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Visão do amor - cap. 2


Àquela altura, a polícia já estava do lado de fora, aguardando o momento de atacar. Brass estava em posição de espera. Grissom havia sido avisado de um assalto em uma loja de conveniência e se dirigiu pra lá.

GG: O que houve, Brass?
JB: Parece que um assaltante está fazendo o dono do estabelecimento refém. E tem uma policial tentando negociar com ele.

Grissom pegou o binóculo e se assustou ao ver Sara lá dentro.

GG: Brass, é Sara quem está lá!
JB: Sério? Então a coisa tá preta!

Dentro da loja...

##: Vai largar a arma ou não?!
SS: Calma, estou abaixando – Sara pôs a arma no chão bem devagar e levantou as mãos, mostrando estar desarmada – Tudo bem, você pode soltar o homem.

O homem gargalhou.

##: Sua idiota!

Do lado de fora, Grissom e Brass se alarmaram quando um tiro foi ouvido. O supervisor pegou o binóculo e viu Sara caindo ao chão. O bandido deu um tiro que acertou o peito de Sara. Logo em seguida, ele atirou na cabeça do dono da loja e se matou. Sara caiu ferida, o sangue jorrava pelo peito. Brass determinou que os policiais invadissem o local. O cenário era terrível: dois homens mortos e uma mulher ferida no peito, perdendo sangue. Grissom correu para ela e ficou muito assustado ao vê-la ferida.

GG: Rápido, uma ambulância!  

Brass ordenou aos comandados a busca da ambulância. Enquanto isso, Grissom segurava a mão gelada de Sara, que olhava com os olhos semi-cerrados pro nada. O supervisor estava aflito com o estado dela e a demora da ambulância. Felizmente, ela chegou em poucos minutos. Os paramédicos verificaram a pulsação e o ferimento de Sara, e rapidamente a puseram na ambulância. Ele foi junto. Ao chegar lá, ele teve de ficar na sala de espera. Ansioso e visivelmente nervoso, Grissom ligou para Catherine.

CW: Willows.
GG: Catherine?
CW: Gil, onde você está?
GG: No hospital.
CW: Então era verdade que a Sara estava na loja do assalto?
GG: Sim – a voz dele saiu embargada.
CW: O que aconteceu?
GG: Eu e Brass estávamos um pouco distantes, mas pelo que vi, ela estava tentando fazer com que o bandido não fizesse nada com o dono da loja. Aí, não sei o que eles falaram entre si, só vi Sara caindo depois de ouvir o barulho de um tiro.
CW: Céus! E como Sara está?
GG: Foi levada para o centro cirúrgico assim que chegamos.
CW: Vamos para aí assim que puder.

Assim que desligou o telefone, Grissom pôs as mãos no rosto, apoiadas na perna. Ele, que tinha medo de assumir pra todos que estava com Sara e que eles se amavam, agora tinha o medo de não vê-la mais com vida. Se ela não resistisse, jamais se perdoaria. Pouco tempo depois, o médico que socorreu Sara veio falar com Grissom.

DR: O senhor veio com a paciente?
GG: Sim.
DR: É o responsável por ela?
GG: Sim. Ela é minha mulher.
DR: Bem, a paciente deu entrada com uma perda considerável de sangue, porém não o suficiente para que necessitasse de doação. A cirurgia correu bem, já que a bala não atingiu nenhum órgão vital. Encontrava-se no lado direito do peito, mas não atingiu nenhuma artéria, o que é um bom sinal. Agora ela está em coma induzido para avaliarmos a evolução do quadro clínico dela. Se tudo correr bem, em breve ela irá para o quarto.
GG: Eu poderei vê-la?
DR: Através do vidro. Para evitar infecções não permitimos o contato com o paciente recém-operado.
GG: Certo.
DR: Venha comigo.

Grissom, nervoso por dentro por saber que Sara estava em coma, caminhou meio que bambo até o lugar onde ela se encontrava. Através do vidro viu a mulher que amava cheia de aparelhos, imóvel, dormindo. Pouco depois, Catherine chegou ao hospital. Perguntou sobre Sara na recepção e foi até onde Grissom estava. Encontrou-o olhando Sara pelo vidro. Abraçou-o carinhosamente, e só assim ele percebeu que Cath estava ali.

CW: Ela vai sair dessa, acredite.
GG: Eu acredito que o amor é capaz de fazer milagres, Catherine.

A loira olhou para onde a companheira de equipe estava e não pôde evitar de se emocionar.

CW: Me dá vontade de chorar vendo-a dessa maneira. Mas tenho certeza de que logo Sara estará de volta ao lab conosco.

Logo em seguida chegaram Nick, Greg e Warrick.

CW: Ei! Vocês não deveriam estar no lab não?
WB: Dá um tempo, Cath. Nós queríamos ver a Sara também.
GS: Como ela está, Grissom?
GG: Veja você mesmo – ele indicou o vidro.

Os três chegaram mais perto e viram a companheira imóvel na cama. Ficaram sem saber o que dizer ou pensar. Nick, emotivo como sempre, não conseguiu segurar as lágrimas. Mais tarde, já sozinho na sala de espera, Grissom recebeu orientações do médico.

DR: Senhor Grissom, não vai adiantar você ficar aqui. A senhorita Sidle não vai acordar pelas próximas horas. Vá pra casa e descanse. Assim que ela acordar, eu o chamo.
GG: Tem certeza de que minha presença aqui não será necessária?
DR: Absoluta.

Grissom foi pra casa meio a contragosto. Em casa, havia Sara por todos os lados: nos retratos, na comida vegetariana que estava na geladeira, no cheiro dos lençóis... Para não ficar pensando na dor da amada, resolveu tomar um banho gelado. Enquanto esfregava o corpo, pensava em todos os momentos ao lado dela; de quando se viram pela primeira vez, de quando fizeram amor no tempo em que ficou dando palestras na faculdade onde ela estudava... pensando em como agia feito um moleque, indo escondido para o quarto de Sara, Grissom deu uma risada discreta. E depois que os dois ficaram juntos em Vegas, ele teve medo de mostrar ao mundo que ela era a mulher de sua vida. Medo estúpido! Sara em coma no hospital, correndo o risco de morrer, e ele ainda com este medo... Não, não o teria mais. Assim que Sara acordasse, a pediria em casamento. Saiu do banheiro, deitou-se e adormeceu, sentindo o cheiro de Sara no travesseiro. No dia seguinte, foi para o lab. Mas estava visivelmente abatido. Todos percebiam a angústia nos olhos do chefe. A equipe estava reunida na sala de convivência.

CW: Alguma notícia de Sara?
GG: Liguei hoje cedo, ela ainda está dormindo, mas por ela mesma, sem ajuda de medicamentos. Segundo o médico, Sara está tendo uma evolução muito importante, e até rápida.
WB: Grissom, me tira uma dúvida?
GG: Pergunte.
WB: Você a Sara estão juntos?
GG: Que pergunta é essa, Warrick?
CW: Oras Gil, porque você não acaba logo com isso? Todo mundo sabe que você e a Sara estão juntos, mas ninguém fala nada com medo de levar uma patada.
GG: Sabe que eu não falo da minha vida pessoal.
CW: Dizer que Sara é seu amor não significa falar com que roupa você dorme, o ou que vocês dois fazem na cama...

Grissom ficou desconcertado com as últimas palavras de Catherine.

GG: Ok. Se é pro bem da nação, eu falo: Sara e eu estamos juntos, pronto!
GS: Vocês estão morando juntos?
GG: Isso você vai saber depois do casamento.
NS: Vai pedir Sara em casamento, Grissom?
GG: Captou?

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