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Nunca sem você - cap. 2


“No meio da conversa, de um caso terminando,
um fala e o outro escuta e os olhos vão chorando,
a lógica de tudo é o desamor que chega
depois que um descobre que o outro não se entrega...
Quem vai sair arruma as coisas põe na mala,
enquanto o outro fuma um cigarro na sala,
e o coração palhaço, começa a bater forte,
quem fica não deseja que o outro tenha sorte...
E longe um do outro, a vida é toda errada,
o homem não se importa com a roupa amarrotada,
e a mulher em crise, quantas vezes chora
a dor de ter perdido um grande amor que foi embora...
Mas quando vem a volta, o homem se arruma,
faz barba, lava o carro, se banha se perfuma,
e liga pro amigo que tanto lhe deu força,
e jura nunca mais vai perder essa moça,
e a mulher se abraça à mãe diz obrigado
e põe aquela roupa que agrada o seu amado,
e passa a tarde toda cuidando da beleza,
jantar à luz de velas e amor de sobremesa...
E perto um do outro, a vida é diferente
a solidão dá espaço ao amor que estava ausente,
quem olha não tem jeito de duvidar agora
da força da paixão que tem
Dois corações e uma história...”

Os dias se passaram e ambos sentiam seus corações bater doído. Os dois, trabalhando no mesmo lugar e distantes emocionalmente. Apesar de estar sofrendo muito, Sara decidiu que era a hora de virar a página e esquecer o homem que amava, mesmo vendo-o diariamente no local de trabalho. Grissom estava sofrendo com a separação, mas seus motivos para ter feito o que fez , para ele, era graves demais para continuar com o romance. Catherine via o quanto os dois estavam distantes um do outro e, certo dia, em uma cena de crime com Sara, notou-a diferente.

CW: Ei! Está tudo bem?
SS: Porque me pergunta isso, Cath?
CW: Vejo que você não está bem.
SS: Acho que estou com febre, só isso.
CW: Só isso? Porque veio trabalhar, se está com febre?
SS: Começou agora. Vamos continuar a trabalhar.

As duas continuaram a recolher evidências. Cada uma foi para um cômodo da casa, e Sara, que estava no quarto do casal, sentiu-se fraca e acabou desmaiando. Catherine, que chamou pela companheira pelo menos três vezes e não obteve resposta, foi verificar o que se passava e encontrou-a desacordada no chão.

CW: Sara!

Catherine sacudiu a amiga, afim de fazê-la despertar. Mas como ela não acordava, gritou ao Vartann, que estava no lado de fora da casa.

LV: O que foi, Catherine?
CW: Me ajude aqui! Sara desmaiou e não recobre a consciência.

Vartann se abaixou e deu umas palmadinhas de leve no rosto de Sara, que, lentamente, despertou.

SS: O que... o que foi?
CW: Você desmaiou, Sara. Você não está nada bem, precisa ir a um hospital.
SS: Eu tô legal, Cath. Só sinto meu rosto queimar um pouco.
LV: Eu passei a mão em seu rosto, você está com febre. Precisa ir a um hospital.
SS: Já disse que estou bem.
CW: Nada disso! Vou levá-la agora mesmo!
LV: Eu continuarei por aqui.

Catherine levou Sara, a contragosto, até o Desert Palm. Ela não queria ir, mas fraca do jeito que estava, não teve outra alternativa senão acatar. Lá, foi atendida rapidamente, e o médico diagnosticou:

DR: Você não está com nenhuma infecção, nem de garganta, ouvido ou amídalas. Sua febre é de causa emocional. Alguma coisa a entristeceu, enfraquecendo seu sistema imunológico, deixando-a vulnerável a febres e qualquer outro tipo de virose. Vou medicá-la e você ficará por 15 minutos no repouso, ok? Depois desse período, estará liberada. Mas vou receitar um remédio para tomar em casa, caso a febre volte ou persiste.
            
Sara foi para o quarto de repouso, onde uma enfermeira lhe aplicou um remédio intravenoso, e ela ficou descansando.

CW: Sara, vou dar um telefonema, volto logo, ok?
SS: Está bem.

