Na manhã seguinte, foi acordado
com o pequeno Nicholas pulando na cama.
GG: Quer parar com isso,
Nicholas?!
NG: Faz o leite pra mim?
GG: Como é?!
NG: Eu gosto de leite com
chocolate!
GG: Cadê sua mãe?!
NG: Mamãe está tomando banho.
Grissom levantou-se e ia falar
com Sara quando escutou o choro da pequena Gabrielle.
GG: Mais essa?!
Foi até o quarto e a encontrou
berrando no berço.
NG: Pega ela, papai.
Ele a pegou, ainda que meio
desajeitado, e voltou para o quarto, com o menino indo atrás. Lá, deixou-a com
o garoto, que ficou com ela no colo, sentado na cama dos pais. E Grissom foi
até o banheiro da suíte.
GG: Sara, o bebê está chorando!
De repente, ela abriu o Box e
mostrou seu corpo nu completamente molhado. O supervisor levantou a
sobrancelha, atônito com a visão maravilhosa que tivera.
GG: Ãh, eu... o bebê... você tem
que...
SS: É seu dia de cuidar das
crianças. Estou indo para a universidade.
GG: Universidade?! E o lab?
SS: Você sabe que saí do lab há
alguns anos, e estou lecionando física aqui em Vegas. Anda, vá trocar a
Gabrielle, ela fica irritada quando está suja!
GG: Mas Sara, eu nunca troquei um
bebê antes, como vou fazer isso agora?
SS: Você sabe muito bem o que
fazer nas situações mais delicadas. Portanto...
GG: Ok.
SS: Ah, e não perca a hora de
levar o Nicholas para a escola, tá?
Grissom saiu do banheiro, foi ao
quarto e pegou a filha.
GG: Vamos ver como vou me sair.
Ele seguiu para o quarto das
crianças, seguido pelo filho. Colocou a menina no trocador e, ao abrir a
fralda, ficou desolado. Então olhou para Nicholas, que estava prestando atenção
na falta de jeito do pai.
GG: Estou me saindo muito mal,
não é Nicholas?
NG: Eu te ajudo, papai. É fácil.
O menino foi explicando ao pai
como se trocava e no final, Grissom se saiu bem. Enquanto Sara se arrumava, ele
preparava o leite para o filho.
NG: Pai, porque você está
esquisito?
GG: Eu esquisito?! Porque essa
pergunta?
NG: Você tá esquisito... Não
lembra nem da mamãe!
GG: Eu jamais me esqueceria de
sua mãe, Nicholas.
NG: Então porque você brigou com
ela ontem?
GG: Eu não briguei com ela. De
onde você tirou isso?
NG: A mamãe veio me dar um beijo
e eu vi que ela estava chorando...
O supervisor sentiu o coração
pular ao ouvir aquilo do filho. Sabia que fizera Sara sofrer quando a conheceu
em São Francisco, mais precisamente no momento em que teve de partir de volta à
Vegas. Depois, a fez sofrer com suas
indiferenças e seus casos com Teri Miller e Lady Heather, e um quase
envolvimento com Sofia Curtis. E agora, seu filho – que nem
sabia ter – lhe contara que vira a mãe chorando. Provavelmente Sara nem
soluçara, ela era sempre tão contida e reservada em suas emoções... Mas sentia
dor da mesma maneira. Foi desperto dos pensamentos com a frase da mulher,
saindo de casa:
SS: Tenha um bom dia, querido.
Cuide bem dos nossos filhos.
Depois que arrumou os filhos,
colocou-os no carro e levou Nicholas para a escola.
GG: Ãh, filho... Pode me dizer
como se chega até sua escola?
NG: Já esqueceu, né pai?
GG: Digamos que eu não esteja
muito bem da cabeça...
NG: Anda pra frente e vire pra
direita na próxima rua. O resto é fácil.
