SS: Rachel? O que você... faz aqui?
RS: Por favor, Sara, antes que me bote pra correr daqui, peço que me escute.
Sara olhou para a irmã com alguma piedade. Rachel parecia um farrapo humano, magra, descuidada, olhar sofrido... Então se agachou para ouvir o que ela tinha a dizer, enquanto Grissom pegava a filha no carro e trancava o veículo.
SS: Porque está nesse estado? E quem é esse menino tão lindo?
RS: Ãh...
Grissom chegou perto das duas com a filha no colo. Olhou bem para Rachel e o menino de olhos azuis no colo dela.
GG: O que você faz aqui, Rachel? Pensei que estivesse presa!
SS: Vamos entrar e aí você nos conta tudo.
Com uma expressão de sem graça, Rachel seguiu o casal para dentro da casa.
SS: Sente-se, Rachel.
GG. Querida, vou dar um banho na Milly. Volto logo.
SS: Ok.
Sara achou natural, mas Rachel percebeu que o marido da irmã queria evitá-la. Mas achou natural, depois de todos os acontecimentos.
SS: Então, Rachel, o que a trouxe até aqui?
RS: Vim atrás de você porque, mesmo a gente tendo tido tantas confusões, ainda somos irmãs, você é minha única família.
SS: O que aconteceu? Onde está o John?
RS: Depois daquela confusão do casamento, ele, além de me bater, assim que saí da prisão, ainda me abandonou. Estamos divorciados, voltei a usar o Sidle.
SS: E o menino? Onde ele entra nessa história?
RS: Bem, eu...
Rachel olhou para a irmã gêmea e ficou em dúvida se contava a verdade. Decidiu então adiar a decisão para não fazê-la sofrer. Assim, ela e Grissom dariam um teto a ela e ao filho até que pudesse se estabelecer. Do contrário, a mandariam para o meio da rua.
RS: Eu fui grávida para a prisão. A única vez em que ele foi me visitar, contei sobre a criança, mas ele não quis saber.
SS: Você ficou muito tempo na cadeia?
RS: Até os quatro meses de gestação. Depois fui me virar, e acabei ficando na casa de uma colega.
SS: Como ele se chama?
RS: Jack. Jack Sidle apenas.
SS: Oi Jack!
Sara sorriu e o menino sorriu de volta para a tia. A empatia foi imediata, e Rachel observou que os dois se dariam muito bem, além de ver quanto amor e bondade havia nos olhos e no coração da irmã.
SS: Quero que fique aqui em casa, Rachel, até você poder arrumar um lugar para ficar com seu filho. Vejo que ele não tem nada além dessas roupinhas e dessa bolsa, então Grissom e eu arrumaremos o quarto de hóspede para você e Jack ficarem. Vai ficar tudo bem.
RS: Você... me perdoa por tudo o que te fiz?
SS: Esquece, já passou.
RS: Por favor, Sara, diga que me perdoou, senão não terei paz!
SS: Tudo bem... se é importante para você, eu te perdôo. Está tudo bem.
Rachel sorriu para a irmã do jeito que Sara sorria para Grissom, fazendo biquinho. Uma tinha algo da outra, uma era o coração da outra, mesmo que as diferenças tão evidentes fossem uma ponte entre elas. E Sara jamais deixaria sua irmã ao relento, ainda mais com um bebê. Bebê esse que ela jamais poderia imaginar que fosse filho... de seu próprio marido!
SS: Ãh, Grissom está demorando, vou ver o que ele está fazendo. Com licença.
RS: Claro, fique à vontade.
Sara subiu até o quarto da filha e viu o marido já penteando os cabelinhos dela.
GG: Como está?
SS: Está linda! Vim ver o que você estava fazendo, já que não descia...
GG: Oras, querida, você sabia que eu estava cuidando da Milly!
SS: Você ficou constrangido ao ver a Rachel ou é só impressão minha?
GG: Não gostei de vê-la aqui. Parece que você quer relembrar o que aconteceu...
SS: Não, eu apenas não poderia deixar minha irmã ao relento. Ainda mais com um bebê nos braços. Apesar de tudo o que fez, Rachel é meu sangue, é o que restou da minha família, e ela está muito arrependida do que fez. E o menino gostou de mim, é uma fofura.
Grissom voltou-se para a filha pensando na possibilidade de o menino ser seu filho; afinal, fez sexo várias vezes com Rachel pensando ser Sara, e não usou preservativo. E se isso se confirmasse, como ficaria sua relação com Sara?
SS: Griss...
GG: Sim, querida, o que foi?
SS: Você está de acordo que Rachel fique aqui até ela se ajeitar?
GG: E eu tenho outra escolha?
SS: Se não quiser, eu falo com ela...
GG: Não. Já está feito, e ela tem uma criança, não pode ficar no meio da rua. Ponha-os no quarto de hóspedes, está limpo e é confortável.
SS: Vou falar com ela.
Sara pegou a filha e desceu até a sala.
RS: Sua filha é linda!
