Grissom
foi até a geladeira e pegou uma foto dos dois em São Francisco, a qual guardava
com carinho. Mostrou-a para o cão, que gruniu satisfeito. Ele se lembrava dela.
GG:
Lembrou-se? O que acha dela? É linda, não é?
O
supervisor sorriu para o retrato e o pôs no mesmo lugar. Enquanto Grissom
dormia, ou tentava dormir, na madrugada fria de Vegas, já pela manhã na Europa,
Sara passeava pelas ruas vienenses. Fazia frio por lá, mas isto não impedia o
charme da cidade. Com um belo casaco de cor creme, um cachecol vermelho e um
gorrinho, a perita admirava as belas paisagens, cabelo esvoaçante e olhos
brilhando de alegria. Nos dias em que se encontrava longe do lab, Sara parecia
sentir-se como um pássaro em liberdade. Algumas semanas de folga eram
necessárias para melhorar o astral. Assim, retornaria com as baterias
recarregadas, pronta para mais trabalho pesado e... encarar os olhos azuis do
homem que amava...
No
céu azul e límpido da cidade européia, um sol fraco, mas o suficiente para
aquecer o corpo. Enquanto Sara se divertia, ainda que solitariamente, Grissom
sentia o fardo dos dias sem ela no lab. Tudo parecia terrivelmente entediante e
insuportável; e pela primeira vez, dava-se conta da importância daquela mulher
em sua vida. Em casa, após um dia de trabalho duro, o supervisor checava seus
e-mails, na esperança de que pudesse haver algum da perita. E lá estava!
Fotos
de Sara em lugares belíssimos, montanhas verdejantes e palácios centenários.
Ela parecia feliz. E uma nova mensagem, exclusiva para ele: “Gil, me diverti
muito em Viena, é uma cidade tranqüila e pude descansar bem. Minha
última parada será Milão, mas ficarei apenas um dia. Logo estarei de volta.
Beijos, Sara”. O coração do supervisor foi a mil. Ela já estava no fim de suas
férias, iria voltar logo! Esquecendo o cansaço, Grissom, animado com o retorno
de Sara, foi até o banheiro e começou a se barbear. Àquela altura, ele não
conseguia mais esconder de si mesmo o quanto a amava, o quanto a queria, o
quanto precisava dela ali ao lado dele. Tudo teria sido tão diferente se não
tivesse se acovardado atrás de uma capa de medo de ser feliz...
No
turno seguinte, já trazia uma expressão mais leve no rosto. A equipe notou que
o chefe estava diferente, mas ninguém sabia do que se tratava, e nem iria fazer
qualquer pergunta. Catherine, intuindo do que se tratava, em um momento de
menos trabalho, foi até a sala do amigo.
CW:
Muito ocupado?
GG:
Estava aqui revendo o relatório de um caso antigo.
CW:
Sessão nostalgia?
GG:
O que você quer, Catherine?
CW:
Bom, aproveitando o encerramento do caso, vim aqui pra saber do motivo de sua
expressão mais leve.
GG:
Eu lhe pareço assim?
CW:
Não só pra mim, mas todos notaram que você está mais leve, pra ser mais exato.
GG:
E o que te levou a essa conclusão?
CW:
Só vejo uma resposta: Sara.
GG:
Ela me mandou um e-mail esta noite.
CW:
Então ela tem te mandado notícias?
GG:
Sim...
CW:
Pelo visto a coisa está ficando séria...
GG:
Ei!
CW:
Não precisa ficar nervoso! Eu sei que você está envolvido com Sara
emocionalmente, quem sabe ela não esteja também? Aliás, acho muito provável.
Grissom
arqueou a sobrancelha.
GG:
Como pode ter certeza disso?
CW:
Intuição, Gil, intuição... Nós mulheres temos uma excelente intuição...
Catherine
sorriu e saiu da sala, deixando o amigo confuso. Os dias foram passando e,
pelas contas do supervisor, Sara já deveria estar de volta. De fato, ela
retornara aos Estados Unidos, mas não quis avisar ninguém. Preferiu fazer uma
surpresa. Na cabeça dela, seria a grande e, talvez, única chance de se declarar
ao homem amado. Talvez as paisagens vistas na Europa a inspiraram, e depois de
ver tantas coisas bonitas, Sara decidiu que não queria mais ficar sozinha, a
não ser que seu amor fosse recusado. Estava
uma noite extremamente fria em Vegas, e Grissom, sozinho em seu apartamento,
preparava um café. A campainha tocou. Trajando um robe, cabelo bagunçado, ele
ficou surpreso, já que não esperava ninguém àquela hora. Ao
abrir a porta, seus olhos ficaram maravilhados: era Sara, linda e cheirosa,
trajando um vestido preto, jaqueta de couro marrom e botas de mesma cor. “É
ela mesma ou estou sonhando?”, pensou, tentando fazer o coração desacelerar.
SS:
Perdeu a fala, Griss?
GG:
Não, eu... é que... bom...
SS:
Posso entrar?
“Agora
e sempre!”, pensou.
GG:
Sim, claro.
Sara
adentrou no apartamento e não percebeu que Grissom a estudava de cima a baixo.
GG:
Você chegou quando?
SS:
Há dois dias?
GG:
Dois dias? E porque não foi trabalhar?
SS:
Ainda me restam alguns dias de férias, foi por isso. E precisava descansar
também.
GG:
Você... parece bem melhor.
SS:
De fato estou. Essa viagem me rejuvenesceu alguns anos...
GG:
Tenho certeza que sim.
Os
dois ficaram se olhando e por alguns longos segundos, o mundo lá fora não tinha
mais importância alguma. Era como se um conseguisse entrar dentro do outro.
Ambos sentiam algo que não conseguiam explicar, mas a voz emudecida não
conseguia calar o desejo estampado no rosto de cada um. Os lábios de Sara
pareciam procurar pelos de Grissom, ansiando por um beijo. E os do supervisor
desejava tocar os dela. Os dois se aproximaram e o beijo aconteceu. Um beijo
maduro, sem pressa, sem medo de acabar. Um beijo apaixonado. Um beijo e um
abraço longo e apertado, como se mantivesse a pessoa grudada em si.
SS:
Griss, eu...
GG:
Eu amo você, Sara!
SS:
Você... é verdade isso?
GG:
Sofri com a sua ausência. Por favor, não se afaste mais de mim.
SS:
Eu não irei... a menos que você vá comigo.
Grissom
sorriu e perguntou:
GG:
E você, o que sente por mim?
SS:
Eu... preciso mesmo dizer?
GG:
Preciso ouvir de você!
SS:
Eu também te amo, Gil!
GG:
Era tudo o que eu queria ouvir de você, querida!
Ele
a beijou novamente, um beijo longo e molhado. E, acariciando os cabelos de
Sara, disse baixinho, ao pé do ouvido dela:
GG:
Seja bem-vinda novamente!
Fim
2 comentários:
Lovely story! I'm glad the ended up together!
Adorei!
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