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Acerto de contas - cap. 2


Só que essa aventura do menino traria muita dor de cabeça para os pais. Sara, no lab, como um aviso divino, sentiu um aperto no coração e resolveu ligar para casa. A jovem babá atendeu:

SS: Silvie, como estão as coisas por aí?
SL: Estão bem, dona Sara.
SS: E as crianças?
SL: Bom, Gina tomou banho e já almoçou. Agora ela está brincando no quarto.
SS: E Sam?
SL: Ele me ligou dizendo que ia para a casa de um amiguinho.
SS: Que amiguinho é esse, Silvie? – Sara começou a ficar apavorada.
SL: Acabei nem perguntando. Mas ele disse que voltaria logo.
SS: Você deveria ter dito a ele que não iria a lugar nenhum! Era seu dever ir buscar meu filho na escola, e não autorizá-lo a ir a casa de amigo nenhum!
SL: Me desculpe, dona Sara!
SS: Quando eu chegar em casa vou ter uma conversa séria com você!

Sara desligou o telefone na cara da babá, que estava apavorada com a possibilidade de ser demitida por isso. A perita estava transtornada, e foi atrás de Grissom pelo lab.

CW: O que aconteceu, Sara? porque esse nervosismo?
SS: A tonta da babá autorizou Sam a ir a casa de um amiguinho. Até agora ele não apareceu e... ai, não quero pensar que meu filho esteja andando por aí sozinho! Vegas é tão perigosa quanto bela, você sabe muito bem disso!
CW: Sei sim, Sara, mas acalme-se ou vai acabar tendo um piripaque.
SS: Onde está o Grissom?
CW: Está em campo com Nick.
SS: Vou sair e não tenho hora para voltar.
CW: Quer que eu o avise?

Não houve resposta por parte da perita. Sara pegou a bolsa e correu com o carro até a escola de Sam. Foi logo falar com a diretora, que ainda estava por lá.

##: Não, senhorita Sidle, Sam saiu mais cedo, disse que se sentia mal.
SS: Mas a babá não veio buscá-lo?
##: Ele disse que sabia ir para casa sozinho.
SS: Como vocês deixam um garoto de apenas 12 anos ir pra casa sozinho?! Sam é muito criança para andar pelas ruas de Vegas sozinho!
##: Acalme, senhorita. Quer um copo d’água?
SS: Quero meu filho! – Sara aumentou o tom de voz.
##: Quer que liguemos para a polícia?
SS: Não, eu farei isso! Vou chamar o pai de Sam!

Sara saiu da escola furiosa. Antes de ligar para Grissom, Sara, em sua coerência mesmo nos momentos mais difíceis, teve a idéia de ligar para os pais dos amigos que Sam convivia na escola. Começando pelos mais próximos até os mais distantes. Não estava na casa de nenhum.

SS: Não é possível! Onde se meteu esse menino?

Com as mãos trêmulas, ligou para Grissom.

GG: Grissom.
SS: Sam desapareceu, Griss!
GG: Como é?! Fale mais devagar, Sara.
SS: Sam ligou para Silvie dizendo que ia para a casa de um amigo, já liguei para a casa de todos e ele não está na casa de nenhum!
GG: Fique calma, querida!
SS: Quero o Sam! Não vou agüentar se ele for seqüestrado mais uma vez!
GG: Passarei o ocorrido ao Brass e te encontro em casa. Mas acalme-se, nosso garoto é muito esperto, logo ele estará de volta! E por favor, não faça loucuras no trânsito!

Enquanto Sara corria pra casa na esperança de que o filho tivesse aparecido, o garoto andava pelas ruas de Vegas como se conhecesse intimamente a cidade. Sam era um pré-adolescente ainda, mas não tinha medo de quase nada. Sendo filho de quem era, isso soava muito naturalmente. Sabia que seria difícil, quase impossível, cruzar com a tal mulher, mas enquanto andava, ficava se perguntando coisas. Mas, imaginando a bronca que levaria da mãe, decidiu pegar um táxi e ir para casa. Ao chegar, viu a mãe abraçada ao pai, com vários policiais perto da residência.

