Grissom
deu um suspiro, sabendo que não tinha mais como esconder de Catherine o que
estava mantendo em segredo total. Até porque a loira, diferentemente da amada,
não desistia facilmente das coisas e encurralava a outra pessoa até conseguir o
que pretendia.
GG:
Está bem, sente-se. Vou lhe contar toda a história. Mas antes, quero que me
prometa que em hipótese alguma você dirá qualquer palavra a Sara, nem mencionar,
nem mesmo soltar indiretas, ok?
CW:
Mas nem sei do que se trata...
GG:
Esta á a condição para que eu diga, Catherine. É pegar ou largar.
Mesmo
lamentando profundamente não poder contar à amiga sobre a história de Grissom,
Catherine acatou. Tudo pela informação.
CW:
Está bem. Pode começar a ame contar.
Grissom
começou a contar e ela ficou olhando atentamente para o amigo, não querendo
perder nenhum detalhe do acontecimento. No final...
GG:
E então? O que me diz?
A
loira tinha lágrimas nos olhos.
GG:
Porque está querendo chorar?
CW:
Porque você não está dando conta do grande amor que tem em suas mãos e está
simplesmente jogando ao vento.
GG:
Pensei que iria dizer algo a respeito do que acabei de lhe contar.
CW:
É por isso. Você poderia resolver toda essa situação com Sara, ela sabe mais do
que ninguém como ser uma boa mulher para seu homem. Não jogue fora esse amor,
você não tem idéia de quantas pessoas passam por esta vida sem ter tido a
mínima chance de saborear este sentimento, esta sensação maravilhosa de ser
amado... Qualquer problema que você tiver, não será maior do que o amor que
você e Sara sempre tiveram um pelo outro. Deixe esse orgulho de lado e traga-a
de volta para a sua vida! Antes que seja muito tarde.
Foi
a vez de Grissom olhar atentamente para a amiga. Ela estava certa, mas ele
também tinha seus medos. Sabia o quão magoada Sara estava, e tinha medo de
levar um “não” dela. Ele e seus medos bobos, sempre tão próximos, afastando
dele a única mulher que soube encorajá-lo e livrá-lo desses estúpidos medos. Assim
que a loira foi embora, ele ficou pensativo, revivendo em lembranças tudo de
mais bonito que o amor lhe proporcionara. Ele saberia viver sem isso? Ele
estava buscando uma forma de revelar o que se passava com ele à Sara, chegara até
mesmo a treinar como falaria do assunto, mas, conforme os dias se passaram, o
supervisor acabou acomodando (como sempre) e acabou deixando de lado esse
assunto. Mas ver Sara todos os dias no lab e perceber tanta tristeza em seus
olhos o deixava mais triste e sem coragem. Afinal, ele mesmo a mandara para
fora de sua vida, disse tantas coisas que nunca deveria ter dito, e ainda vê-la
se fazendo de forte quando estava aos cacos machucava seu coração como um
espinho. Naquela semana, ele foi ao médico mais uma vez.
DR:
Muito bem, senhor Grissom, o tumor está regredindo, à base de medicamentos que
são fortes, mas em compensação os resultados estão vindo rápidos. Por sorte, é
benigno, o que faz as chances de total cura serem de 100%. A cirurgia será realizada
amanhã e em dois dias você poderá ir pra casa. Sua esposa virá com você?
GG:
Não, não sou casado...
DR:
Bom, seria bom ter alguém com você aqui.
GG:
Eu não falei do tumor para a minha namorada, então ela não estará aqui
comigo...
DR:
Você deveria ter dito. Seu tumor no baço não é maligno, e ter esse apoio seria
fundamental. Mas tudo bem, você é quem sabe. Está pronto para a cirurgia?
GG:
Mais do que pronto!
DR:
Ótimo! Então nos vemos amanhã.
Naquele
dia Grissom não iria ao lab, estava se preparando para a cirurgia. Ligou para
Catherine e a chamou para acompanhá-lo no hospital.
CW:
Mas porque você não chama Sara? Ela é sua namorada!
