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Inimigas íntimas - cap. 3



HP: Não pense, curta o momento.
SS: Adoraria beber uma cerveja, você ainda tem aí?
HP: Claro, vamos beber juntos.

Os dois, nus, seguiram até a cozinha, onde saborearam um chopp bem gelado. Nos dias que se seguiram, a perita tinha dificuldades em disfarçar a dor que sentia ao ver Grissom e Sofia tão próximos, tão... íntimos. Sara confiava muito em Catherine, que era sua confidente e amiga. Acabou confessando que, apesar de sair com Hank, amava Grissom. As duas estavam seguindo para uma cena de crime.

CW: Eu sempre desconfiei disso, Sara. Posso até não estar realmente por dentro do que está rolando, mas percebo facilmente as coisas. Ou acha que sua tentativa de agradar ao Gil era gratuita, sem algum sentimento por trás de suas boas intenções?
SS: Cath!
CW: Não estou dizendo que você era interesseira, mas toda mulher apaixonada gosta de agradar, quer se destacar, que chamar a atenção de seu alvo. Confesso que seria uma excelente idéia vê-los juntos, acho que se completam.
SS: Acha mesmo?
CW: Acho. O Gil, mesmo se não fosse meu amigo, não serviria pra mim, ele é muito diferente de mim, temos pensamentos completamente diferentes. Mas você é o tipo de mulher que daria jeito nesse homem distante e um tanto estabanado.
SS: Porém, a Sofia demonstrou interesse nele, não vou lutar mais.
CW: Está desistindo?
SS: Estou cansada de sofrer. Vou tentar me acertar com Hank mesmo.
CW: Jamais pensei que alguém desistisse do amor.
SS: Ninguém desiste do amor. Desiste de sofrer. E eu me cansei, não tenho mais forças para tanto. Eu amo Grissom, amo com todo o meu coração, mas vou deixá-lo ir. Ele é livre para fazer suas escolhas e dormir com quem quiser, seja Sofia, Teri Miller ou Lady Heather.
CW: Não acredito que estou ouvindo isso de você, Sara. Você sempre foi uma mulher forte!
SS: Talvez você não me conheça assim tão bem, Cath...
CW: O aniversário dele está chegando. Estava pensando em uma festa-surpresa. Me ajudaria a preparar?
SS: Passo essa, Cath.
CW: Não quer mesmo participar?
SS: No momento, quero é trabalhar.

Catherine não tocou mais no assunto, vendo que a perita estava irredutível. No local do crime...

CW: O que aconteceu aqui, Vartann?
V: O moleque foi encontrado perto do latão de lixo. Como essa área é fechada, ninguém poderia ter visto.
CW: Estamos em um beco. A menos que o assassino tenha usado um silenciador, daria para ouvir os tiros.

Enquanto Catherine filosofava sobre suas teorias com o detetive, Sara reparou em minúsculas gotas de sangue que levavam a um casebre no fim do beco, atrás de grades enferrujadas. De arma em punho, a perita chutou a porta e encontrou um lugar vazio, escuro e abandonado. Havia uma escada que levava ao interior do lugar. Cuidadosamente, desceu e um barulho foi ouvido. Um tiro. Catherine e Vartann se assustaram com o barulho e foram atrás de Sara, que havia visualizado no final do corredor alguém e foi atrás. Ao sair no outro lado, Sara gritou:

SS: Ele está indo por lá! Peguem-no!

Os policiais que estavam de vigília correram trocando tiros com o marginal, que acabou baleado. Sara, na correria, acabou se desequilibrando e caiu no chão, ralando todo o braço e testa. Catherine e Vartann chegaram logo em seguida.

CW: Onde está o marginal?
SS: Ele correu para a outra rua, mas pela troca e tiros, os policiais conseguiram pegá-lo.
CW: Você se machucou, precisa ir ao hospital.
SS: Vou ficar legal.