SG: Mãe! Pai! – disse Sam, descendo do carro do táxi.

Sara virou-se e abraçou o filho em lágrimas. Grissom abraçou os dois, numa espécie de corrente de amor.

SS: Onde você estava?! Porque você fez isso, Sam?!
GG: Calma, Sara, não assuste o menino.
SG: Fique calma, mãe, já estou aqui.
GG: Porque você ligou para Silvie e mentiu, Sam?
SG: Eu precisava resolver uma coisa.
SS: Resolver coisa?! E você lá tem coisas a resolver? Vá para o seu quarto, Sam!
SG: Mas mãe...
SS: Não vou repetir!

O menino, com os olhos azuis brilhando, obedeceu à ordem da mãe e correu para dentro de casa.

GG: Não acha que exagerou na bronca ao Sam?
SS: E como eu fico nessa história? Meu coração quase parou de bater! Sam é minha vida, não posso ficar sem ele.
GG: E você tem a mim e à Gina. Também precisamos de você.
SS: É claro que eu amo vocês também. Mas Sam foi minha companhia por oito anos, não quero que ele se perca de mim, de nós.
GG: Com a educação que demos a ele, duvido que ele se perca na vida, honey. Sam é um menino ajuizado e responsável, com uma maturidade rara para garotos nessa faixa etária. Não se preocupe, confio no nosso garoto e você deveria também. Anda, vamos entrar e falar com ele. Está tudo bem agora.

Os policiais, vendo que estava tudo bem, foram embora e o casal entrou em casa. Ao longe, uma pessoa observara toda a movimentação e acabou descobrindo onde a família morava. Seria apenas uma questão de tempo para começar a agir. E seu primeiro alvo seria... Sam. Sara, ainda estressada, discutiu com a babá, que chorava:

SS: Você foi no mínimo irresponsável! Quando o Sam disse o que disse ao telefone, deveria ter negado a autorização e dizer que o pegaria na escola.
GG: Calma, Sara! – Grissom tentava aliviar a situação.
SS: Como calma?! Meu filho some, fica vagando pelas ruas de Vegas e quer que eu fique calma! Você foi uma irresponsável, Silvie!
SL: Me perdoe, dona Sara!
SS: Como vou confiar meu filho a você novamente? Se ele, que tem 12 anos, consegue lhe dar um drible...
SL: Por favor, me dê uma segunda chance! Não me mande embora, preciso muito desse emprego!
GG: Querida, desculpe-a, Silvie foi apenas ingênua. Temos que conversar é com Sam.

Sara respirou fundo e depois disso:

SS: Que isso não se repita, ok?
SL: Pode deixar, não acontecerá novamente.
SS: Vou falar com Sam.

Sara subiu até o quarto do menino, que estava navegando na internet.

SS: Posso falar com você? – disse Sara, da porta.
       
O menino rodou a cadeira e olhou nos olhos da mãe. Tinha uma expressão de quem havia chorado.

SS: Me desculpa?
SG: Sim, mamãe.
SS: Sam... quero que você me escute com atenção.

Sara sentou-se na cama do filho e o chamou para sentar-se junto a ela. Ele obedeceu.

SS: Seu pai e eu confiamos muito em você, sabemos que é um menino com uma inteligência e mentalidade superior a de muitos garotos de sua idade. Mas o mundo está cheio de pessoas má- intencionadas e ruins, não vê o quanto eu e seu pai trabalhamos?
SG: Sei, mamãe. Mas não quero que você fique preocupada comigo. Eu já sou um homem.

Sara gargalhou ao ouvir aquilo. Seu menino tinha muita convicção de que não era mais uma criança, mas ao mesmo tempo era inocente em seus argumentos. Então abraçou o filho e ele fez o mesmo.

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