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Uma chance de recomeçar - cap. 3


Na manhã seguinte, foi acordado com o pequeno Nicholas pulando na cama.

GG: Quer parar com isso, Nicholas?!
NG: Faz o leite pra mim?
GG: Como é?!
NG: Eu gosto de leite com chocolate!
GG: Cadê sua mãe?!
NG: Mamãe está tomando banho.

Grissom levantou-se e ia falar com Sara quando escutou o choro da pequena Gabrielle.

GG: Mais essa?!

Foi até o quarto e a encontrou berrando no berço.

NG: Pega ela, papai.

Ele a pegou, ainda que meio desajeitado, e voltou para o quarto, com o menino indo atrás. Lá, deixou-a com o garoto, que ficou com ela no colo, sentado na cama dos pais. E Grissom foi até o banheiro da suíte.

GG: Sara, o bebê está chorando!

De repente, ela abriu o Box e mostrou seu corpo nu completamente molhado. O supervisor levantou a sobrancelha, atônito com a visão maravilhosa que tivera.

GG: Ãh, eu... o bebê... você tem que...
SS: É seu dia de cuidar das crianças. Estou indo para a universidade.
GG: Universidade?! E o lab?
SS: Você sabe que saí do lab há alguns anos, e estou lecionando física aqui em Vegas. Anda, vá trocar a Gabrielle, ela fica irritada quando está suja!
GG: Mas Sara, eu nunca troquei um bebê antes, como vou fazer isso agora?
SS: Você sabe muito bem o que fazer nas situações mais delicadas. Portanto...
GG: Ok.
SS: Ah, e não perca a hora de levar o Nicholas para a escola, tá?

Grissom saiu do banheiro, foi ao quarto e pegou a filha.

GG: Vamos ver como vou me sair.

Ele seguiu para o quarto das crianças, seguido pelo filho. Colocou a menina no trocador e, ao abrir a fralda, ficou desolado. Então olhou para Nicholas, que estava prestando atenção na falta de jeito do pai.

GG: Estou me saindo muito mal, não é Nicholas?
NG: Eu te ajudo, papai. É fácil.

O menino foi explicando ao pai como se trocava e no final, Grissom se saiu bem. Enquanto Sara se arrumava, ele preparava o leite para o filho.

NG: Pai, porque você está esquisito?
GG: Eu esquisito?! Porque essa pergunta?
NG: Você tá esquisito... Não lembra nem da mamãe!
GG: Eu jamais me esqueceria de sua mãe, Nicholas.
NG: Então porque você brigou com ela ontem?
GG: Eu não briguei com ela. De onde você tirou isso?
NG: A mamãe veio me dar um beijo e eu vi que ela estava chorando...

O supervisor sentiu o coração pular ao ouvir aquilo do filho. Sabia que fizera Sara sofrer quando a conheceu em São Francisco, mais precisamente no momento em que teve de partir de volta à Vegas. Depois, a fez sofrer com suas indiferenças e seus casos com Teri Miller e Lady Heather, e um quase envolvimento com Sofia Curtis. E agora, seu filho – que nem sabia ter – lhe contara que vira a mãe chorando. Provavelmente Sara nem soluçara, ela era sempre tão contida e reservada em suas emoções... Mas sentia dor da mesma maneira. Foi desperto dos pensamentos com a frase da mulher, saindo de casa:

SS: Tenha um bom dia, querido. Cuide bem dos nossos filhos.

Depois que arrumou os filhos, colocou-os no carro e levou Nicholas para a escola.

GG: Ãh, filho... Pode me dizer como se chega até sua escola?
NG: Já esqueceu, né pai?
GG: Digamos que eu não esteja muito bem da cabeça...
NG: Anda pra frente e vire pra direita na próxima rua. O resto é fácil.