SS: Obrigada. Venha, vou te mostrar o quarto de hóspedes. Está limpo e você poderá ter seu espaço.
RS: Não pretendo ficar muito tempo, não se preocupe.
Sara abriu a porta do quarto e Rachel ficou encantada com a beleza do ambiente. Havia uma deliciosa fragrância no ar para evitar umidade e mofo.
RS: Vou acabar me sentindo em um hotel!
SS: É tudo muito simples, mas como a cama é de casal, você e Jack poderão dormir mais à vontade. Depois quero comprar algumas roupas para você e o menino.
RS: Não se preocupe com isso, Sara.
SS: Aliás, você não me contou como foi ficar nesse estado? E suas roupas?
RS: John me agrediu, fui assaltada, enfim...
SS: Você devia ter dado parte à polícia.
RS: Tive medo. Afinal, saí da prisão e fiquei com trauma de cadeia.
SS: Bom, tenho algumas roupas que poderão servir em você e a Milly tem algumas roupas que são unissex, acho que servirão no seu filho. Devem ficar só um pouquinho largas porque a Milly é mais velha que Jack, mas dá para passar a noite.
RS: Não se preocupe com isso, você está fazendo muito por mim, e eu nem mereço, Sara!
SS: Você é minha irmã e eu jamais vou deixá-la na mão. Não tem que pensar assim, ok?
RS: Ok.
As duas sorriram e riram do mesmo sorriso. No jantar, enquanto as crianças ficaram no cercadinho de Milly, os três jantavam. Mas o clima era meio constrangedor. Rachel não se atrevia a olhar para Grissom, depois de tudo e também por saber que o pai de seu filho era ninguém menos que o marido da própria irmã, a quem se fez passar por puro ciúme do sucesso da perita. Grissom não estava à vontade sentado frente à mulher que levou para a cama pensando ser seu amor. E algo arranhava seu coração por dentro, como se fosse uma voz a dizer que Jack era seu filho e que não poderia se esquivar de contar toda a verdade à Sara, ainda que pusesse em risco seu relacionamento. Mas o menino tinha direito ao reconhecimento. E a julgar o estado de miséria que o menino e a mãe dele estavam, ele merecia uma vida melhor. Sara olhava para os dois com paz no coração, sentimento de quem soube perdoar uma punhalada nas costas. Mas ela teria força o suficiente para perdoar mais uma punhalada que estava para explodir? Depois do jantar...
RS: Por favor, Sara, antes que me bote pra correr daqui, peço que me escute.
Sara olhou para a irmã com alguma piedade. Rachel parecia um farrapo humano, magra, descuidada, olhar sofrido... Então se agachou para ouvir o que ela tinha a dizer, enquanto Grissom pegava a filha no carro e trancava o veículo.
SS: Porque está nesse estado? E quem é esse menino tão lindo?
RS: Ãh...
Grissom chegou perto das duas com a filha no colo. Olhou bem para Rachel e o menino de olhos azuis no colo dela.
GG: O que você faz aqui, Rachel? Pensei que estivesse presa!
SS: Vamos entrar e aí você nos conta tudo.
Com uma expressão de sem graça, Rachel seguiu o casal para dentro da casa.
SS: Sente-se, Rachel.
GG. Querida, vou dar um banho na Milly. Volto logo.
SS: Ok.
Sara achou natural, mas Rachel percebeu que o marido da irmã queria evitá-la. Mas achou natural, depois de todos os acontecimentos.
SS: Então, Rachel, o que a trouxe até aqui?
RS: Vim atrás de você porque, mesmo a gente tendo tido tantas confusões, ainda somos irmãs, você é minha única família.
SS: O que aconteceu? Onde está o John?
RS: Depois daquela confusão do casamento, ele, além de me bater, assim que saí da prisão, ainda me abandonou. Estamos divorciados, voltei a usar o Sidle.
SS: E o menino? Onde ele entra nessa história?
RS: Bem, eu...
Rachel olhou para a irmã gêmea e ficou em dúvida se contava a verdade. Decidiu então adiar a decisão para não fazê-la sofrer. Assim, ela e Grissom dariam um teto a ela e ao filho até que pudesse se estabelecer. Do contrário, a mandariam para o meio da rua.
RS: Eu fui grávida para a prisão. A única vez em que ele foi me visitar, contei sobre a criança, mas ele não quis saber.
SS: Você ficou muito tempo na cadeia?
RS: Até os quatro meses de gestação. Depois fui me virar, e acabei ficando na casa de uma colega.
SS: Como ele se chama?
RS: Jack. Jack Sidle apenas.
SS: Oi Jack!
Sara sorriu e o menino sorriu de volta para a tia. A empatia foi imediata, e Rachel observou que os dois se dariam muito bem, além de ver quanto amor e bondade havia nos olhos e no coração da irmã.
SS: Quero que fique aqui em casa, Rachel, até você poder arrumar um lugar para ficar com seu filho. Vejo que ele não tem nada além dessas roupinhas e dessa bolsa, então Grissom e eu arrumaremos o quarto de hóspede para você e Jack ficarem. Vai ficar tudo bem.