GG:
Esqueceu que eu não contei nada à ela? Como iria reagir quando eu contasse, do
nada, que teria de fazer uma cirurgia?
CW:
Olha Gil, você está fazendo uma bola de neve... e eu estou me metendo nesse seu
rolo! Quando a Sara descobrir que eu sabia de tudo, é capaz de sobrar pra mim
também. Eu não quero causar mais confusão!
GG:
Não se preocupe, vai dar tudo certo.
CW:
Está bem. A que horas nos vemos?
GG:
Me busque por volta das 11.
CW:
Ok.
Depois
que desligou o telefone, Grissom andou pela casa, segurando o ímpeto de ligar
para Sara e contar a verdade. Ele queria e iria contar tudo, mas aquilo não
poderia ser por telefone, teria de ser olho-no-olho, para que ela acreditasse e
sentisse que ele a amava. Antes de se deitar, o supervisor, triste por estar
sendo um idiota, encontrou inspiração para escrever um poema para a amada.
“Cometi
tantos erros com você
Fiz
tantas besteiras, tentando encontrar
Uma
maneira para te esquecer
Mas
tudo foi em vão
Porque
meu coração só quer amar você
No
silêncio da noite, no vazio do meu quarto
Meu
coração chama por você
Não
consigo te esquecer
Meu
amor, vem matar essa vontade
De
amar você, te aquecer
Ninguém
faz aquele amor que um dia a gente fez
Volta
pra ser o meu bebê
Eu
preciso te encontrar
Pra
te ninar e te amar outra vez...”
Depois
de escrever, Grissom disse, em pensamento:
“Me perdoe por tudo, querida. Eu te
amo e a vida sem você está sendo insuportável. Depois da cirurgia, vou
abrir o jogo com você. E espero que me perdoe. Você não sabe o quanto está me
doendo a sua ausência...”
Com a amada nos pensamentos, Grissom deitou-se e
logo adormeceu. Teria uma batalha a ser vencida no dia seguinte. Acordou
cedo e foi logo banhar-se. Arrumou-se, tomou um suco e aguardou Catherine
chegar, o que não demorou muito.
CW: Cheguei a tempo?
GG: Na hora.
CW: Ótimo! Então vamos, isso vai
acabar logo.
No carro...
GG: Você vai ao lab mais tarde?
CW: Sim, vou esperar sua cirurgia
terminar e vou pra lá. Já avisei a equipe, e Warrick estará supervisionando
durante minha ausência.
GG: Como Sara estava?
CW: Sob que aspecto?
GG: Todos.
CW: Aparentemente bem. Se ela está
sofrendo, está sabendo disfarçar muito bem, porque não vi nenhuma lágrima nos
olhos dela. Mas Sara sempre foi muito discreta, então pode ser da personalidade
dela mesmo...
Grissom permaneceu calado até chegar
ao hospital. Depois de preencher formulários, ele esperou por mais um tempinho
até o médico vir falar:
DR: Está pronto, senhor Grissom?
GG: Estou.
DR: Ótimo! Vamos trocar de roupa e
preparar para a cirurgia. Vai dar tudo certo!
CW: Eu ficarei esperando sua
cirurgia terminar, Gil. Boa sorte!
GG: Obrigado.
A loira seguiu com os olhos o amigo
indo se trocar para a cirurgia. Enquanto aguardava na sala de espera, teve
vontade de avisar Sara, mas depois lembrou-se de que ele não queria que ela
soubesse, que diria tudo após estar bem. “Meu amigo, como você é complicado!
Tudo poderia estar sendo tão mais fácil se você tivesse confiado no amor de
Sara... Mas enfim, cada cabeça a sua sentença. Espero que ela o possa perdoar
depois de saber que você estava doente e não lhe contou nada... nem mesmo fora
chamada para acompanhá-lo no hospital”, pensou a loira, que em seguida fechou
os olhos e acabou cochilando. A cirurgia fora um sucesso e o
tumor, extirpado. Havia se passado uma hora e meia desde a cirurgia e o
cirurgião veio falar com Catherine:
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