Sara sorriu e viu estrelas ao redor dos dois.
Coisas que só quem ama enxerga... Depois de limpar toda a louça, os dois foram
assistir a um filme romântico no DVD. No quarto, já que seria mais romântico e
confortável. Enquanto Sara prestava
atenção à história, Grissom fazia carícias, na tentativa de lhe chamar a
atenção.
SS: Amor, não vai assistir ao filme?
Grissom permaneceu calado, com uma das mãos em partes íntimas da mulher. Sara deu uma sonora gargalhada, e aí ele abriu a boca:
GG: O que foi? Te machuquei?
SS: Está fazendo cócegas!
O apaixonado marido sorriu e foi para cima da mulher. No clima, Sara deixou o filme de lado e se entregou ao amor de seu homem. Os dois fizeram amor enquanto um filme romântico passava na tela da TV.
GG: Eu te amo, Sara – sussurrou Grissom ao pé do ouvido da amada.
SS: Oh Gil... eu... eu te amo tanto...
E assim, de tanto amor, os dois adormeceram, e nem
perceberam que a TV ficou ligada – embora não fizesse barulho porque o filme
havia terminado. Nus, corpo a corpo, cheiro a cheiro, um homem e uma mulher
sonhavam com sorriso no rosto.O amor de Grissom e Sara era algo peculiar, algo
raro de se ver. Qualquer casal que se amasse, passava longe do conceito de amor
perfeito, de amor ideal. Os amigos eram apaixonados por esse tipo de amor,
adoravam ver a felicidade do casal, depois de tudo o que passaram. Nos dias que
Grissom ficou fora de Vegas por um compromisso, Sara ficara macambúzia. Na época,
ninguém sabia do relacionamento deles, e não entenderam as reações estranhas da
amiga. Quando ela fora seqüestrada e jogada no deserto
pela maluca da Natalie Davis, fora a vez de Grissom sofrer. E foi quando ele
revelou sobre seu relacionamento com Sara para todos, que, foi natural, ficaram
surpresos. Ninguém os imaginava juntos, apesar da cumplicidade além do normal
que havia entre eles no lab. A mais observadora de todos ali era Catherine, e
ela percebia que havia uma certa tensão entre eles. Mas era tudo o que ela
conseguia captar; jamais chegara ao ponto de saber que aquela tensão gostosa
entre eles era, na verdade, amor. Amor este que Grissom só se deu contar que sentia
por Sara após se deparar com uma vítima assombrosamente semelhante a ela. Foi quando
seu coração lhe disse:
“Chega de tentar dissimular
e disfarçar e esconder
O que não dá mais pra ocultar
O que não dá mais pra ocultar
E eu não posso mais calar
Já que o brilho desse olhar foi traidor
E entregou o que você tentou conter
O que você não quis desabafar e me cortou
Já que o brilho desse olhar foi traidor
E entregou o que você tentou conter
O que você não quis desabafar e me cortou
Chega de temer, chorar,
sofrer, sorrir, se dar
E se perder e se achar
E se perder e se achar
E tudo aquilo que é viver
Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim
Como se fosse o sol desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor desta manhã
Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim
Como se fosse o sol desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor desta manhã
Nascendo, rompendo,
rasgando, tomando, meu corpo e então eu...
Chorando, sofrendo, gostando, adorando, gritando
Feito louco, alucinado e criança
Sentindo o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar, explode coração...”
Chorando, sofrendo, gostando, adorando, gritando
Feito louco, alucinado e criança
Sentindo o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar, explode coração...”
Dali em diante, foi apenas
se entregar à mulher que sempre o amara. A única que realmente o quis, o amou e
se dedicou àquele amor por anos. E a única mulher que soube ser tudo o que ele
sonhava em encontrar em alguém.
Os dias se passaram e Sara continuava incomodada
com a situação dos amigos. Não se conformava em vê-los não tão ligados assim.
