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Visão do amor - cap. 5


Sara sorriu contente.

SS: Agora vamos ao lab dar a notícia aos amigos.
GG: Está em condições de ficar andando, honey? Sua barriga já está ficando grande, e você pode se cansar com facilidade.
SS: Vou trabalhar até o oitavo mês, Griss. Tenho dois braços e duas pernas, sou saudável, enfim, creio que posso ser muito útil ao lab.
GG: Só quero preservá-la.  

No lab, todos estavam muito felizes pela chegada da filha do casal.

CW: Adorei saber que vocês terão uma princesa! Agora você vai ver, Sara, que trabalho dá deixar uma filha toda produzida.
SS: Cath, eu não pretendo transformar a nossa filha em rainha de escola de samba. Mas é claro que vou adorar comprar vestidos e sapatos.
CW: E você, Gil? Já se acostumou com a idéia de ter duas mulheres em casa?
GG: Estou adorando. Cresci cercado de mulheres, e é muito bom.
SS: Como assim mulheres?
GG: Minha mãe, minha avó e minhas tias. E claro, minhas primas.
SS: Ah tá.
NS: E aí, Grissom, vai deixar sua filha sair para encontros com 15 anos?
GG: De jeito nenhum! Primeiro os estudos.
CW: Sim, e quando puder sair, já terá seus 30 anos. Oras, faça-me o favor, Gil! Não é porque você tem 50 anos que tem de agir feito um neandertal. É muita caretice! Estamos no século vinte e um.
GG: Catherine, nós vamos educar nossa filha da melhor maneira possível. Posso não entender de bebês, mas entendo da vida. Sei como o mundo está e não quero que ela passe pelo que eu já passei na vida. Creio que Sara também não queira o que ela já passou pra menina.
SS: Evidente que não – lembrou-se do episódio da morte de seu pai.
NS: Estou muito feliz por vocês. Deixe-me ter dar um abraço, Sara!
SS: Claro, Nick.

A gravidez de Sara por volta do sétimo mês não foi tão fácil assim. Ela começou a ter hipertensão, típica das gestantes, e sentia-se mal com facilidade. Pra piorar, começou a perder sangue, embora a bolsa não rompesse. Era por isso que Sara e Grissom andavam discutindo. Ela não achava necessidade de ficar presa em casa e ele não a queria no lab, temendo pela saúde das duas. Numa das discussões, Sara começou a sentir-se mal, a pressão subira repentinamente. Nervoso, Grissom ligou para o obstetra da mulher, que ordenara levá-la para o hospital. A cesárea seria feita imediatamente. Cerca de trinta minutos depois, a filha dos dois vinha ao mundo. Pouco tempo depois, Sara estava no quarto. Grissom permanecia o tempo todo ao lado dela.

GG: Como se sente?
SS: Não sinto minhas pernas.
GG: É normal, Sara. A anestesia ainda está fazendo efeito. Mais umas duas horas e suas pernas voltarão a ter sensibilidade.
SS: Você avisou ao pessoal do lab?
GG: Estou aqui com você, esqueceu? Mas daqui a pouco eu ligo pra Cath e passo os detalhes.

Naquele momento a enfermeira entrou no quarto.

##: Boa tarde, mamãe. Como se sente?
SS: Um pouco dolorida por causa da cirurgia.
##: É normal. Conforme os dias forem passando, ela diminuirá.
GG: Alguma notícia da nossa filha?
## Bem, como vocês sabe, ela nasceu prematura, ou seja, antes das 38 semanas mínimas. Está sendo monitorada na incubadora, recebendo oxigênio e cuidados. Aparentemente ela está bem.
SS: Como aparentemente?
##: Pelo fato de ser um bebê prematuro, é possível que algum problema venha a aparecer, mas isso só poderemos constatar com o passar dos dias. A senhorita terá alta em dois dias, mas sua filha continuará até que ganhe peso o suficiente. Daqui a pouco para trazer seu jantar. Com licença.

Logo em seguida, Grissom saiu do quarto e ligou para o lab, avisando do nascimento da filha. Catherine ficou em euforia.