Sara tinha essa coisa de auto-suficiência, não se sentia muito à vontade com ajuda vinda dos amigos. Achava que podia resolver tudo sozinha. Até mesmo as lutas internas, com o coração sofrendo por amar um homem que talvez jamais a quisesse. E ver outra mulher se jogando nos braços dele era mais uma dor que teria de suportar para não morrer de desilusão. Catherine conseguiu, com a ajuda dos amigos, organizar uma festinha para o amigo Grissom em um salão de festas, alugado para este evento. As mesinhas enfeitadas, com muitas fitas nas cortinas, balões coloridos, davam conta de que seria um grande acontecimento. Bom, os cinqüenta anos de Grissom, chefe e amigo de todos, não poderia passar em branco, mesmo que assim ele desejasse. Com todos presentes, inclusive Brass e Vartann, faltava apenas o aniversariante. Sara ainda não havia chegado, ela não havia confirmado nem desmentido a presença. Grissom chegou com Sofia a tiracolo, para espanto de todos, que não poderiam imaginar que eles estivessem tendo algum rolo. A equipe torcia para que ele ficasse com Sara, que, mesmo não falando com os lábios, dizia tudo com os olhos, e todos sabiam que ela o amava.

GG: Nem na mais remota idéia poderia imaginar que fosse uma festa!
CW: Feliz aniversário, Gil!
GG: Obrigado.

Depois que o supervisor cumprimentou a todos – e já notando a ausência de Sara -, Catherine o puxou para um canto e comentou:

CW: Não sabia que você e Sofia estavam juntos.
GG: Nem eu – sorriu e voltou aos convidados.

Naquela hora, Catherine desejou que Sara não aparecesse, para não ver o que as evidências não escondiam. As pessoas bebiam e conversavam entre si. Catherine ficou com Warrick, Nick, Greg e Vartann em sua mesa.

CW: Ainda não caiu a ficha de que Sofia conseguiu seduzir o Gil!
WB: Se ela conseguiu, ele consentiu, não é?
NS: Quem diria!
CW: Vou dizer uma coisa: prefiro-o com Sara, e essa Sofia não me desce na garganta! Alguma coisa nela não me convence.
V: Acha que ela é falsa?
CW: Não sei, sinceramente não sei. E espero que Sara não venha para não ver o que estamos vendo!

Os amigos viram quando Sofia entregou uma grande caixa a Grissom. Em seguida, ela deu um suave selinho na boca dele, deixando não somente ele, mas a todos espantados. Ao se virar, não apenas Grissom, mas todos do salão ficaram sem palavras ao ver uma bela mulher vestida em um deslumbrante vestido azul. Sim, era... Sara! Sofia sentiu uma pontada de inveja na beleza e na elegância da perita que nunca se maquiava ou se vestia de forma mais sexy durante o turno. E Sara, firme como uma rocha, fina como uma dama, não se deixou levar pelo ciúme ao ver a cena e foi até ele entregar o presente, que estava embrulhado caprichosamente.

SS: Feliz aniversário, Griss!
GG: Obrigado, Sara...

Sofia, perto, viu que a troca de olhares era intensa, que havia muito mais no ar. E quem via a cena percebia que entre os dois havia uma química mais que especial, que os dois não eram apenas um supervisor e uma subordinada. Apesar de não estarem juntos, estavam mais próximos que qualquer outra coisa ou pessoa no mundo. Sofia saiu de perto, vendo que estava sobrando completamente. Naquele momento, o universo parou e parecia haver apenas os dois ali e no mundo. Mas ambos estavam sem jeito; ela, por ter visto-o sendo beijado por Sofia, tendo a certeza, enfim, de que eles estavam juntos, e ele, por desejá-la ainda mais depois de vê-la tão bela e sem coragem (a maldita coragem!) de se declarar e beijá-la na frente de todos.

SS: Bom, não vou me demorar...
GG: Não vai ficar para a festa?
SS: Não, vim apenas lhe entregar seu presente.
GG: Está linda, Sara!
SS: Obrigada. Bom, vou cumprimentar o pessoal e depois vou embora.
GG: Não vai mesmo ficar?
SS: Desta vez não, Griss...

Depois dos cumprimentos, a perita seguiu para a rua.

WB: Porque ela não vai ficar?
CW: Você ficaria em um lugar onde a mulher que você ama estivesse com outro? Não né?

Cerca de meia-hora depois, Grissom já estava mais que desconfortado ali. Após ver Sara feito uma fada, um anjo, ou o que mais de bonito pudesse adjetivá-la, ele não desejava mais estar ali. Queria, e precisava, estar com ela. Mas como faria para sair dali? Catherine, muito esperta, deu a idéia:

CW: Se você ainda quer ter uma chance com Sara, vá atrás dela!
GG: E a festa?

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1 comentários:

Luciana Dias disse...

Grissom tem que tomar uma atitude! Curiosa aqui!

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