Ela falava sobre isso com Grissom, que a aconselhava a não se meter, porque
Catherine era geniosa e não aceitava intromissões, mesmo sendo de amigos. Por
outro lado, também não concordava com esse distanciamento da amiga de longa
data. Via a maneira dela de amar muito fria, longe de ser chamado de “amor
intenso”. Mas eles não precisaram dar o primeiro passo. Certa tarde, enquanto
arrumavam os talheres na cozinha, receberam uma visita.
GG: Vartann?
LV: Posso falar com vocês?
SS: Oi... aconteceu alguma coisa?
O olhar triste do detetive já dizia por si.
GG: Claro, entre.
SS: Aconteceu alguma coisa entre você e Cath?
LV: É sobre isso que eu gostaria de falar. Estou
tomando o tempo de vocês?
GG: Não, não estávamos ocupados.
Os três se sentaram e Vartann abriu seu coração:
LV: Acho que vocês sabem o quanto eu estou
apaixonado pela Catherine.
SS: Sim. E achamos que vocês fazem um belo par.
GG: Mas o que está pegando?
LV: Terminei com Catherine, e estou muito triste.
GG: Como? Porque?
SS: Acho que já era previsível, Gil. Eu percebi o
distanciamento dela no nosso jantar, Vartann parecia completamente deslocado.
LV: E estava mesmo. Me senti muito mal aquela
noite, e eu peço desculpas por não ter estado feliz no jantar de vocês.
SS: Você não tem que se desculpar por nada, foi
deselegância da Cath. Você quer que falemos com ela?
LV: Não, não precisa, obrigado. Eu só vim mesmo
porque estava precisando desabafar um pouco.
GG: Sinta-se à vontade para conversar. Somos seus
amigos também, não se esqueça disso.
SS: Eu fico triste pelo relacionamento de vocês,
gostaria muito que fosse como o nosso...
GG: Querida, as pessoas amam de maneira diferente.
A Catherine pode ter esse jeito intempestivo de ser, essa maneira talvez até
meio distante de ser, mas ela também é capaz de amar.
SS: Ela e Vartann são bem diferentes...
LV: Você disse bem, Sara: somos muito diferentes. E
essa foi uma das razões pelas quais eu resolvi dar um ponto na nossa relação. E
vocês não sabem o quanto eu lamento isso, eu a amo e não queria perdê-la...
SS: ...Mas parece que foi ela quem quis perder
você.
GG: Sara!
LV: Não, ela está certa, Grissom. Catherine, por
algum motivo, parecia não me querer ao lado dela. Vou respeitar a vontade dela.
Que assim seja.
O detetive saiu da casa dos amigos extremamente
triste.
SS: Estou chateada com essa situação. Não suporto
ver casais separados.
GG: Nem todos sabem vivenciar o amor como nós,
minha querida. Isso não é má índole, mas amar é que nem uma obra de arte: é
preciso muita sensibilidade para sentir a essência da arte na obra, é preciso
que realmente toque o coração, do contrário, a pessoa não verá arte nem obra,
apenas um mero objeto. E no amor é a mesma coisa; se não deixa que a magia
toque o coração, se não enxerga o melhor na pessoa amada, não adianta querer
amar, procurar amor que não irá encontrar.
SS: Fiquei emocionada com suas palavras! Nunca
pensei que você entendesse tanto de amor.
GG: E não entendia. Descobri tudo isso com você,
por que você foi a única que viu o que havia de melhor em mim, e me transformou
no melhor que eu poderia ser. Se eu sou um homem melhor, devo a você e ao amor
que me dedica. E é por isso e tantas outras coisas maravilhosas que você faz
que eu te amo tanto. E quero que saiba que este coração que bate em meu peito é
todo seu, querida!
Sara sorriu e seus olhos brilhavam, a ponto de
fazer surgir uma lágrima. Os dois se abraçaram e se beijaram apaixonadamente.
GG: Estava pensando em uma coisa...
SS: Em que?
GG: Uma viagem, que tal?
SS: Viagem? Pra onde, posso saber?
GG: Pense em algo romântico.
SS: Romântico do tipo Paris, Viena...
GG: Onde você gostaria de visitar?
SS: Posso escolher alguma cidade?
GG: Qualquer uma.
SS: Vem cá, qual sua intenção?
0 comentários:
Postar um comentário