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Since I met you - cap. 1



GG: Você se lembra disso? – Grissom apontou uma foto no álbum, sentado na cama de casal, com as costas apoiadas nos macios e enormes travesseiros.
SS: O que?

Sara, que estava organizando as roupas no closet, aproximou-se do marido e soltou uma exclamação:

SS: Ah! Como iria me esquecer, honey? Nós dois palestrando em Idaho. Sobre a ciência forense, criminalística e tal.
GG: Você estava linda!

A agora ex-perita apenas sorriu e voltou a mexer na roupas no closet. A vida de casados estava sendo maravilhosa para os dois. Desde que deixara o lab e fora atrás de Sara na Costa Rica, Grissom estava se sentindo um homem melhor, mais bem-humorado e com mais tempo para cuidar de coisas que antes nem percebia pela falta de tempo. E Sara o ajudava e muito nessa tarefa de redescobrir a vida longe do laboratório de criminalística. Ele dormia e acordava sempre bem disposto, e ajudava a mulher nas tarefas domésticas. Eles haviam se mudado para uma grande casa em um bairro tranqüilo de Vegas, e como era muito grande para uma mulher só arrumar e não queriam contratar nenhuma empregada, ele a auxiliava nos cuidados. Também recebiam os amigos em casa. Catherine era uma visita constante, tendo em vista que também saíra do lab. Estava em outro departamento. Sara continuava arrumando as roupas no closet e Grissom ia olhando as fotos no álbum.

GG: Sabe o que eu reparei depois que me aposentei?
SS: Hum?
GG: Que minha saúde anda melhor. Agora acordo mais disposto, quase não fico mal-humorado, enfim... acho que o casamento faz muito bem a saúde do homem.
SS: Sabe o que é isso? Felicidade e realização. Estando aposentado, você tem mais tempo para cuidar de coisas que antes você não cuidava, seja por falta de tempo ou preguiça.
GG: Acho que você tem esse dom, sabe?
SS: Dom? Do que, meu querido? – ela virou-se para ele.
GG: De me fazer sentir bem mesmo quando as coisas vão mal. Sempre foi assim, desde que nos conhecemos.
SS: Bom, eu não sei realmente se tenho esse poder todo. Mas sei que meu amor por você é maior que qualquer coisa. É o que me faz melhor a cada dia. Bom, a conversa está ótima, mas, meu amor, eu preciso terminar de arrumar estas roupas no closet. Esqueceu que vamos dar um jantar amanhã?
GG: Como poderia? Virá a turma toda!
SS: Cath me ligou animadíssima! Disse que está ansiosa para conhecer nossa nova casa. Eu disse que é simples, mas ela já está imaginando grandes luxos, etc...
GG: Exagerada como sempre!

Sara deu uma risadinha e continuou arrumando as camisas do amado no closet. Devidamente organizadas por cores e tipos, perfeccionista como era, tudo sempre saía muito bem organizado. Diferente de Grissom, que costumava se embananar para organizar seus pertences. Ainda bem que se casara com a mais organizada das mulheres, senão estava perdido! Tão concentrada ficou nas roupas e objetos a serem organizados no closet que Sara não percebeu que o marido acabara adormecendo com o álbum de fotografias aberto. Ao notar, achou graça e o ajeitou na cama. Além de amante, eterna namorada, amiga, confidente, Sara era uma excelente esposa. Isso só reforçava o que Grissom dizia sobre ter se casado com ela sendo a melhor coisa que fizera na vida. 
Agora eles não estavam mais cada um em seu canto, morrendo de saudades. Era uma vida juntos, em comum, com os mesmos objetivos e horizontes.
Um homem e uma mulher juntos, vivendo um grande e delicioso amor, onde, depois de tantos percalços e dificuldades, enfim era curtido com toda a pompa que lhe era reservado e merecido. Os amigos, depois que tomaram conhecimento do relacionamento dos dois, torceram muito pela felicidade deles. Porque sabiam, Grissom e Sara foram feitos um para o outro. Eles se completavam, eram carne e unha, almas gêmeas. Almas que, uma vez reunidas, não podem se separadas. Enquanto Grissom dormia profundamente, roncando até, Sara separava os pratos, taças e talheres para o jantar da noite seguinte. Depois, separou o conjunto de lenços, toalhas e foi ajeitando as cadeiras. O supervisor acordou cerca de 10 minutos depois. Olhou ao redor e não viu Sara. “Já terminou de arrumar, ela é muito eficiente!”, pensou. Levantou-se e desceu até o térreo, onde a encontrou ajeitando os arranjos de flores.