NS: Ei, o que houve, Cath? Que alegria é essa?
CW: Nasceu a filha de Gil e Sara.
GS: Que notícia ótima! Será que poderemos ir ao hospital?
WB: Calma cara, a menina acabou de nascer. Além do que, acho que a Sara não está a fim de visitas agora.
CW: O Gil está lá com ela, vai dormir por lá. Amanhã poderemos fazer uma visita.
NS: Vou passar numa loja e comprar algo bem legal para a garota.
GS: Eu também.

No dia seguinte, a equipe foi em peso visitar a menina.

SS: Ei! Vocês vieram mesmo!
CW: Claro! Estávamos todos ansiosos pra ver o bebê. Por falar nisso, já escolheram o nome da garotinha?
GG: Meg Sidle Grissom.
NS: Belo nome! E onde ela está?
SS: Na incubadora, nasceu prematura.
CW: Ah sim, é importante pra ela ficar lá enquanto pega peso.
GS: Mas poderemos vê-la, não?
GG: Claro, Greg. De dois em dois.

Todos ficaram encantados com a menina, que era linda. Loirinha com os cabelos arrepiados.

CW: Que anjinho! Parece com a Lindsay quando era bebê! – sussurrou Cath.

Na volta ao quarto...

SS: Cath, gostaria de ser a madrinha de Meg?
CW: Ainda pergunta? Claro!
GS: E o padrinho? Quem vocês escolhem?

Grissom e Sara se olharam.

GG: Você, Greg.
GS: Aêeeee! Posto merecidíssimo!
NS: Convencido...
WB: É isso aí...
GS: Vocês estão com inveja, admitam...
GG: Olha aqui, Greg. Está terminantemente proibido de deixar a minha filha tão doida quanto você. Nada de brincadeiras idiotas, ok?
GS: Pode deixar, chefe!

Quando Sara teve alta, seu coração estava apertado por ter de deixar a filha no hospital. Grissom também estava um pouco chateado, mas sabia que era para o bem dela. Procurava ser forte para acalmar o coração da mulher. Ele tirou uns dias de licença para ajudar Sara, pois ela ainda andava e fazia as coisas com dificuldade. Quatro semanas depois, a pequena Meg teria alta. Os pais foram ansiosos receber a filha nos braços. Já com ela, a pediatra que ajudou nos cuidados com a menina no parto solicitou uma conversa com eles.

DR: A filha de vocês é linda mesmo, estão de parabéns.
SS: Obrigada.
DR: No entanto, eu quis ter essa conversa com vocês para fazer um resumo de tudo o que houve.

Sara e Grissom ficaram apreensivos.

DR: A pequena Meg nasceu com Retinopatia da Prematuridade, uma doença congênita visual provocada pela falta de circulação sanguínea na retina. Ela afeta cerca de 30% dos prematuros e, desses, 8% tendem a ficar cegos. Nós fizemos um pequeno tratamento com laser ou crioterapia na área onde ocorre insuficiência de irrigação sangüínea, conseguimos colocar a retina no lugar novamente, mas sem sucesso.
GG: Em outras palavras, doutora... – Grissom parecia pressentir o pior.
DR: Sua filha tem um deficiência visual, senhor e senhora Grissom. Ou seja, é cega.  

Sara não suportou a notícia e desabou a chorar. Grissom também chorou, mesmo tentando ser forte. O que seria da filha tão amada e tão desejada que tiveram? Como fariam para ajudá-la a viver, mesmo sem poder enxergar a beleza da natureza, das cores, dos animais...?

DR: Eu devo dizer-lhes que a cegueira não constitui limitações para a criança. Ela poderá fazer ou ser o que quiser na vida, basta que haja apoio, amor e compreensão dos pais. E, claro, estímulo. Pegue este folheto de uma instituição para bebês e crianças cegas, vai lhes ajudar nessa nova etapa de suas vidas, como lidar com a deficiência de sua filha e, acima de tudo, a aceitar que ela não poderá enxergar. Vocês como pais, não podem abandoná-la em hipótese alguma. A criança cega será dependente até o momento em que puder caminhar com suas próprias pernas, mas para isso, ela necessitará de muito amor, confiança e apoio da família. Esta instituição, a ACDV (Associação das Crianças com Deficiência Visual), é uma casa onde as crianças e bebês aprendem a conviver umas com as outras. Vejam os horários das palestras e vão. Vocês conhecerão pais que passam por isso e tiram de letra a dor e o sofrimento.

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