SS:
Sidle.
CW:
Como você está?
SS:
Cansada.
A
loira sentiu o tom de voz embargado da perita e quis saber:
CW:
Aconteceu alguma coisa?
SS:
Não, porque?
CW:
Sua voz está num tom triste. Andou chorando?
Sara
deu um suspiro e acabou abrindo o jogo com a amiga. Estava
sentindo o peito doer demais, e não conseguiu conter as lágrimas.
SS:
Grissom terminou comigo, Cath.
CW:
Como é?!
SS:
Eu também não entendi nada. Estávamos tão bem, sentia que ele estava feliz ao
meu lado.
CW:
Que estranho isso! Será outra mulher?
SS:
Não sei, não faço a menor idéia. Estou muito chateada.
CW:
Entendo perfeitamente como você deva estar se sentindo. Quer
que eu fale com ele?
SS:
Não, Cath. Obrigada, mas não precisa. Ainda teremos outra conversa.
CW:
Sabe que aprecio muito o amor de vocês, né? Poxa, vocês levaram tanto tempo entre
o reencontro até a libertação do amor... O
Gil não deve estar em seu juízo perfeito para fazer algo assim. Eu
sei que ele te ama e jamais iria querer ficar longe de você. Já
pensou na possibilidade de estar acontecendo alguma coisa muito séria que esteja
obrigando-o a agir assim?
SS:
Não, não havia pensado nisso. Mas olhando por esse prisma, poderia ser uma
possibilidade. O problema é que não consigo pensar em ninguém que tivesse interesse
em nos separar.
CW:
Bem, não tenho certeza de nada, apenas fiz um comentário. Ou
existe alguma outra explicação mais contundente para o comportamento do Gil?
SS:
Já não sei de mais nada, Cath. Não sei mesmo!
CW:
Espero que consiga encontrar uma solução para esse problema.
SS:
A solução é fazer o que Grissom me pediu: me afastar dele por completo.
CW:
Vai renunciar ao amor?
SS:
Eu preciso te contar uma coisa, Cath. Mas prometa que não dirá nenhuma palavra
ao Griss!
CW:
Eu prometo.
SS:
Estou grávida!
CW:
Ah, eu sabia!
SS:
Como?!
CW:
Já desconfiava que poderia ser isso. Tenho reparado nas suas caretas...
SS:
Mas tem um probleminha...
CW:
Qual?
SS:
A criança pode ou não ser do Griss...
CW:
Como é?! – a loira arregalou os olhos.
SS:
Eu transei com Hank quando soube que ele havia saído com Sofia.
CW:
Não acredito nisso, Sara!
SS:
E amanhã mesmo vou falar com ele.
CW:
Pra quê?
SS:
Se ele não me deu um motivo para que eu me afastasse dele, darei um motivo para
que ele se afaste de mim.
CW:
E se a criança for dele?
SS:
Aí é outra história. Mas como ele me quer longe dele, farei a vontade dele.
CW:
Você não está se precipitando não? Ele pode ter seus motivos...
SS:
O que quer que fosse, ele deveria ter confiado em mim. Se
estamos juntos, precisamos confiar um no outro. Senão, qual seria o sentido do
amor?
CW:
Não vou entrar nesse mérito, Sara. Só espero que você pense bem no que irá
fazer.
SS:
Não se preocupe, não ficarei mais machucada, já estou ficando calejada!
Sara
desligou o telefone e foi dormir. Estava exausta e a gravidez já estava
afetando seu organismo. Os hormônios, alterados, mexiam com sua estrutura
orgânica, e coisas como sono em excesso e enjôos estavam ficando mais
freqüentes. Até a cerveja, de que tanto gostava, parou de beber. Mesmo porque,
estava exagerando nas doses e acabava bêbada, e com isso, seu rendimento no lab
ficava comprometido. A criança veio para salvá-la do vício do álcool. Sara
e Grissom estavam cada dia mais distantes um do outro, isso evidência nenhuma
seria capaz de dizer o contrário. E os amigos do lab que sabiam da relação dos
dois não sabiam nem o que pensar, porém não se intrometiam. Grissom
estava em sua sala quando Sara bateu na porta.
GG:
Entre.
SS:
Posso falar com você?
GG:
Sara? – ele olhou por cima dos óculos.
SS:
Sei que você não quer falar comigo, mas eu precisava falar com você.
GG:
Mas eu nunca disse que não queria mais falar com você. Só disse que não
poderíamos mais ficar juntos.
SS:
Ok, não precisa ficar repetindo isso. É uma ferida que está arranhando meu
coração e preciso me livrar disso.
GG:
O que você quer dizer?
SS:
Vim dizer que estou grávida.
O
supervisor ficou surpreso, claro, e abriu a boca, fazendo menção de dizer
alguma coisa. Sara o olhava com um certo desprezo no olhar. Um olhar gelado, repleto de
mágoa e dor.
GG:
Sara...
O
coração de Grissom pulou de uma maneira diferente; um misto de surpresa e
alegria invadiu seu peito. Mas a perita, magoadíssima, resolveu dar as cartas.
SS:
Mas essa criança pode não ser sua, Griss...
GG:
Como é?!
SS:
Eu dormi com Hank também, tempos atrás, então há um a chance de o filho ser
dele.
O
supervisor ficou boquiaberto, sem saber o que dizer.
SS:
E como você me pediu para me afastar de você, farei o que me pede. E vou tentar
me acertar com Hank. Quem sabe eu ainda não consiga ser um pouquinho feliz
nessa vida?
Antes
que Grissom pudesse dizer qualquer coisa, Sara disse:
SS:
Estou de saída do lab. Acabei de pedir minhas contas. Você não terá com que se
preocupar agora. Adeus, Grissom.
A
perita virou-se e saiu. Com uma tristeza no olhar e o coração partido, Grissom
suspirou e disse:
GG:
Ah, minha querida, se você soubesse porque eu fiz isso...
Sara
pegou o carro e foi até a casa de Hank.
HP:
Sara? Que surpresa vê-la aqui!
SS:
Podemos conversar?
HP:
Ãh... Acho que não é um bom momento...
A
perita olhou para dentro do apartamento e viu uma jovem mulher vindo do quarto,
só de lingerie.
SS:
Está ocupado, entendi.
HP:
A gente se fala depois.
SS:
Claro – disse friamente.
Sara
foi embora, com mais uma decepção no currículo. Parecia que seu destino era
mesmo de ser sozinha. Bom, agora não estaria mais tão só, pois dentro de si um
serzinho inocente crescia e sentia as vibrações da mãe. Por isso, prometeu não
ficar mais triste e concentrar suas emoções todas para o filho (ou filha, quem
sabe?). Enquanto
isso, Grissom, após sair do lab, passou no mercado e comprou algumas coisas. No
meio do caminho para casa, um dos pneus do carro estourou. Desceu para ver como
se encontrava quando foi abordado por dois homens encapuzados.
##¹:
Pensou que iria se livrar de nós?
GG:
Quem são vocês?
Um
dos homens deu uma coronhada na cabeça de Grissom, e o sangue começou a
escorrer.
GG:
O que...?
##²:
Pelo visto ele não conseguiu se afastar da tal Sara. Vamos levá-lo até a chefe.
##¹
Logo pegaremos a sua namoradinha também.
GG:
Deixem Sara em paz! Se tocarem em um fio dela...
##²:
Cale a boca!
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