HP:
Não pense, curta o momento.
SS:
Adoraria beber uma cerveja, você ainda tem aí?
HP:
Claro, vamos beber juntos.
Os
dois, nus, seguiram até a cozinha, onde saborearam um chopp bem gelado. Nos
dias que se seguiram, a perita tinha dificuldades em disfarçar a dor que sentia
ao ver Grissom e Sofia tão próximos, tão... íntimos. Sara confiava muito em
Catherine, que era sua confidente e amiga. Acabou confessando que, apesar de
sair com Hank, amava Grissom. As duas estavam seguindo para uma cena de crime.
CW:
Eu sempre desconfiei disso, Sara. Posso até não estar realmente por dentro do
que está rolando, mas percebo facilmente as coisas. Ou
acha que sua tentativa de agradar ao Gil era gratuita, sem algum sentimento por
trás de suas boas intenções?
SS:
Cath!
CW:
Não estou dizendo que você era interesseira, mas toda mulher apaixonada gosta
de agradar, quer se destacar, que chamar a atenção de seu alvo. Confesso que
seria uma excelente idéia vê-los juntos, acho que se completam.
SS:
Acha mesmo?
CW:
Acho. O Gil, mesmo se não fosse meu amigo, não serviria pra mim, ele é muito
diferente de mim, temos pensamentos completamente diferentes. Mas você é o tipo
de mulher que daria jeito nesse homem distante e um tanto estabanado.
SS:
Porém, a Sofia demonstrou interesse nele, não vou lutar mais.
CW:
Está desistindo?
SS:
Estou cansada de sofrer. Vou tentar me acertar com Hank mesmo.
CW:
Jamais pensei que alguém desistisse do amor.
SS:
Ninguém desiste do amor. Desiste de sofrer. E eu me cansei, não tenho mais
forças para tanto. Eu amo Grissom, amo com todo o meu coração, mas vou deixá-lo
ir. Ele é livre para fazer suas escolhas e dormir com quem quiser, seja Sofia,
Teri Miller ou Lady Heather.
CW:
Não acredito que estou ouvindo isso de você, Sara. Você sempre foi uma mulher
forte!
SS:
Talvez você não me conheça assim tão bem, Cath...
CW:
O aniversário dele está chegando. Estava pensando em uma festa-surpresa. Me
ajudaria a preparar?
SS:
Passo essa, Cath.
CW:
Não quer mesmo participar?
SS:
No momento, quero é trabalhar.
Catherine
não tocou mais no assunto, vendo que a perita estava irredutível. No local do
crime...
CW:
O que aconteceu aqui, Vartann?
V:
O moleque foi encontrado perto do latão de lixo. Como essa área é fechada,
ninguém poderia ter visto.
CW:
Estamos em um beco. A menos que o assassino tenha usado um silenciador, daria
para ouvir os tiros.
Enquanto
Catherine filosofava sobre suas teorias com o detetive, Sara reparou em
minúsculas gotas de sangue que levavam a um casebre no fim do beco, atrás de
grades enferrujadas. De arma em punho, a perita chutou a porta e encontrou um
lugar vazio, escuro e abandonado. Havia uma escada que levava ao interior do
lugar. Cuidadosamente, desceu e um barulho foi ouvido. Um tiro. Catherine
e Vartann se assustaram com o barulho e foram atrás de Sara, que havia
visualizado no final do corredor alguém e foi atrás. Ao
sair no outro lado, Sara gritou:
SS:
Ele está indo por lá! Peguem-no!
Os
policiais que estavam de vigília correram trocando tiros com o marginal, que
acabou baleado. Sara, na correria, acabou se desequilibrando e caiu no chão,
ralando todo o braço e testa. Catherine e Vartann chegaram logo em seguida.
CW:
Onde está o marginal?
SS:
Ele correu para a outra rua, mas pela troca e tiros, os policiais conseguiram
pegá-lo.
CW:
Você se machucou, precisa ir ao hospital.
SS:
Vou ficar legal.
Sara
tinha essa coisa de auto-suficiência, não se sentia muito à vontade com ajuda
vinda dos amigos. Achava que podia resolver tudo sozinha. Até mesmo as lutas
internas, com o coração sofrendo por amar um homem que talvez jamais a quisesse.
