“No meio da conversa, de um
caso terminando,
um fala e o outro escuta e os olhos vão chorando,
a lógica de tudo é o desamor que chega
depois que um descobre que o outro não se entrega...
Quem vai sair arruma as coisas põe na mala,
enquanto o outro fuma um cigarro na sala,
e o coração palhaço, começa a bater forte,
quem fica não deseja que o outro tenha sorte...
a lógica de tudo é o desamor que chega
depois que um descobre que o outro não se entrega...
Quem vai sair arruma as coisas põe na mala,
enquanto o outro fuma um cigarro na sala,
e o coração palhaço, começa a bater forte,
quem fica não deseja que o outro tenha sorte...
E longe um do outro, a vida
é toda errada,
o homem não se importa com a roupa amarrotada,
e a mulher em crise, quantas vezes chora
a dor de ter perdido um grande amor que foi embora...
o homem não se importa com a roupa amarrotada,
e a mulher em crise, quantas vezes chora
a dor de ter perdido um grande amor que foi embora...
Mas quando vem a volta, o
homem se arruma,
faz barba, lava o carro, se banha se perfuma,
e liga pro amigo que tanto lhe deu força,
e jura nunca mais vai perder essa moça,
e a mulher se abraça à mãe diz obrigado
e põe aquela roupa que agrada o seu amado,
e passa a tarde toda cuidando da beleza,
jantar à luz de velas e amor de sobremesa...
faz barba, lava o carro, se banha se perfuma,
e liga pro amigo que tanto lhe deu força,
e jura nunca mais vai perder essa moça,
e a mulher se abraça à mãe diz obrigado
e põe aquela roupa que agrada o seu amado,
e passa a tarde toda cuidando da beleza,
jantar à luz de velas e amor de sobremesa...
E perto um do outro, a vida
é diferente
a solidão dá espaço ao amor que estava ausente,
quem olha não tem jeito de duvidar agora
da força da paixão que tem
Dois corações e uma história...”
a solidão dá espaço ao amor que estava ausente,
quem olha não tem jeito de duvidar agora
da força da paixão que tem
Dois corações e uma história...”
Os
dias se passaram e ambos sentiam seus corações bater doído. Os dois,
trabalhando no mesmo lugar e distantes emocionalmente. Apesar de estar sofrendo
muito, Sara decidiu que era a hora de virar a página e esquecer o homem que
amava, mesmo vendo-o diariamente no local de trabalho. Grissom
estava sofrendo com a separação, mas seus motivos para ter feito o que fez ,
para ele, era graves demais para continuar com o romance. Catherine
via o quanto os dois estavam distantes um do outro e, certo dia, em uma cena de
crime com Sara, notou-a diferente.
CW:
Ei! Está tudo bem?
SS:
Porque me pergunta isso, Cath?
CW:
Vejo que você não está bem.
SS:
Acho que estou com febre, só isso.
CW:
Só isso? Porque veio trabalhar, se está com febre?
SS:
Começou agora. Vamos continuar a trabalhar.
As
duas continuaram a recolher evidências. Cada uma foi para um cômodo da casa, e
Sara, que estava no quarto do casal, sentiu-se fraca e acabou desmaiando.
Catherine, que chamou pela companheira pelo menos três vezes e não obteve
resposta, foi verificar o que se passava e encontrou-a desacordada no chão.
CW:
Sara!
Catherine
sacudiu a amiga, afim de fazê-la despertar. Mas como ela não acordava, gritou
ao Vartann, que estava no lado de fora da casa.
LV:
O que foi, Catherine?
CW:
Me ajude aqui! Sara desmaiou e não recobre a consciência.
Vartann
se abaixou e deu umas palmadinhas de leve no rosto de Sara, que, lentamente,
despertou.
SS:
O que... o que foi?
CW:
Você desmaiou, Sara. Você não está nada bem, precisa ir a um hospital.
SS:
Eu tô legal, Cath. Só sinto meu rosto queimar um pouco.
LV:
Eu passei a mão em seu rosto, você está com febre. Precisa ir a um hospital.
SS:
Já disse que estou bem.
CW:
Nada disso! Vou levá-la agora mesmo!
LV:
Eu continuarei por aqui.
Catherine
levou Sara, a contragosto, até o Desert Palm. Ela não queria ir, mas fraca do
jeito que estava, não teve outra alternativa senão acatar. Lá, foi atendida
rapidamente, e o médico diagnosticou:
DR:
Você não está com nenhuma infecção, nem de garganta, ouvido ou amídalas. Sua
febre é de causa emocional. Alguma coisa a entristeceu, enfraquecendo seu
sistema imunológico, deixando-a vulnerável a febres e qualquer outro tipo de
virose. Vou medicá-la e você ficará por 15 minutos no repouso, ok? Depois desse
período, estará liberada. Mas vou receitar um remédio para tomar em casa, caso
a febre volte ou persiste.
