O
vento da noite batia de leve em seu rosto, e a perita fechou os olhos, viajando
no pensamento. Uma música suave tocava, em som baixo, trazendo uma atmosfera de
romance na mais romântica das cidades. E Sara não ficou indiferente, ela trouxe
Grissom para perto de si, ainda que em pensamento apenas...
“Champanhe
para brindar um encontro
Com você
que já era de um outro
Você se
lembra? Houve um convite:
"Esta
noite vamos todos para minha casa!"
Assim
começava a festa
E já te
girava a cabeça
Pra mim,
não contavam os outros
Eu seguia
com os olhos somente você
Se quiser
eu te acompanho
A
desculpa mais banal
Para
ficarmos sozinhos, eu e você
E depois
jogar fora os porquês
Te amar
como é
A
primeira vez, a última vez
Champanhe
por um doce segredo
Para nós
um amor proibido
Agora
resta somente um copo
E uma
lembrança a ser jogada fora
Eu sei,
olham para mim
Me parece
loucura
Brindar
sem companhia
Mas eu,
eu devo festejar
O fim de
um amor
Garçom,
champanhe...”
Sara
tirou algumas fotos de si mesma e também da vista de onde estava e, do quarto
do hotel onde estava hospedada, enviou algumas fotos para o e-mail de Grissom.
Ele, ao abrir o computador no dia seguinte, no lab, encontrou e-mail vindo da
perita. “Notícias de Sara, enfim!”. Ele abriu o e-mail e viu duas fotos, seguidas
de uma mensagem:
“Griss
Foi
uma noite linda aqui em Paris, às margens do rio Sena. Ao som de “Champagne” me
lembrei de você. Saudades. Sara”
O
supervisor abriu o sorriso. Ela estava com saudades dele! E estava tão linda na
foto, com uma evidente expressão de felicidade. E estava em Paris... sem ele. O
coração ficou apertado, de saudade da perita infinitamente preferida e também
por imaginá-la rodando pelas ruas parisienses sozinha, podendo receber olhares
de homens franceses que têm o costume de se achar Don Juans. uma batida na
porta o despertou de seus devaneios.
GG:
Entre.
CW:
Como está?
GG:
Veio até aqui para me perguntar isto?
CW:
Eu recebi um e-mail de Sara, e vim saber se você também recebeu.
GG:
Ah, ela te escreveu? – perguntou desanimado.
CW:
Somos amigas. Ela me mandou fotos de Paris, acho que Sara andou economizando
muito, por que ela está divina nas fotos! Fico imaginando se já conheceu algum
francês bonitão...
GG:
Era isso o que você veio me dizer, Catherine? – Grissom falou com rispidez, mas
no fundo era ciúme puro.
CW:
Ei, não precisa vir com patada!
GG:
Ah, desculpe. Eu ando estressado.
CW:
Sei... bom, vou para um caso esquisito lá na Strip.
GG:
Esquisito?
CW:
É. Um casal foi encontrado morto, mas a filha de dois anos desapareceu.
Só
encontraram pegadas dela na poça de sangue do pai. Muito estranho isso.
Vou
verificar.
GG:
Está bem.
CW:
Você não tem nenhum caso?
GG:
Tenho uma reunião com o xerife e o Ecklie, está bom assim?
CW:
Vai precisar de toda a sorte!
Ainda
de baixo astral, o supervisor foi até a sala de Ecklie, onde ele e o xerife o
aguardavam. A reunião foi um tédio. Assuntos internos e muita burocracia. Grissom, sempre tão calmo e ponderado, estava
sentindo-se tenso e ansioso. Queria era sair daquela sala e ir pra casa. Logo
após o término da reunião, o xerife se retirou e Ecklie, notando certa ausência
do empregado, quis saber:
CE:
É impressão minha ou você esteve o tempo todo ausente?
GG:
Do que você está falando?
