A noite estava fresca em Las Vegas, e a
equipe estava em campo, em suas tarefas. Nick, Greg e Warrick, em um
assassinato no Mandalay Bay, e Grissom, Sara e Catherine, em um homicídio duplo
em um bairro mais afastado de Vegas.
GG: O que temos, Brass?
JB: Duas jovens mortas com requintes de
crueldade. Perfurações de faca e enforcamento.
CW: Estão aí há quanto tempo?
JB: Pelo que o David analisou, entre cinco
e seis horas.
SS: Como foram encontradas?
JB: Uma vizinha, que é amiga das duas,
bateu na porta. No que encostou a mão, ela se abriu, o que supõe que estava
entreaberta. Chamou por elas, ninguém respondeu. Curiosa, foi até o quarto e as
encontrou. E aqui estamos.
GG: E onde se encontram os pais delas?
JB: Pelo que a garota disse, são separados,
a mãe tinha ido a uma conferência de psicologia, é psicóloga. Pelo visto, ela
vai precisar de um tratamento agora.
CW: E onde se encontra o ex-marido?
JB: Em Cleveland, Ohio. Trabalha em um
banco de lá. Já está sabendo e vindo pra cá.
Sara olhava para os corpos compenetrada,
como se nada mais houvesse por ali.
CW: Pensando em quê, Sara?
SS: O criminoso queria que elas sofressem
muito antes da morte.
CW: Como assim?
SS: Veja a expressão no rosto de cada uma
delas. Típico de quem chorou na hora da morte. Fora que, pela posição delas, dá
pra se notar que tentaram se proteger.
CW: Que coisa horrível! Pobre dessa mãe,
que perdeu as duas filhas assim... Nem sei como reagiria se perdesse a
Lindsay...
SS: É melhor nem pensar nisso.
GG: Encontraram algum resíduo ou vestígio
de sêmen no lençol?
SS: Não, Grissom. Nada de sêmen ou
impressão digital.
CW: Eu encontrei algo aqui. Vejam, um
pedaço de blusa aqui na janela. Provavelmente o assassino fugiu por aqui. Ficou
um pedaço preso no prego da janela.
SS: Não sei o propósito desse assassino.
GG: Sara, honey, os criminosos têm apenas
um propósito: o mal. Para eles não faz diferença se irão presos ou morrer, o
importante é o mal que fazem e a destruição que deixam.
Sara ficou sem jeito ao ver Grissom
chamá-la pelo apelido perto de Catherine. Ela sabia que os dois estavam juntos,
mas Sara ainda não se sentia à vontade com certas atitudes perto dos amigos. Talvez porque tenha esperado tempo demais
para que Grissom resolvesse admitir que a amava e a assumisse perante todos. Depois de fazer todo o trabalho, a equipe
retornou ao lab. Sara estava exausta, assim como todos.
Acabou cochilando no sofá.
NS: Como foi o caso de vocês?
CW: Triste e bem complicado. Duas jovens
irmãs brutalmente assassinadas, no próprio quarto.
NS: Nossa! – Nick fez uma careta.
CW: Por mais que eu esteja acostumada com
crimes, ver pessoas morrerem de forma tão cruel sempre me espanta. E o caso de
vocês, como foi?
WB: Ah, um bêbado estava enchendo o saco da
gente lá na cena do crime, foi um horror só. Mandalay Bay, lugar de luxo,
repleto de policiais e jornalistas, já viu, né?
NS: E tinha uns caras de lá tentando impedir
nosso trabalho. É o fim da picada!
GS: Alguém aqui parece que já não está mais
aqui.
CW: Como?
Greg apontou com o polegar virado para
trás, que era onde Sara se encontrava.
CW: Ah, ela não agüentou. Estava realmente
muito cansada, assim como todos nós.
GS: Isso significa que não haverá namoro em
casa, né?
WB: Do que você está falando, cara?
GS: Oras... A gente sabe que eles têm um
relacionamento...
CW: Aonde você quer chegar, Greg?
GS: Todo casal que se preza faz sexo em
casa...
CW: Eu não escutei isso! – Catherine
arregalou os olhos. Nick e Warrick riram.
WB: Cara, como pode um comentário desses!
