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Visão do amor - cap. 3


CW: Já era hora, Gil. Você e Sara fazem um lindo casal. E pode contar com a gente.
GG: Obrigado. Eu queria mostrar algo a vocês, e gostaria da opinião de cada um.

Grissom tirou do bolso do casaco uma caixinha preta, e ao abri-la, apareceu um belo anel de ouro com brilhantes.

WB: Uau! Essa é uma bela declaração de amor!
CW: Que coisa linda, Gil! É, você sabe surpreender, até quando quer.
NS: Combina com Sara.
GG: Eu queria algo delicado, que combinasse com os dedos finos dela.
CW: E acertou. O anel é belíssimo!

Grissom sorriu satisfeito. Naquela tarde recebeu um telefonema do médico dizendo que Sara fora para o quarto. Estava lúcida e perguntava por ele. Ficou eufórico.

CW: Ei! Onde você vai tão agitado desse jeito?
GG: Sara já foi para o quarto. Está acordada e perguntou pra mim. Catherine, você assume a liderança, eu não volto hoje.
CW: Ok. Mande um abraço pra ela de nós.
GG: Certo!

No hospital, Grissom não conseguia esconder a ansiedade. Era como se fosse ver Sara depois de longos anos. Ao entrar no quarto, encontrou-a deitada, mas acordada e sorridente.

SS: Ei! Você veio...

Sara, apesar de pálida e magra, sorria lindamente. Grissom sentiu seu coração quase sair do peito para se encontrar com o dela. Ele acariciou os cabelos dela, visivelmente emocionado.

GG: Como você se sente?
SS: Estou bem. É muito bom vê-lo aqui.
GG: Vim assim que soube. Pensei que a perderia... Tive medo.
SS: Mais um de seus medos, Griss?
GG: Esse tiro fez com que eles fossem embora. Todos no lab sabem de você e eu.
SS: Nossa! Nunca pensei que...

Grissom tocou os lábios de Sara levemente.

GG: Tem mais.

Ele pegou a caixinha preta do bolso e a entregou à amada.

SS: O que é isso, Griss?
GG: Abra.

Sara abriu e viu o belíssimo anel.

SS: Não tenho nem palavras... Eu... Não sei o que dizer.
GG: Diga sim!
SS: Como?! – ela levantou a sobrancelha.
GG: Quero oficializar nossa união, honey. Gostaria de torná-la minha.
SS: Mas eu já sou, Griss.
GG: Quero fazê-la minha esposa e mãe dos meus filhos. Nós deveríamos nos casar. Você aceita?

Os olhos de Sara encheram-se d’água. Casamento não era bem algo que lhe passara pela cabeça, mas vindo de um Grissom agora humanizado e sentimental, achou que fora a melhor coisa que já ouvira dele. E não deixaria passar esta chance em vão.

SS: O que você acha?
GG: Quero ouvir, Sara.
SS: Sim, Griss. Eu aceito me casar com você.

Grissom suspirou aliviado e a abraçou de leve, por causa da operação.

GG: Obrigado, honey – ele sussurrou.

Sara teve uma recuperação ótima. Voltou ao lab em três semanas, mesmo que ainda precisasse ir ao médico fazer algumas revisões. O casamento foi em quatro semanas, com ela completamente curada. Catherine e Brass foram os padrinhos de Grissom, e Wendy e Nick, os de Sara. Como um bom católico, Grissom desejou que a cerimônia fosse numa igreja. Havia muita gente, composta basicamente de amigos, já que Sara não tinha família e Grissom nem sabia por onde andava o restante da sua, já que seus pais já eram falecidos. Ao som da marcha nupcial, Sara entrou. Belíssima em um longo vestido de seda branco. Grissom não escondeu o sorriso de felicidade, e os amigos também compartilhavam desse momento único, e que, sem dúvidas, seria inesquecível para todos. Após todo aquele cerimonial, Grissom e Sara trocaram alianças, e depois selaram a união com um beijo de amor. Agora eles pertenciam um ao outro perante Deus. E seria assim para todo o sempre. A lua de mel fora rápida, apenas uma semana em Nova York. Os compromissos profissionais não podiam ficar em segundo plano. No lab, o casal foi recebido com muita pompa pelos companheiros.