E ver outra mulher se jogando nos braços dele era mais uma dor que teria de
suportar para não morrer de desilusão. Catherine
conseguiu, com a ajuda dos amigos, organizar uma festinha para o amigo Grissom
em um salão de festas, alugado para este evento. As mesinhas enfeitadas, com
muitas fitas nas cortinas, balões coloridos, davam conta de que seria um grande
acontecimento. Bom, os cinqüenta anos de Grissom, chefe e amigo de todos, não
poderia passar em branco, mesmo que assim ele desejasse. Com
todos presentes, inclusive Brass e Vartann, faltava apenas o aniversariante.
Sara ainda não havia chegado, ela não havia confirmado nem desmentido a
presença. Grissom
chegou com Sofia a tiracolo, para espanto de todos, que não poderiam imaginar
que eles estivessem tendo algum rolo. A equipe torcia para que ele ficasse com
Sara, que, mesmo não falando com os lábios, dizia tudo com os olhos, e todos
sabiam que ela o amava.
GG:
Nem na mais remota idéia poderia imaginar que fosse uma festa!
CW:
Feliz aniversário, Gil!
GG:
Obrigado.
Depois
que o supervisor cumprimentou a todos – e já notando a ausência de Sara -,
Catherine o puxou para um canto e comentou:
CW:
Não sabia que você e Sofia estavam juntos.
GG:
Nem eu – sorriu e voltou aos convidados.
Naquela
hora, Catherine desejou que Sara não aparecesse, para não ver o que as
evidências não escondiam. As pessoas bebiam e conversavam entre si. Catherine
ficou com Warrick, Nick, Greg e Vartann em sua mesa.
CW:
Ainda não caiu a ficha de que Sofia conseguiu seduzir o Gil!
WB:
Se ela conseguiu, ele consentiu, não é?
NS:
Quem diria!
CW:
Vou dizer uma coisa: prefiro-o com Sara, e essa Sofia não me desce na garganta!
Alguma coisa nela não me convence.
V:
Acha que ela é falsa?
CW:
Não sei, sinceramente não sei. E espero que Sara não venha para não ver o que
estamos vendo!
Os
amigos viram quando Sofia entregou uma grande caixa a Grissom. Em seguida, ela
deu um suave selinho na boca dele, deixando não somente ele, mas a todos
espantados. Ao se virar, não apenas Grissom, mas todos do salão ficaram sem
palavras ao ver uma bela mulher vestida em um deslumbrante vestido azul. Sim,
era... Sara! Sofia
sentiu uma pontada de inveja na beleza e na elegância da perita que nunca se
maquiava ou se vestia de forma mais sexy durante o turno. E Sara, firme como
uma rocha, fina como uma dama, não se deixou levar pelo ciúme ao ver a cena e
foi até ele entregar o presente, que estava embrulhado caprichosamente.
SS:
Feliz aniversário, Griss!
GG:
Obrigado, Sara...
Sofia,
perto, viu que a troca de olhares era intensa, que havia muito mais no ar. E
quem via a cena percebia que entre os dois havia uma química mais que especial,
que os dois não eram apenas um supervisor e uma subordinada. Apesar de não
estarem juntos, estavam mais próximos que qualquer outra coisa ou pessoa no
mundo. Sofia
saiu de perto, vendo que estava sobrando completamente. Naquele momento, o
universo parou e parecia haver apenas os dois ali e no mundo. Mas ambos estavam
sem jeito; ela, por ter visto-o sendo beijado por Sofia, tendo a certeza,
enfim, de que eles estavam juntos, e ele, por desejá-la ainda mais depois de
vê-la tão bela e sem coragem (a maldita coragem!) de se declarar e beijá-la na
frente de todos.
SS:
Bom, não vou me demorar...
GG:
Não vai ficar para a festa?
SS:
Não, vim apenas lhe entregar seu presente.
GG:
Está linda, Sara!
SS:
Obrigada. Bom, vou cumprimentar o pessoal e depois vou embora.
GG:
Não vai mesmo ficar?
SS:
Desta vez não, Griss...
Depois
dos cumprimentos, a perita seguiu para a rua.
WB:
Porque ela não vai ficar?
CW:
Você ficaria em um lugar onde a mulher que você ama estivesse com outro? Não
né?
Cerca
de meia-hora depois, Grissom já estava mais que desconfortado ali. Após ver
Sara feito uma fada, um anjo, ou o que mais de bonito pudesse adjetivá-la, ele
não desejava mais estar ali. Queria, e precisava, estar com ela. Mas como faria
para sair dali? Catherine,
muito esperta, deu a idéia:
CW:
Se você ainda quer ter uma chance com Sara, vá atrás dela!
GG:
E a festa?
1 comentários:
Grissom tem que tomar uma atitude! Curiosa aqui!
Postar um comentário