Os amigos não paravam de rir. Greg riu meio
sem graça.
CW: Não deixe o Gil escutar essas asneiras
que você fala, Greg... Ele é capaz de te deserdar!
E foi por pouco que Grissom não escutou o
que Greg disse, pois entrou na sala segundos depois de Catherine ter advertido
o rapaz.
GG: Pessoal, o turno acabou. Estamos todos
exaustos, portanto, devemos ir pra casa.
CW: Não vai acordar Sara não, Gil?
GG: Vou. E vocês, podem ir. Boa noite.
GS: Eu diria ‘boa madrugada’ – disse,
bocejando.
Grissom olhou sério para Greg, mas não
disse nada. Assim que a equipe saiu, ele chamou Sara.
GG: Honey, vamos embora. Já está tarde.
SS: Hum? – ela abriu apertado os olhos.
GG: São quatro da manhã. Precisamos ir.
SS: Ok, Griss...
Enquanto Grissom dirigia, Sara ia
cochilando. Estava tão exausta que achava que devia estar doente. Jamais, em
tantos anos de profissão, sentira-se tão quebrada como agora. Iria fazer um
exame de sangue para ver se tinha alguma anemia. Em casa, ela e Grissom foram
para o banho. Logo após, ele perguntou se ela queria um chá.
SS: Honey, tudo o que eu quero neste
momento é deitar minha cabeça no travesseiro e dormir. Não agüento mais nada
hoje. Boa noite.
Sara virou para o canto e rapidamente
adormeceu. Grissom fez um carinho nos cabelos dela, pôs os óculos no
criado-mudo, apagou a luz e tratou de dormir. Virou-se para o lado de Sara e a
abraçou carinhosamente por trás. O dia
amanheceu, mas o casal acordou no início da tarde, com um telefonema de Brass.
Assim que desligou o celular, Grissom virou-se para Sara:
GG: Honey, acorde, o trabalho nos espera.
SS: O que foi, Griss?
GG: Mais homicídios envolvendo mulheres.
SS: Como assim?
GG: Brass me passou tudo. Hoje você estará
com Catherine, eu preciso ir até o fórum resolver um assunto. Mas aparecerei no
lab mais tarde, ok?
SS: Ok.
Grissom deu um suave beijo em Sara e seguiu
com ela rumo ao banheiro. Ao ver a amada nua, lavando o corpo lindo que possuía,
o supervisor não resistiu e a encheu de beijos. Já arrumados, seguiram para o
lab, onde a equipe os esperava. Antes de sair com Catherine, Grissom segurou os
braços de Sara e a beijou (estavam a sós na sala de convivência).
GG: Muito cuidado você e Catherine.
SS: Não se preocupe, estou acostumada com o
perigo.
GG: Vejo você mais tarde, em casa.
Na suv, Catherine dirigia, e Sara revisava
alguns papéis na pasta com elástico.
CW: Sara, me responde um coisa?
SS: Claro. O que é?
CW: Quando você e Gil pretendem se casar?
Sara levantou a sobrancelha, sem entender
muito bem a pergunta da colega de trabalho.
CW: Ei, se não quiser responder, não
precisa. Era só uma curiosidade.
SS: Tudo bem. Não sei. Na verdade, Grissom
e eu nem pensamos nisso ainda. Estamos deixando acontecer tudo naturalmente. Como foi no início do nosso relacionamento,
tanto em São Francisco quanto aqui em Vegas. O futuro é uma incógnita.
CW: Certo.
Catherine estacionou o carro em frente à casa
que estava deserta. Com as armas escondidas dentro das jaquetas
e as maletas em punho, as duas peritas seguiram rumo ao local. Apesar do sol de
fim de tarde, o bairro estava tranqüilo e deserto, só os policiais cercavam o
local do crime. Vartann, que estava por lá, foi recepcioná-las.
DV: Olá, garotas, que bom que chegaram!
CW: Está aqui há muito tempo, Vartann?
DV: Há cerca de vinte minutos, desde que
recebemos o telefonema de um vizinho.
SS: Ele viu alguma coisa?
DV: Não. Apenas escutou pneus cantando.
Como podem ver as marcas ali – apontou para o chão.
CW: Ou seja, sem testemunhas.
DV: Parece que sim.
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