DR: Senhora Willows?
CW: Como o Gil está, doutor?
DR: A cirurgia foi um sucesso. Ele
está sendo levado para o quarto, onde permanecerá em repouso por dois dias,
para avaliarmos suas condições antes de lhe dar alta. Você poderá visitá-lo
mais tarde, quando ele acordar.
CW: Fico mais tranqüila assim. Bom,
eu preciso ir trabalhar, volto então mais tarde.
Catherine seguiu para o lab. A
primeira pessoa que viu foi Warrick.
CW: Como estão as coisas por aqui?
WB: Estão indo. Onde você estava,
Cath?
CW: Resolvendo uns assuntos. Estou
exausta!
WB: E Grissom, ele não vem hoje?
CW: Ele precisou ir até outra cidade
resolver uns assuntos pendentes. Não me pergunte mais que eu não sei de mais
nada. Ele volta em uma semana.
WB: Puxa! Bom, vou nessa, preciso
ajudar o Nick.
Warrick seguiu seu caminho e
Catherine encontrou Sara em uma das salas.
CW: Ei!
SS: Ei! Você sumiu, algum problema?
CW: Estive resolvendo um assunto aí.
Como está o caso?
SS: Acredito que em breve vamos
conseguir prender mais gente, as evidências estão apontando para mais de uma
pessoa envolvida nesse crime.
CW: Motivo?
SS: Ganância. O que a gente mais vê
em casos de homicídio de pessoas ricas?
CW: Nem sempre, Sara. Maldade também
conta.
SS: É por essas e outras que eu
tenho perdido a fé nas pessoas...
Sara
disse aquelas palavras com uma certa tristeza no olhar, o que fez Catherine
deduzir que elas tinham endereço certo: Grissom.
SS:
Sabe, da hora que você entrou aqui eu percebi um certo nervosismo em sua voz.
Você tem algo a me dizer?
CW:
Eu? Não... porque?
SS:
Por nada... apenas pensei.
CW:
Vou até a sala do Ecklie falar com ele.
A
loira saiu da sala e Sara ficou observando-a. Alguma coisa ela escondia, mas a
perita não conseguia captar bem o que era. Enquanto isso, no quarto do
hospital, Grissom olhava seu reflexo em um espelho que a enfermeira lhe
trouxera; seus cabelos grisalhos e barba o faziam parecer muito mais velho do
que era, por que ele tinha uma aparência de triste e cansado. Quando Catherine
fora buscá-lo, dois dias mais tarde, notou o amigo mais magro e com semblante
ainda triste.
CW:
Tudo isso é arrependimento?
GG:
Tudo, Catherine, tudo... você chama Sara para mim?
CW:
Não quer descansar primeiro? Você acabou de ter alta...
GG:
Se eu perder mais um dia pode ser tarde demais. E quero que ela veja os pontos
para acreditar em mim.
CW:
Bom, você deve saber que ela é imprevisível, por isso, ela pode tanto aceitar
quanto não aceitar vir até sua casa.
GG:
Preciso tentar. Não posso perdê-la.
CW:
Devia ter pensado nisso antes, né?
GG:
Sem sermões, por favor.
CW:
Então fique em repouso que vou ligar para ela.
GG:
Faça isso da sua casa, vou dormir um pouco.
CW:
Está bem.
Grissom
aconchegou-se nos travesseiros macios, cobriu-se e cochilou. Sonhando
com Sara, levou um susto quando a campainha tocou. Devagar, andou até a porta e
abriu-a: o coração foi a mil por hora quando os olhos do supervisor foram de
encontro aos de Sara.
GG:
Você veio...
SS:
Olha Griss, eu nem deveria ter vindo aqui... Só vim porque a Cath me disse que
era muito importante.
GG:
E é. Entre.
Sara
adentrou o apartamento, desconfiada. Depois do que Grissom havia lhe dito,
pondo um término na relação sem convencimento em seus argumentos, ela estava
receosa que pudesse ouvir mais alguma coisa desagradável, embora estivesse um
tanto “vacinada” para isso.
