Não sabia que Grissom fica te mandando
cartas românticas...
SS: E não manda. Ele é muito reservado,
prefere atitudes.
GS: Não vai abrir, Sara?
SS: Devo?
CW: Se não abrir, não vai saber o que
contém.
SS: Ok.
Sara abriu o envelope com algum receio.
Afinal, não continha remetente. Afastada dos colegas, embora seguida pelos
olhares, abriu a carta e viu que continha um bilhete. “Você é linda, preciso
vê-la. Onde posso te encontrar?” o remetente assinava enigmaticamente: “Do
seu”. Sem nome. Sem jeito com a situação, dobrou a carta e a enfiou no bolso.
GS: Então, Sara, quem é seu admirador
secreto?
SS: Bobeira, Greg. Vamos trabalhar.
Evidentemente todos estavam muito curiosos
com o conteúdo da carta. Mas Sara, discreta que era, não quis comentar a
respeito e foi até o lock. Depois, voltou à sala de convivência, onde Grissom
já se encontrava. Sara não se sentia bem.
GG: O que foi, Sara? Sente-se mal?
SS: Acho que estou com febre?
GG: Mas ela não tinha acabado?
CW: Gil, febres mal curadas vêm e vão.
Deixe-me ver.
Catherine passou a mão na testa da amiga e
sentiu a quentura do corpo dela.
CW: Sara está bem quente. Acho melhor que
vá ao médico.
SS: É, acho que vou sim. Grissom, se
importa que eu vá embora mais cedo?
GG: Não, Sara. Vá ao médico e me dê
notícias. Te espero em casa ou vou te buscar no médico, se for o caso.
SS: Ok, vou nessa.
Após ser atendida, Sara foi a uma farmácia
comprar o remédio. Logo em seguida, comprou um lanche e
aproveitou para tomar o remédio. Ao sair da lanchonete, ainda sentindo-se um
pouco mal por causa da febre, trombou em alguém.
SS: Oh, me desculpe!
##: Senhorita! Que prazer revê-la!
SS: Ãh, eu... conheço você?
##: Eu a encontrei ontem tirando fotos de
uma casa. Antes que eu me esqueça, me chamo Adam Scott.
SS: Prazer – ela o cumprimentou com a mão.
AS: E como se chama?
SS: Ãh... Sara Sidle.
AS: Belo nome o seu, senhorita Sidle. Mas
vejo que não se sente bem.
SS: Estou com febre por causa de uma gripe,
e vim comprar um remédio que o médico receitou. Bem, preciso ir.
AS: A gente se vê.
Sara deu um sorrisinho e saiu. O par de
olhos azuis a seguiu até ela entrar no carro. Ao chegar em casa, estacionou o
carro na garagem e, antes de entrar, foi até a caixa de correio verificar se
havia alguma carta de cobrança, resultado de algum caso, enfim, coisas de
rotina. Havia um pequeno bolo de cartas, algumas em seu nome, outras em nome de
Grissom. Mas olhou de relance, e entrou logo em casa. Jogou as chaves na mesinha de canto e
sentou-se no sofá para separar as cartas. Era algo que Sara adorava fazer
quando chegava em casa. Dentre os envelopes, havia um em seu nome e sem
remetente. Curiosa, abriu e viu que mais uma vez se tratava de uma carta
romântica.
SS: Mas o que é isso? Por que alguém
estaria me mandando essas cartas? Aliás, quem está me mandando isso?
Foi até o quarto e pôs a carta recente
junto com a que recebeu no lab, e guardou na gaveta, dentro de uma agenda.
Deitou-se na cama e acabou cochilando. E tantas lembranças vieram à sua
mente... Quando viu Grissom pela primeira vez, e seus olhos se cruzaram... Do
sorriso dele enquanto palestrava e do jeito como mexia os dedos, como ficava
tímido quando ela o encarava... Do primeiro beijo à primeira transa, cada
momento tornou-se inesquecível. Enquanto sonhava, Sara sorria e, àquela
altura, a febre já havia ido embora. Tempos depois, ao despertar, viu Grissom
sentado na cama, observando-a abrir os olhos.