Cinco minutos depois, o menino
desceu do carro e se despediu do pai. Grissom então voltou pra casa e o
desconforto recomeçou. Sabia que aquela não era sua
casa, não era casado com Sara e muito menos tinha filhos com ela. Seria então
tudo o que estava presenciando frutos de sua imaginação? Beliscou-se, mas nada
aconteceu. Colocou a menina no carrinho, que estava na sala e resolveu assistir
a outro DVD para tentar entender mais toda aquela situação. No armário, escolheu um no qual
dizia: “É menino!”. “Deve ser a ultrassonografia de Sara”,
pensou. Sentou-se no sofá e ficou assistindo atentamente cada detalhe, cada
momento do dvd. A princípio via apenas a tela
preta com imagens não muito nítidas, mas em seguida, o coração de Grissom bateu
mais forte ao ver a imagem de seu filho mexendo-se, chutando as perninhas
dentro da mãe. Era uma emoção que ele mesmo não conseguia entender nem explicar.
As setinhas indicavam onde estava o coração, depois o órgão genital, revelando
o sexo do bebê, e na tela ele via seu filho dando sinais de vida. Uma vida que
começara quando ele amou a mãe do menino na cama do quarto do supervisor. Na mais singela verdade, a vida
de Nicholas começou quando Grissom encontrara Sara em São Francisco. E quando
os dois se reencontraram e finalmente se acertaram, o menino, ainda na forma de
espermatozóide, disse,
com convicção: “finalmente encontrei a mamãe!” Grissom olhou para o carrinho e a pequena Gabi dormia feito um anjo. Naquela noite, foi até o mercadinho no centro de Vegas comprar algumas coisas que faltavam em casa. Na saída, esbarrou novamente no senhor que havia encontrado tempos atrás.
com convicção: “finalmente encontrei a mamãe!” Grissom olhou para o carrinho e a pequena Gabi dormia feito um anjo. Naquela noite, foi até o mercadinho no centro de Vegas comprar algumas coisas que faltavam em casa. Na saída, esbarrou novamente no senhor que havia encontrado tempos atrás.
##: Vejo que está bem, senhor
Grissom.
GG: Você de novo?!
##: Nunca saí daqui, se é que me
entende. E tenho acompanhado sua vida.
GG: Quem é você, afinal?
##: Um amigo.
GG: Eu não o conheço. E não estou
entendendo o que está acontecendo com a minha vida. De repente ela virou de
pernas pro ar!
##: Preciso lhe explicar algumas
coisas. O que está acontecendo em sua vida é uma amostra.
GG: Amostra?!
##: Não sabe o que é uma amostra?
GG: É claro que eu sei o que é
uma amostra. Mas não sei o porquê disso. O que Sara e essas crianças têm a ver
com isso?
##: Todos nós fazemos escolhas
que nos levam a caminhos distintos na vida. Algumas escolhas são acertadas, e
outras que foram descartadas sem jamais terem sido experimentadas. Você ama
essa Sara, não é?
Grissom ficou sem jeito. Ele
amava sua subordinada com loucura e paixão, mas nunca iria falar disso com
alguém. E muito menos com um estranho.
GG: Bem... Eu a conheci há muitos
anos atrás...
##: Não foi o que eu perguntei.
GG: E por quer saber disso?
##: Porque tudo está ligado. Você
pode não saber disso, mas há uma explicação para tudo.
GG: Então comece a me explicar.
##: Você só descobrirá as
respostas quando estiver pronto para entendê-las. E no momento, sei que ainda
não está. Quando estiver pronto, você me encontrará novamente. Adeus.
Ainda atônito, Grissom voltou
para casa. As crianças já dormiam, mas Sara o aguardava na sala. E como ela
estava bonita!
GG: Ainda acordada?
SS: Sabe que gosto de esperar por
você. Por que demorou tanto?
GG: Ãh... o mercado estava cheio,
daí as filas grandes.
SS: Sei... – levantou a
sobrancelha.
Enquanto isso, na casa de
Catherine...
V: Você acha que o Grissom pode
estar ficando esquizofrênico?
CW: Acho que não chega a tanto,
mas bom da cabeça certamente ele não está. Não se recorda de nada, nem mesmo
das crianças, e Sara chorou as pitangas comigo.
V: Pretende fazer alguma coisa?
CW: Fazer o que? Me meter na vida
dos dois? A vida deles já é complicada sem alguém metendo a colher, imagine se
eu o faço?
V: Então vamos deixar a vida
deles pra eles resolverem e chega mais pra cá...
CW: O que você está querendo,
Vartann?
Ele fungava no pescoço dela, em
clara demonstração de querer uma noite tórrida de amor e sexo.
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