SS:
Então, o que você queria me dizer?
GG:
Quero te pedir perdão, Sara.
SS:
Perdão?
GG:
Sim. Eu errei muito com você, nunca poderia ter agido da forma como agi.
SS:
Mas agiu...
GG:
E eu quero consertar tudo isso, quero deixar meu coração em paz novamente,
porque desde então, nunca mais tive sossego, sabendo que magoei profundamente a
mulher que eu amo.
SS:
Olha, Griss, se for por falta de perdão, tudo bem, eu já te perdoei.
GG:
Volta pra mim?
SS:
Eu te perdoei, não disse que voltaria...
GG:
Deixe eu te contar o motivo pelo qual agi de maneira errada com você. Não
estou justificando meu erro, mas quero que você saiba que tenho uma razão muito
forte que está me deixando ainda mais chateado. Eu estive a ponto de morrer,
Sara...
SS:
Como?!
GG:
Eu estava com um tumor no baço, pensei que fosse maligno, mas felizmente não
foi.
SS:
Foi por isso que você me tratou daquela maneira e me expulsou da sua vida?
GG:
Eu estava transtornado, não queria que você me visse doente e com cabelos ralos
pela quimioterapia, que acabou não acontecendo.
SS:
E porque você simplesmente não me contou que estava doente? Eu poderia ter
feito alguma coisa, ter ficado ao seu lado... tudo teria sido mais fácil,
Griss!
GG:
Tive vergonha, Sara... achei que fosse morrer.
SS:
Eu não teria permitido isso! – Sara já tinha lágrimas rolando na face – Quer
dizer, eu estaria ao seu lado, te daria força, que é o que acontece no amor
quando um dos dois está numa pior. Mas você não confiou no meu amor. Porque? Achou
que eu ficasse espantada e fugiria ao vê-lo careca?
GG:
Me surpreendi com você, Sara. Sempre soube que você era fantástica, mas agora
vejo o quanto você é iluminada! Sempre tão coerente e tão precisa em seus
argumentos...
SS:
Qualquer um neste mundo poderia me machucar à vontade que eu não me importaria.
Mas não você. Você era o único que não tinha o direito de fazer isso comigo.
Porque eu sempre te amei e você sempre foi o homem da minha vida...
GG:
Estou te pedindo perdão. Veja, eu estou bem, recebi uma segunda chance de
viver. E quero ter esse recomeço de vida ao seu lado. Por favor, me perdoe...
Sara
chorava desolada. Ela o amava, mas estava magoada, sentindo-se ferida. Mas
Grissom, da mesma forma que tinha uma incrível capacidade de pôr tudo a perder,
também conseguia tirar ótimos coelhos da cartola. E ele daria a volta por cima.
GG:
Espere aqui, tenho algo para você.
A
perita arqueou a sobrancelha, desconfiada. Alguns segundos depois, Grissom
retornou com algo nas mãos.
GG:
Abra.
SS:
É para mim?
GG:
Eu teria dado há mais tempo, mas com a doença e você longe de mim, não tive
como entregar.
Sara
abriu a caixinha e um largo sorriso apareceu em seu rosto: era um anel de
noivado, de prata cravejado com diamantes!
GG:
Quer se casar comigo?
Ela
sorriu com lágrimas escorrendo pela face. Mas agora eram lágrimas de
felicidade.
SS:
O que acha?
Ele
se aproximou da amada e, morto de saudades e muito apaixonado, beijou-a
profundamente. Sara correspondeu ao beijo e se entregou. Depois que passou o
período de estabelecimento, Grissom pôde, enfim, ser de Sara na cama novamente.
Um amor intenso e cheio de desejos. E eles estavam tão saudosos daquele
contato, daquele momento único, que conceberam uma vida... E
assim é o amor: a doação por inteiro traz grandes recompensas... Quer
recompensa maior do que amar e ser amado?
Fim
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