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As férias de Sara - cap. 2



O vento da noite batia de leve em seu rosto, e a perita fechou os olhos, viajando no pensamento. Uma música suave tocava, em som baixo, trazendo uma atmosfera de romance na mais romântica das cidades. E Sara não ficou indiferente, ela trouxe Grissom para perto de si, ainda que em pensamento apenas...

“Champanhe para brindar um encontro
Com você que já era de um outro
Você se lembra? Houve um convite:
"Esta noite vamos todos para minha casa!"
Assim começava a festa
E já te girava a cabeça
Pra mim, não contavam os outros
Eu seguia com os olhos somente você
Se quiser eu te acompanho
A desculpa mais banal
Para ficarmos sozinhos, eu e você
E depois jogar fora os porquês
Te amar como é
A primeira vez, a última vez
Champanhe por um doce segredo
Para nós um amor proibido
Agora resta somente um copo
E uma lembrança a ser jogada fora
Eu sei, olham para mim
Me parece loucura
Brindar sem companhia
Mas eu, eu devo festejar
O fim de um amor
Garçom, champanhe...”

Sara tirou algumas fotos de si mesma e também da vista de onde estava e, do quarto do hotel onde estava hospedada, enviou algumas fotos para o e-mail de Grissom. Ele, ao abrir o computador no dia seguinte, no lab, encontrou e-mail vindo da perita. “Notícias de Sara, enfim!”. Ele abriu o e-mail e viu duas fotos, seguidas de uma mensagem:

“Griss

Foi uma noite linda aqui em Paris, às margens do rio Sena. Ao som de “Champagne” me lembrei de você. Saudades. Sara”

O supervisor abriu o sorriso. Ela estava com saudades dele! E estava tão linda na foto, com uma evidente expressão de felicidade. E estava em Paris... sem ele. O coração ficou apertado, de saudade da perita infinitamente preferida e também por imaginá-la rodando pelas ruas parisienses sozinha, podendo receber olhares de homens franceses que têm o costume de se achar Don Juans. uma batida na porta o despertou de seus devaneios.

GG: Entre.
CW: Como está?
GG: Veio até aqui para me perguntar isto?
CW: Eu recebi um e-mail de Sara, e vim saber se você também recebeu.
GG: Ah, ela te escreveu? – perguntou desanimado.
CW: Somos amigas. Ela me mandou fotos de Paris, acho que Sara andou economizando muito, por que ela está divina nas fotos! Fico imaginando se já conheceu algum francês bonitão...
GG: Era isso o que você veio me dizer, Catherine? – Grissom falou com rispidez, mas no fundo era ciúme puro.
CW: Ei, não precisa vir com patada!
GG: Ah, desculpe. Eu ando estressado.
CW: Sei... bom, vou para um caso esquisito lá na Strip.
GG: Esquisito?
CW: É. Um casal foi encontrado morto, mas a filha de dois anos desapareceu.
Só encontraram pegadas dela na poça de sangue do pai. Muito estranho isso.
Vou verificar.
GG: Está bem.
CW: Você não tem nenhum caso?
GG: Tenho uma reunião com o xerife e o Ecklie, está bom assim?
CW: Vai precisar de toda a sorte!

Ainda de baixo astral, o supervisor foi até a sala de Ecklie, onde ele e o xerife o aguardavam. A reunião foi um tédio. Assuntos internos e muita burocracia. Grissom, sempre tão calmo e ponderado, estava sentindo-se tenso e ansioso. Queria era sair daquela sala e ir pra casa. Logo após o término da reunião, o xerife se retirou e Ecklie, notando certa ausência do empregado, quis saber:

CE: É impressão minha ou você esteve o tempo todo ausente?
GG: Do que você está falando?
CE: Eu não sei o que anda se passando com você, mas de uns dias pra cá o tenho notado distante, meio aéreo...
GG: Eu não sabia que reparava tanto em mim assim, Conrad!
CE: É que você às vezes é ruim em disfarces... e como você bem diz, as evidências não mentem.
GG: Eu devo lembrar que sua função aqui é apenas de supervisor-geral, não de consultor sentimental ou coisas do tipo. Da vida pessoal dos seus funcionários você não precisa nem deve se meter.

Grissom caminhou até a porta e, antes de sair, deu um recado:

GG: Procure se meter menos na vida das pessoas e trabalhar mais, ok? – e saiu, deixando Ecklie sem ação.

Mas a verdade é que a ausência de Sara estava doendo demais dentro de Grissom; com isso, ele tentava disfarçar sua solidão e saudade sendo ríspido com as pessoas e preferindo ficar recolhido. Catherine sabia, já tinha a certeza do amor que um sentia pelo outro e quis ajudar.

CW: Gil, acho que chegou a hora de você abrir o jogo comigo.
GG: Do que está falando?
CW: Não agüento mais te ver tão pra baixo, e ninguém está agüentando mais seu mau humor. Quer me dizer que tudo isso é por causa de Sara?

Grissom, pego de surpresa, sentiu o coração acelerar. Mas resolveu parar de brincar de esconde-esconde, já estava sofrendo o suficiente com aquela ausência. E abriu seu coração para a velha amiga:

GG: É verdade, Catherine. Eu amo Sara. E sem ela aqui, estou me sentindo um menino perdido. Preciso dela aqui, o que eu faço?

Feliz com a revelação vinda dos lábios do amigo, a loira sorriu e aconselhou:

CW: Chame-a, Gil! Chame-a em seu pensamento e ela virá. E quando Sara retornar, diga a ela tudo o que me disse aqui. Eu sei que ela também te ama.
GG: Ela me ama? Como pode ter certeza disso?
CW: Você nunca prestou atenção nos olhos dela?
GG: Não, sinceramente...
CW: Está tão claro quanto água cristalina! Sei que sua imagem está lá, é muito fácil de se ver. Olhe atentamente e você se verá lá!

Grissom sorriu e sentiu-se melhor depois de desabafar com Catherine. Os dois ainda conversaram por um tempo e ele desejou estar com Sara onde quer que ela estivesse naquele momento. A perita acabava de desembarcar em Viena, linda e pronta para mais uns dias de aventuras. Mais alguns dias se passaram sem qualquer notícia de Sara. No fim de semana, enfim um e-mail. O inquieto supervisor, ansioso por qualquer linha de “estou bem”, imediatamente abriu. “Estou em Viena e já estou com saudade de todos. Aqui é tudo muito bonito, muitas montanhas verdejantes, palácios e muita limpeza – seguem em anexo as fotos. Amanhã seguirei para Milão, minha última parada antes de retornar. Espero que esteja bem. Eu estou. Sara”. Grissom sorriu por saber que ela se encontrava bem, mas logo o sorriso desapareceu ao saber que ela ainda se aventuraria em outro país. “Sara está fazendo algum tipo de tour pela Europa? Eu gostaria muito de estar com ela nessa viagem...”. Depois de reler o e-mail, o supervisor deu um suspiro e desligou o laptop. Foi até a cozinha preparar um chá. Hank o observava e ele comentou:

GG: É, amigo, o papai anda muito triste.

O cão deu um ganido, entendendo o que o dono dissera.

GG: Só tem uma pessoa que pode me fazer sorrir...  Ah, você conhece, Hank, é a Sara...

Hank olhou sem compreender.

GG: Está olhando assim porque? Não se lembra? É a moça bonita que trabalha comigo. Eu te mostro.

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