CE:
Eu não sei o que anda se passando com você, mas de uns dias pra cá o tenho
notado distante, meio aéreo...
GG:
Eu não sabia que reparava tanto em mim assim, Conrad!
CE:
É que você às vezes é ruim em disfarces... e como você bem diz, as evidências
não mentem.
GG:
Eu devo lembrar que sua função aqui é apenas de supervisor-geral, não de
consultor sentimental ou coisas do tipo. Da vida pessoal dos seus funcionários
você não precisa nem deve se meter.
Grissom
caminhou até a porta e, antes de sair, deu um recado:
GG:
Procure se meter menos na vida das pessoas e trabalhar mais, ok? – e saiu,
deixando Ecklie sem ação.
Mas
a verdade é que a ausência de Sara estava doendo demais dentro de Grissom; com
isso, ele tentava disfarçar sua solidão e saudade sendo ríspido com as pessoas
e preferindo ficar recolhido. Catherine sabia, já tinha a certeza do amor que
um sentia pelo outro e quis ajudar.
CW:
Gil, acho que chegou a hora de você abrir o jogo comigo.
GG:
Do que está falando?
CW:
Não agüento mais te ver tão pra baixo, e ninguém está agüentando mais seu mau
humor. Quer me dizer que tudo isso é por causa de Sara?
Grissom,
pego de surpresa, sentiu o coração acelerar. Mas resolveu parar de brincar de
esconde-esconde, já estava sofrendo o suficiente com aquela ausência. E abriu
seu coração para a velha amiga:
GG:
É verdade, Catherine. Eu amo Sara. E sem ela aqui, estou me sentindo um menino
perdido. Preciso dela aqui, o que eu faço?
Feliz
com a revelação vinda dos lábios do amigo, a loira sorriu e aconselhou:
CW:
Chame-a, Gil! Chame-a em seu pensamento e ela virá. E quando Sara retornar,
diga a ela tudo o que me disse aqui. Eu sei que ela também te ama.
GG:
Ela me ama? Como pode ter certeza disso?
CW:
Você nunca prestou atenção nos olhos dela?
GG:
Não, sinceramente...
CW:
Está tão claro quanto água cristalina! Sei que sua imagem está lá, é muito
fácil de se ver. Olhe atentamente e você se verá lá!
Grissom
sorriu e sentiu-se melhor depois de desabafar com Catherine. Os dois ainda
conversaram por um tempo e ele desejou estar com Sara onde quer que ela
estivesse naquele momento. A perita acabava de desembarcar em Viena, linda e
pronta para mais uns dias de aventuras. Mais
alguns dias se passaram sem qualquer notícia de Sara. No fim de semana, enfim
um e-mail. O inquieto supervisor, ansioso por qualquer linha de “estou bem”,
imediatamente abriu. “Estou em Viena e já estou com saudade de todos. Aqui é
tudo muito bonito, muitas montanhas verdejantes, palácios e muita limpeza –
seguem em anexo as fotos. Amanhã seguirei para Milão, minha última parada antes
de retornar. Espero que esteja bem. Eu estou. Sara”. Grissom
sorriu por saber que ela se encontrava bem, mas logo o sorriso desapareceu ao
saber que ela ainda se aventuraria em outro país. “Sara está fazendo algum tipo
de tour pela Europa? Eu gostaria muito de estar com ela nessa viagem...”.
Depois de reler o e-mail, o supervisor deu um suspiro e desligou o laptop. Foi
até a cozinha preparar um chá. Hank o observava e ele comentou:
GG:
É, amigo, o papai anda muito triste.
O
cão deu um ganido, entendendo o que o dono dissera.
GG:
Só tem uma pessoa que pode me fazer sorrir...
Ah, você conhece, Hank, é a Sara...
Hank
olhou sem compreender.
GG:
Está olhando assim porque? Não se lembra? É a moça bonita que trabalha comigo.
Eu te mostro.
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