SS: Está aí há quanto tempo?
GG: Cheguei há pouco. Como não a encontrei
lá embaixo, sabia que só a encontraria aqui. E como está? – Grissom deu um
beijinho nos lábios de Sara.
SS: A febre cedeu. Creio que agora ela não
voltará, tomei o remédio. Mas agora tenho outro problema.
GG: Qual?
SS: O remédio atacou meu estômago, agora
estou enjoada.
GG: Hum... – ele levantou a sobrancelha –
Mas seu ciclo está descendo normalmente, não é?
SS: Como assim, Griss? O que isso tem a ver
com o remédio?
GG: Com o remédio eu não sei, mas pode ter
a ver com seu útero.
SS: Ainda não entendi aonde você quer
chegar.
GG: Sara, o que acontece a uma mulher
quando o homem ejacula dentro dela se não estiver com preservativo?
SS: Eu sei o que acontece, Gilbert Grissom,
mas nem sempre acaba em gestação. Pelo menos não se a mulher não estiver em seu
período fértil. Relaxa, honey, devo estar iniciando uma gastrite sem saber.
Afinal, quase não como, me estresso fácil e bebo muito café. O que mais você
quer?
GG: Ok, Sara, vamos pensar por este lado.
Mas me promete que irá ao médico breve?
SS: Claro. Mas Griss... me abraça?
GG: O que foi, querida? Não está se
sentindo bem?
SS: Só quero senti-lo perto de mim.
Grissom deitou-se por trás de Sara e a
abraçou. Os dois permaneceram em silêncio. O que poderia ser dito num momento
de amor como este? Apenas a respiração de ambos denunciava os corações batendo
descompassado. Os olhos de Sara brotaram lágrimas que escorreram discretamente.
Estava feliz. Grissom a amava. Ele era tudo o que sempre
quis, o amou desde sempre, desde que seus olhos se encontraram. E agora estavam
ali, dividindo uma cama, uma casa e uma vida. E quem sabe não haveria mais
alguém para desfrutar deste grande amor? No dia seguinte...
GG: Vai comigo agora para o lab, Sara?
SS: Ãh, vá na frente, eu preciso deixar
este documento para o Brass na delegacia.
GG: O que é isso?
SS: Informações da testemunha desse caso do
psicopata misterioso. Eu corri atrás dessas informações, só preciso
entregá-las.
GG: Tá certo, mas não demore a chegar.
SS: Ok.
Os dois se despediram com um gostoso beijo
e Grissom saiu. Cerca de meia-hora depois, Sara saiu.
Durante o percurso, algum tempo depois, percebeu, pelo retrovisor, que um carro
preto, de insufilme escuro, ia sempre em seu itinerário. Imediatamente se
lembrou de dias anteriores, quando um carro da mesma discrição a perseguiu
pelas ruas. Procurou se acalmar até chegar à delegacia, que era perto de onde
dirigia. Ao estacionar o carro, viu que o carro novamente seguiu em frente, não
parando em lugar nenhum. Mesmo assim, continuava apreensiva. Seu
coração acelerava. Depois de
entregar o relatório a Brass, o que não levou muito tempo, Sara passo numa
farmácia e seguiu para o lab. Na recepção, Judy lhe entregou um novo envelope,
mas desta vez testemunhado por Grissom, que mesmo estando um pouco afastado da
cena, pôde ver com clareza sua mulher recebendo um envelope. E isso o intrigou,
mas logo teria as respostas. Após pegar o envelope, Sara passou feito um furacão,
indo para a sala de convivência. Por sorte, estava vazia, assim evitaria
qualquer tipo de pergunta a respeito da carta. Mas justamente Grissom quem
apareceu na sala.
GG: Sara?
Ela, que bebia um café, levou um susto tão
grande ao ouvir a voz dele, que não somente engasgou-se com o café, acabou
vomitando no chão. E muita coisa. Grissom a socorreu e a sentou na cadeira.
GG: Ei, o que foi isso? O susto foi tão
grande assim, é?
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