Catherine foi até o corredor, onde ligou para Grissom, avisando da demora.

GG: Onde é que vocês estão?
CW: Sinto muito pela demora, Gil, aconteceu um imprevisto e voltarei logo mais.
GG: O que houve?
CW: Sara passou mal e eu a trouxe até o Desert Palm. Lou ficou na cena do crime.
GG: E como ela está?
CW: Depois do desmaio na cena, aqui no hospital o médico verificou que ela está com febre alta, mas agora está medicada.
GG: Será preciso ir até aí?
CW: Melhor não, o doutor disse que ela está com febre emocional. Você fez alguma coisa que a deixasse assim?
GG: Os problemas da Sara só pertencem a ela – disse com frieza.
CW: Não precisa me dizer mais nada, já vi que você tem muito a ver com isso.
GG: Não diga asneiras, Catherine.
CW: Você está em casa?
GG: Daqui a pouco estou indo.
CW: Ótimo! Assim que deixar Sara em casa, passo aí. Quero saber o que está acontecendo para entender o que se passa.
GG: Não tem necessidade... alô?

A loira desligou o celular antes que ele pudesse replicar. A verdade é que Grissom amava, amava muito Sara. Só que ele escondia dela algo que não havia a necessidade de ser omitido, pois no amor os problemas geralmente são compartilhados e juntos, o casal sempre busca uma solução. Mas ele optou por uma solução mais dolorosa, a de ficar sozinho, quando poderia ter sido honesto com ela. Catherine deixou Sara em casa.

CW: Tem certeza de que não quer companhia?
SS: Tenho, Cath. A febre já baixou, estou me sentindo melhor. Além do mais, tem remédios por aqui, caso ela volte. Vou ficar bem. Prometo.
CW: Está bem então. Não vou torrar mais a sua paciência. Comporte-se, mocinha!

Sara apenas sorriu e fechou a porta. Catherine entrou no carro e seguiu para a casa de Grissom. Ele estava todo relapso, cabelo desgrenhado, roupão, cara de noite mal dormida.

GG: Eu não achava que você falava sério quando disse que viria até aqui!
CW: Eu nunca brinco, Gil, ainda mais se tratando de assuntos importantes.
Posso entrar?
GG: Claro.

A loira entrou e reparou como o apartamento estava largado; roupas, objetos e até mesmo o cão Hank, que ficava o tempo todo num canto. Parecia sentir que o dono estava desligado de tudo e de todos.

CW: Meu Deus, Gil, o que aconteceu com seu apartamento?
GG: Nada, ele está muito bem!
CW: Em que sentido você está falando? Só se for figurado né? Olha só isso, uma bagunça total! Quanto desleixo com seu apartamento, seu lar, Grissom!
GG: Não tenho tido tempo para arrumar. Nunca fui bom em tarefas domésticas.
CW: Você tinha uma pessoa que sabia como ninguém deixar um lugar arrumado impecavelmente...
GG: Se refere a Sara?
CW: E a quem mais? Ou você tem uma amante?
GG: Não diga besteiras, Catherine!
CW: Se não for esse o motivo de você ter chutado a coitada da sua vida...
GG: Não, não por isso. Mas também não quero tocar nesse assunto.
CW: O que te levou a agir feito covarde, Gil? Você nunca foi assim...
GG: Quem é covarde aqui, Catherine?
CW: Por duas vezes você agiu feito tal; primeiro, por ter levado tanto tempo para admitir que amava Sara desesperadamente e que não agüentava mais sentir tanto ciúme ao vê-la cercada por homens, ainda mais pelos rapazes do lab, com quem ela sempre se deu muito bem. E agora, chutando-a pra fora de sua vida se nenhum motivo, ou, pelo menos, sem um motivo convincente. Por que eu duvido que o que o tenha levado a agir assim é algo simplório, sem nenhuma importância. Você queria uma razão para terminar com ela, mas também não agiu feito um homem feito para dizer olhando nos olhos dela os porquês.
GG: Não sou esse covarde que você está me julgando ser.
CW: Então me diga o que você tem que precisou mandar pra longe de sua vida justo a mulher que te ama e que você um dia disse não suportar ficar um segundo longe.

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