RS: Você... me perdoa por tudo o que te fiz?
SS: Esquece, já passou.
RS: Por favor, Sara, diga que me perdoou, senão não terei paz!
SS: Tudo bem... se é importante para você, eu te perdôo. Está tudo bem.
Rachel sorriu para a irmã do jeito que Sara sorria para Grissom, fazendo biquinho. Uma tinha algo da outra, uma era o coração da outra, mesmo que as diferenças tão evidentes fossem uma ponte entre elas. E Sara jamais deixaria sua irmã ao relento, ainda mais com um bebê. Bebê esse que ela jamais poderia imaginar que fosse filho... de seu próprio marido!
SS: Ãh, Grissom está demorando, vou ver o que ele está fazendo. Com licença.
RS: Claro, fique à vontade.
Sara subiu até o quarto da filha e viu o marido já penteando os cabelinhos dela.
GG: Como está?
SS: Está linda! Vim ver o que você estava fazendo, já que não descia...
GG: Oras, querida, você sabia que eu estava cuidando da Milly!
SS: Você ficou constrangido ao ver a Rachel ou é só impressão minha?
GG: Não gostei de vê-la aqui. Parece que você quer relembrar o que aconteceu...
SS: Não, eu apenas não poderia deixar minha irmã ao relento. Ainda mais com um bebê nos braços. Apesar de tudo o que fez, Rachel é meu sangue, é o que restou da minha família, e ela está muito arrependida do que fez. E o menino gostou de mim, é uma fofura.
Grissom voltou-se para a filha pensando na possibilidade de o menino ser seu filho; afinal, fez sexo várias vezes com Rachel pensando ser Sara, e não usou preservativo. E se isso se confirmasse, como ficaria sua relação com Sara?
SS: Griss...
GG: Sim, querida, o que foi?
SS: Você está de acordo que Rachel fique aqui até ela se ajeitar?
GG: E eu tenho outra escolha?
SS: Se não quiser, eu falo com ela...
GG: Não. Já está feito, e ela tem uma criança, não pode ficar no meio da rua. Ponha-os no quarto de hóspedes, está limpo e é confortável.
SS: Vou falar com ela.
Sara pegou a filha e desceu até a sala.
RS: Sua filha é linda!
SS: Obrigada. Venha, vou te mostrar o quarto de hóspedes. Está limpo e você poderá ter seu espaço.
RS: Não pretendo ficar muito tempo, não se preocupe.
Sara abriu a porta do quarto e Rachel ficou encantada com a beleza do ambiente. Havia uma deliciosa fragrância no ar para evitar umidade e mofo.
RS: Vou acabar me sentindo em um hotel!
SS: É tudo muito simples, mas como a cama é de casal, você e Jack poderão dormir mais à vontade. Depois quero comprar algumas roupas para você e o menino.
RS: Não se preocupe com isso, Sara.
SS: Aliás, você não me contou como foi ficar nesse estado? E suas roupas?
RS: John me agrediu, fui assaltada, enfim...
SS: Você devia ter dado parte à polícia.
RS: Tive medo. Afinal, saí da prisão e fiquei com trauma de cadeia.
SS: Bom, tenho algumas roupas que poderão servir em você e a Milly tem algumas roupas que são unissex, acho que servirão no seu filho. Devem ficar só um pouquinho largas porque a Milly é mais velha que Jack, mas dá para passar a noite.
RS: Não se preocupe com isso, você está fazendo muito por mim, e eu nem mereço, Sara!
SS: Você é minha irmã e eu jamais vou deixá-la na mão. Não tem que pensar assim, ok?
RS: Ok.
As duas sorriram e riram do mesmo sorriso. No jantar, enquanto as crianças ficaram no cercadinho de Milly, os três jantavam. Mas o clima era meio constrangedor. Rachel não se atrevia a olhar para Grissom, depois de tudo e também por saber que o pai de seu filho era ninguém menos que o marido da própria irmã, a quem se fez passar por puro ciúme do sucesso da perita. Grissom não estava à vontade sentado frente à mulher que levou para a cama pensando ser seu amor. E algo arranhava seu coração por dentro, como se fosse uma voz a dizer que Jack era seu filho e que não poderia se esquivar de contar toda a verdade à Sara, ainda que pusesse em risco seu relacionamento. Mas o menino tinha direito ao reconhecimento. E a julgar o estado de miséria que o menino e a mãe dele estavam, ele merecia uma vida melhor. Sara olhava para os dois com paz no coração, sentimento de quem soube perdoar uma punhalada nas costas. Mas ela teria força o suficiente para perdoar mais uma punhalada que estava para explodir? Depois do jantar...
SS:
Quer sobremesa, Rachel?
RS:
Não, obrigada. Preciso dormir, realmente. Com licença.
Rachel
pegou o filho no cercado e seguiu para o quarto, sem olhar para Grissom. Sara
não conseguia entender a razão daquilo tudo. Pensava ser apenas um
arrependimento por ter se passado por ela.
SS:
E você, também não quer sobremesa?
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