CW: E como foram de lua de mel?
SS: Muito bem, estivemos em Nova York, deu pra relaxar um pouquinho.
GG: Mas os compromissos nos chamaram de volta à realidade.
CW: Deixa de ser chato, Gil. Lua de mel é só uma vez na vida, a menos que se case de novo.
GG: Com Sara, me casarei mil vezes mais. Foi uma experiência muito boa, e vê-la vestida de noiva foi como se um anjo estivesse em minha frente.
GS: Filosofando, Grissom?
GG: Caro Greg, quando você encontrar a mulher certa, saberá do que estou falando.

Os amigos riram.

GG: Mas vamos deixar a conversa de lado, temos coisas a fazer.

Antes que Grissom pudesse distribuir as tarefas, Ecklie apareceu, com um sorriso bem cínico.

CE: Ora ora, quer dizer que os pombinhos já voltaram da lua de mel? E por que não aproveitaram pra viajar ao redor do mundo, já que estavam curtindo a vida?
GG: Vou ignorar esse seu comentário maldoso, Ecklie. Sara e eu nos casamos, isso não é segredo pra mim.
CE: Fui pego de surpresa, já que nem sabia que vocês estavam juntos.
SS: Não havia necessidade de lhe contar aspectos da nossa vida pessoal. Não lhe diz respeito.
CE: A conversa não chegou em você, Sidle.
GG: Você veio até aqui pra reclamar que Sara e eu saímos em lua de mel? Deixa de ser ridículo, Ecklie!
CE: Você sempre soube do regulamento interno, e ainda assim o infringiu! O que eu faço com você: suspendo ou demito?!
GG: Nunca infringi coisa alguma aqui dentro! Sara e eu somos profissionais por demais para cometermos esse tipo de besteira aqui. Tanto que a equipe não sabia de nós dois.
CW: É verdade, Ecklie. Ninguém sabia.
CE: Fique quieta você também, Willows!
GG: Você vem aqui e insulta meus subordinados?
CE: Sou seu superior, você me deve respeito.
GG: Então dê-se ao respeito. Se quer ser respeitado, primeiro respeite as pessoas. É incrível como você ainda não tenha entendido o porquê de ninguém aqui dentro nutrir algum sentimento de afeto por você.
CE: Não gosto de puxa-sacos!
GG: Admirar e gostar de uma pessoa não quer dizer que tenha de ser capacho dela. Você é um cara inteligente. Pena que não soube usá-la a seu favor.

Ecklie fez uma cara feia e saiu bufando da sala de convivência. Àquela altura, Grissom suava de nervoso.

SS: Calma, não se estresse. Não deixe que um idiota desses faça seu sangue ferver.
GG: Ecklie é uma besta de marca maior. Ele pode muito bem nos prejudicar.
CW: Ele não pode contra você. Sabe que o prefeito e o xerife confiam exclusivamente em seu trabalho, Gil.

Horas mais tarde, todos já haviam ido embora, só restavam Grissom e Sara, que estavam revendo uns relatórios na sala dele. Quer dizer, ele, porque Sara estava com a cabeça apoiada ao braço, com o cotovelo na mesa, com os olhos quase fechados. Foi quando Grissom percebeu que já havia passado da hora.

GG: Está tarde, vamos embora, honey.

Sara estava tão exausta que nem sequer respondeu, não tinha forças. E ela passou a se sentir assim nas semanas seguintes. Com muita sonolência, cansaço excessivo, fome e algumas tonturas. A equipe estava na sala de convivência – exceto Grissom - quando Sara sentiu mais uma de suas tonturas. Ela acabou deixando um copo de café cair no chão.

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