Àquela altura, a polícia já estava do lado de
fora, aguardando o momento de atacar. Brass estava em posição de espera.
Grissom havia sido avisado de um assalto em uma loja de conveniência e se
dirigiu pra lá.
GG: O que houve, Brass?
JB: Parece que um assaltante está fazendo o dono
do estabelecimento refém. E tem uma policial tentando negociar com ele.
Grissom pegou o binóculo e se assustou ao ver Sara
lá dentro.
GG: Brass, é Sara quem está lá!
JB: Sério? Então a coisa tá preta!
Dentro da loja...
##: Vai largar a arma ou não?!
SS: Calma, estou abaixando – Sara pôs a arma no
chão bem devagar e levantou as mãos, mostrando estar desarmada – Tudo bem, você
pode soltar o homem.
O homem gargalhou.
##: Sua idiota!
Do lado de fora, Grissom e Brass se alarmaram
quando um tiro foi ouvido. O supervisor pegou o binóculo e viu Sara caindo ao
chão. O bandido deu um tiro que acertou o peito de Sara. Logo em seguida, ele
atirou na cabeça do dono da loja e se matou. Sara caiu ferida, o sangue jorrava
pelo peito. Brass determinou que os policiais invadissem o local. O cenário era
terrível: dois homens mortos e uma mulher ferida no peito, perdendo sangue. Grissom
correu para ela e ficou muito assustado ao vê-la ferida.
GG: Rápido, uma ambulância!
Brass ordenou aos comandados a busca da
ambulância. Enquanto isso, Grissom segurava a mão gelada de Sara, que olhava
com os olhos semi-cerrados pro nada. O supervisor estava aflito com o estado
dela e a demora da ambulância. Felizmente, ela chegou em poucos minutos. Os
paramédicos verificaram a pulsação e o ferimento de Sara, e rapidamente a
puseram na ambulância. Ele foi junto. Ao chegar lá, ele teve de ficar na sala de espera.
Ansioso e visivelmente nervoso, Grissom ligou para Catherine.
CW: Willows.
GG: Catherine?
CW: Gil, onde você está?
GG: No hospital.
CW: Então era verdade que a Sara estava na loja do
assalto?
GG: Sim – a voz dele saiu embargada.
CW: O que aconteceu?
GG: Eu e Brass estávamos um pouco distantes, mas
pelo que vi, ela estava tentando fazer com que o bandido não fizesse nada com o
dono da loja. Aí, não sei o que eles falaram entre si, só vi Sara caindo depois
de ouvir o barulho de um tiro.
CW: Céus! E como Sara está?
GG: Foi levada para o centro cirúrgico assim que
chegamos.
CW: Vamos para aí assim que puder.
Assim que desligou o telefone, Grissom pôs as mãos
no rosto, apoiadas na perna. Ele, que tinha medo de assumir pra todos que
estava com Sara e que eles se amavam, agora tinha o medo de não vê-la mais com
vida. Se ela não resistisse, jamais se perdoaria. Pouco tempo depois, o médico
que socorreu Sara veio falar com Grissom.
DR: O senhor veio com a paciente?
GG: Sim.
DR: É o responsável por ela?
GG: Sim. Ela é minha mulher.
DR: Bem, a paciente deu entrada com uma perda
considerável de sangue, porém não o suficiente para que necessitasse de doação.
A cirurgia correu bem, já que a bala não atingiu nenhum órgão vital. Encontrava-se
no lado direito do peito, mas não atingiu nenhuma artéria, o que é um bom
sinal. Agora ela está em coma induzido para avaliarmos a evolução do quadro
clínico dela. Se tudo correr bem, em breve ela irá para o quarto.
GG: Eu poderei vê-la?
DR: Através do vidro. Para evitar infecções não
permitimos o contato com o paciente recém-operado.
GG: Certo.
DR: Venha comigo.
Grissom, nervoso por dentro por saber que Sara
estava em coma, caminhou meio que bambo até o lugar onde ela se encontrava.