GG: Ei! Não precisa fazer tudo sozinha!Deixe que eu te dou uma mão...
SS: Já estou terminando com isso, querido. Então, dormiu bem?

Ele a beijou e então respondeu:

GG: Acreditaria se eu dissesse que nem percebi que peguei no sono?
SS: Acredito. Você estava muito cansado.

Grissom foi até a porta de vidro que dava para o jardim e reparou que chovia. Uma chuva de fraca intensidade, mas que trazia um vento frio.

GG: Está chovendo e fazendo frio.
SS: É, o tempo virou. Mas concorda que um tempo assim é ótimo para um filme a dois? – Sara deu aquele sorriso maroto.
GG: Com pipoca, cobertor e meu amor ao lado. Perfeito! – ele devolveu o sorriso.

Grissom envolveu Sara por trás e a prendeu com seus braços fortes. Ela roçava a pele dele suavemente, também sentindo arrepios na pele. Ele sussurrou:

GG: Obrigado por me devolver a vida, amor. Estava tão perdido e você veio para me salvar...
SS: Eu amo você, Griss... e é para a vida toda.

Ele a virou e tocou os cabelos macios dela. Sorrindo um para o outro, a magia do amor os envolvia e ambos sentiam o coração bater mais forte. Como sempre fora, desde a primeira vez...Quando a noite caiu, os dois, pra variar, se amaram. Digo “pra variar” porque era algo corriqueiro na vida dos dois. Era um hábito gostoso, não uma coisa obrigatória, com hora e local marcados. Mas eles se amavam diariamente porque amavam essa rotina de sentir os corpos unidos, as pernas entrelaçadas, as mãos se buscando, as línguas se misturando... um dentro do outro como pão e queijo. Sara adormeceu em seguida. Estava tão cansada, havia trabalhado tanto na casa que Grissom compreendeu perfeitamente. Mas resolveu fazer uma surpresa para ela, afim de tornar a noite dela mais bonita. A bela dormia, mas foi acordada com um barulho. Olhou para o lado na cama e não viu Grissom.

SS: Onde será que ele...

Até que percebeu que o barulho vinha do jardim. Foi até a sacada e viu o marido, apenas de roupa e um violão, cantando olhando para ela:

“Apenas você tem o dom
De mudar meu destino
É só me tocar com seus olhos
Pareço um menino
Deitado em seu colo o mundo não me surpreende
Sou homem maduro, mas na sua frente
Não sou mais que um menino...
Você tem a luz que ilumina o nosso caminho
Depois de você, descobri que não sou mais sozinho
Você é o amor que a vida me deu de presente
Sou homem maduro, mas na sua frente
Pareço um menino
Você me abraça e a tristeza vai embora
A dor que existe fica da porta pra fora
A gente briga, mas é coisa que acontece
Logo o coração esquece
Porque a gente se adora...”

SS: Lindo! Lindo! – ela aplaudiu com entusiasmo.
GG: Gostou da surpresa?
SS: Você é maluco, Gil! Olha o frio que está fazendo!
GG: Queria deixar sua noite mais bonita e romântica.
SS: E deixou. Agora entre e suba, está frio. Vou te aquecer.

Ele sorriu para a amada e entrou. Ao chegar no quarto, perguntou:

GG: Como me saí? Acha que canto bem?
SS: Canta muito bem, e essa música tem tudo a ver com nós dois!
GG: É como eu me sinto perto de você: um menino!

E, como um menino guloso, Grissom foi avançando para a mulher.

SS: Nossa, que homem faminto!
GG: Faminto pelos seus beijos! Vem cá, honey!

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