Sara
foi para o quarto de repouso, onde uma enfermeira lhe aplicou um remédio
intravenoso, e ela ficou descansando.
CW:
Sara, vou dar um telefonema, volto logo, ok?
SS:
Está bem.
Catherine
foi até o corredor, onde ligou para Grissom, avisando da demora.
GG:
Onde é que vocês estão?
CW:
Sinto muito pela demora, Gil, aconteceu um imprevisto e voltarei logo mais.
GG:
O que houve?
CW:
Sara passou mal e eu a trouxe até o Desert Palm. Lou ficou na cena do crime.
GG:
E como ela está?
CW:
Depois do desmaio na cena, aqui no hospital o médico verificou que ela está com
febre alta, mas agora está medicada.
GG:
Será preciso ir até aí?
CW:
Melhor não, o doutor disse que ela está com febre emocional. Você fez alguma
coisa que a deixasse assim?
GG:
Os problemas da Sara só pertencem a ela – disse com frieza.
CW:
Não precisa me dizer mais nada, já vi que você tem muito a ver com isso.
GG:
Não diga asneiras, Catherine.
CW:
Você está em casa?
GG:
Daqui a pouco estou indo.
CW:
Ótimo! Assim que deixar Sara em casa, passo aí. Quero saber o que está
acontecendo para entender o que se passa.
GG:
Não tem necessidade... alô?
A
loira desligou o celular antes que ele pudesse replicar. A verdade é que
Grissom amava, amava muito Sara. Só que ele escondia dela algo que não havia a
necessidade de ser omitido, pois no amor os problemas geralmente são
compartilhados e juntos, o casal sempre busca uma solução. Mas ele optou por
uma solução mais dolorosa, a de ficar sozinho, quando poderia ter sido honesto
com ela. Catherine
deixou Sara em casa.
CW:
Tem certeza de que não quer companhia?
SS:
Tenho, Cath. A febre já baixou, estou me sentindo melhor. Além do mais, tem
remédios por aqui, caso ela volte. Vou ficar bem. Prometo.
CW:
Está bem então. Não vou torrar mais a sua paciência. Comporte-se, mocinha!
Sara
apenas sorriu e fechou a porta. Catherine entrou no carro e seguiu para a casa
de Grissom. Ele estava todo relapso, cabelo desgrenhado, roupão, cara de noite
mal dormida.
GG:
Eu não achava que você falava sério quando disse que viria até aqui!
CW:
Eu nunca brinco, Gil, ainda mais se tratando de assuntos importantes.
Posso
entrar?
GG:
Claro.
A
loira entrou e reparou como o apartamento estava largado; roupas, objetos e até
mesmo o cão Hank, que ficava o tempo todo num canto. Parecia sentir que o dono
estava desligado de tudo e de todos.
CW:
Meu Deus, Gil, o que aconteceu com seu apartamento?
GG:
Nada, ele está muito bem!
CW:
Em que sentido você está falando? Só se for figurado né? Olha só isso, uma
bagunça total! Quanto desleixo com seu apartamento, seu lar, Grissom!
GG:
Não tenho tido tempo para arrumar. Nunca fui bom em tarefas domésticas.
CW:
Você tinha uma pessoa que sabia como ninguém deixar um lugar arrumado
impecavelmente...
GG:
Se refere a Sara?
CW:
E a quem mais? Ou você tem uma amante?
GG:
Não diga besteiras, Catherine!
CW:
Se não for esse o motivo de você ter chutado a coitada da sua vida...
GG:
Não, não por isso. Mas também não quero tocar nesse assunto.
CW:
O que te levou a agir feito covarde, Gil? Você nunca foi assim...
GG:
Quem é covarde aqui, Catherine?
CW:
Por duas vezes você agiu feito tal; primeiro, por ter levado tanto tempo para
admitir que amava Sara desesperadamente e que não agüentava mais sentir tanto
ciúme ao vê-la cercada por homens, ainda mais pelos rapazes do lab, com quem
ela sempre se deu muito bem. E agora, chutando-a pra fora de sua vida se nenhum
motivo, ou, pelo menos, sem um motivo convincente. Por que eu duvido que o que
o tenha levado a agir assim é algo simplório, sem nenhuma importância. Você
queria uma razão para terminar com ela, mas também não agiu feito um homem
feito para dizer olhando nos olhos dela os porquês.
GG:
Não sou esse covarde que você está me julgando ser.
CW:
Então me diga o que você tem que precisou mandar pra longe de sua vida justo a
mulher que te ama e que você um dia disse não suportar ficar um segundo longe.
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