Cinco minutos depois, o menino desceu do carro e se despediu do pai. Grissom então voltou pra casa e o desconforto recomeçou. Sabia que aquela não era sua casa, não era casado com Sara e muito menos tinha filhos com ela. Seria então tudo o que estava presenciando frutos de sua imaginação? Beliscou-se, mas nada aconteceu. Colocou a menina no carrinho, que estava na sala e resolveu assistir a outro DVD para tentar entender mais toda aquela situação. No armário, escolheu um no qual dizia: “É menino!”. “Deve ser a ultrassonografia de Sara”, pensou. Sentou-se no sofá e ficou assistindo atentamente cada detalhe, cada momento do dvd. A princípio via apenas a tela preta com imagens não muito nítidas, mas em seguida, o coração de Grissom bateu mais forte ao ver a imagem de seu filho mexendo-se, chutando as perninhas dentro da mãe. Era uma emoção que ele mesmo não conseguia entender nem explicar. As setinhas indicavam onde estava o coração, depois o órgão genital, revelando o sexo do bebê, e na tela ele via seu filho dando sinais de vida. Uma vida que começara quando ele amou a mãe do menino na cama do quarto do supervisor. Na mais singela verdade, a vida de Nicholas começou quando Grissom encontrara Sara em São Francisco. E quando os dois se reencontraram e finalmente se acertaram, o menino, ainda na forma de espermatozóide, disse, 
com convicção: “finalmente encontrei a mamãe!” Grissom olhou para o carrinho e a pequena Gabi dormia feito um anjo. Naquela noite, foi até o mercadinho no centro de Vegas comprar algumas coisas que faltavam em casa. Na saída, esbarrou novamente no senhor que havia encontrado tempos atrás.

##: Vejo que está bem, senhor Grissom.
GG: Você de novo?!
##: Nunca saí daqui, se é que me entende. E tenho acompanhado sua vida.
GG: Quem é você, afinal?
##: Um amigo.
GG: Eu não o conheço. E não estou entendendo o que está acontecendo com a minha vida. De repente ela virou de pernas pro ar!
##: Preciso lhe explicar algumas coisas. O que está acontecendo em sua vida é uma amostra.
GG: Amostra?!
##: Não sabe o que é uma amostra?
GG: É claro que eu sei o que é uma amostra. Mas não sei o porquê disso. O que Sara e essas crianças têm a ver com isso?
##: Todos nós fazemos escolhas que nos levam a caminhos distintos na vida. Algumas escolhas são acertadas, e outras que foram descartadas sem jamais terem sido experimentadas. Você ama essa Sara, não é?

Grissom ficou sem jeito. Ele amava sua subordinada com loucura e paixão, mas nunca iria falar disso com alguém. E muito menos com um estranho.

GG: Bem... Eu a conheci há muitos anos atrás...
##: Não foi o que eu perguntei.
GG: E por quer saber disso?
##: Porque tudo está ligado. Você pode não saber disso, mas há uma explicação para tudo.
GG: Então comece a me explicar.
##: Você só descobrirá as respostas quando estiver pronto para entendê-las. E no momento, sei que ainda não está. Quando estiver pronto, você me encontrará novamente. Adeus.

Ainda atônito, Grissom voltou para casa. As crianças já dormiam, mas Sara o aguardava na sala. E como ela estava bonita!

GG: Ainda acordada?
SS: Sabe que gosto de esperar por você. Por que demorou tanto?
GG: Ãh... o mercado estava cheio, daí as filas grandes.
SS: Sei... – levantou a sobrancelha.

Enquanto isso, na casa de Catherine...

V: Você acha que o Grissom pode estar ficando esquizofrênico?
CW: Acho que não chega a tanto, mas bom da cabeça certamente ele não está. Não se recorda de nada, nem mesmo das crianças, e Sara chorou as pitangas comigo.
V: Pretende fazer alguma coisa?
CW: Fazer o que? Me meter na vida dos dois? A vida deles já é complicada sem alguém metendo a colher, imagine se eu o faço?
V: Então vamos deixar a vida deles pra eles resolverem e chega mais pra cá...
CW: O que você está querendo, Vartann?

Ele fungava no pescoço dela, em clara demonstração de querer uma noite tórrida de amor e sexo.

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