Através do vidro viu a mulher que amava cheia de aparelhos, imóvel, dormindo. Pouco
depois, Catherine chegou ao hospital. Perguntou sobre Sara na recepção e foi
até onde Grissom estava. Encontrou-o olhando Sara pelo vidro. Abraçou-o
carinhosamente, e só assim ele percebeu que Cath estava ali.
CW: Ela vai sair dessa, acredite.
GG: Eu acredito que o amor é capaz de fazer milagres,
Catherine.
A loira olhou para onde a companheira de equipe
estava e não pôde evitar de se emocionar.
CW: Me dá vontade de chorar vendo-a dessa maneira.
Mas tenho certeza de que logo Sara estará de volta ao lab conosco.
Logo em seguida chegaram Nick, Greg e Warrick.
CW: Ei! Vocês não deveriam estar no lab não?
WB: Dá um tempo, Cath. Nós queríamos ver a Sara
também.
GS: Como ela está, Grissom?
GG: Veja você mesmo – ele indicou o vidro.
Os três chegaram mais perto e viram a companheira imóvel
na cama. Ficaram sem saber o que dizer ou pensar. Nick, emotivo como sempre,
não conseguiu segurar as lágrimas. Mais tarde, já sozinho na sala de espera,
Grissom recebeu orientações do médico.
DR: Senhor Grissom, não vai adiantar você ficar
aqui. A senhorita Sidle não vai acordar pelas próximas horas. Vá pra casa e
descanse. Assim que ela acordar, eu o chamo.
GG: Tem certeza de que minha presença aqui não
será necessária?
DR: Absoluta.
Grissom foi pra casa meio a contragosto. Em casa,
havia Sara por todos os lados: nos retratos, na comida vegetariana que estava
na geladeira, no cheiro dos lençóis... Para não ficar pensando na dor da amada, resolveu
tomar um banho gelado. Enquanto esfregava o corpo, pensava em todos os momentos
ao lado dela; de quando se viram pela primeira vez, de quando fizeram amor no
tempo em que ficou dando palestras na faculdade onde ela estudava... pensando
em como agia feito um moleque, indo escondido para o quarto de Sara, Grissom
deu uma risada discreta. E depois que os dois ficaram juntos em Vegas, ele
teve medo de mostrar ao mundo que ela era a mulher de sua vida. Medo estúpido! Sara em coma no hospital, correndo o risco de
morrer, e ele ainda com este medo... Não, não o teria mais. Assim que Sara acordasse, a pediria em casamento. Saiu do banheiro,
deitou-se e adormeceu, sentindo o cheiro de Sara no travesseiro. No dia seguinte, foi para o lab. Mas estava
visivelmente abatido. Todos percebiam a angústia nos olhos do chefe. A equipe
estava reunida na sala de convivência.
CW: Alguma notícia de Sara?
GG: Liguei hoje cedo, ela ainda está dormindo, mas
por ela mesma, sem ajuda de medicamentos. Segundo o médico, Sara está tendo uma
evolução muito importante, e até rápida.
WB: Grissom, me tira uma dúvida?
GG: Pergunte.
WB: Você a Sara estão juntos?
GG: Que pergunta é essa, Warrick?
CW: Oras Gil, porque você não acaba logo com isso?
Todo mundo sabe que você e a Sara estão juntos, mas ninguém fala nada com medo
de levar uma patada.
GG: Sabe que eu não falo da minha vida pessoal.
CW: Dizer que Sara é seu amor não significa falar
com que roupa você dorme, o ou que vocês dois fazem na cama...
Grissom ficou desconcertado com as últimas
palavras de Catherine.
GG: Ok. Se é pro bem da nação, eu falo: Sara e eu
estamos juntos, pronto!
GS: Vocês estão morando juntos?
GG: Isso você vai saber depois do casamento.
NS: Vai pedir Sara em casamento, Grissom?
GG: Captou?
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