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Inimigas íntimas - cap. 2



SC: Desculpe interrompê-los. Grissom, você ficou de me dar aquela carona. Podemos ir?
GG: Carona? Ah sim. Vamos. Boa noite, Sara.
SS: Boa noite, Griss...

Cada qual foi para seu canto e Sara seguiu desolada para o carro. Antes de ir embora, pôde ver Sofia entrar no carro de Grissom e os dois irem embora. Enquanto seguia pra casa, Sara, que curtia muito uma boa música para levantar o astral, colocou um cd de músicas românticas. Uma delas retratava seu espírito em relação a Grissom:

“Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer
Tudo o que cala fala mais alto ao coração
Silenciosamente eu te falo com paixão
Eu te amo calada,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...”

Ela pensava que seu amor era solitário, mas não sabia que Grissom a queria, mas não tinha coragem de se declarar. Os dois, desejando-se e querendo-se, mas eles mesmos colocavam um muro que os separava. Apesar do frio que fazia, Sara sentia um calor imenso. Ver Grissom de braços dados com Sofia não lhe agradou, embora a loira tivesse lhe dito no lab que tinha um namorado em Los Angeles. Chegou em casa, tomou um banho e foi direto para a cama. Enquanto isso, na casa de Sofia...

SC: Obrigada pela carona. Não pude ir de carro, o meu quebrou geral.
GG: Como vai ao lab amanhã?
SC: De táxi. Não precisa se preocupar comigo.
GG: Boa noite.
SC: Até.

Grissom foi pra casa com a imagem de Sara em um belíssimo vestido em sua mente. Como ela estava linda! De banho tomado, foi para a cama. Mas não poderia dormir sem fazer algo.

SS: Quem será a essa hora da madrugada? Sidle.
GG: Te acordei?
SS: Grissom?!
GG: Fiquei preocupado com você e nem pude te dar atenção na conferência.
SS: Está tudo bem, você não tem que se desculpar por isso.
GG: Você estava linda!
SS: Ãh... obrigada, mas estava com um vestido simples.
GG: Estava linda do mesmo jeito.

Sara não estava entendendo nada. Por que Grissom ligara quase duas da manhã? E porque a elogiara, se nunca o fizera antes?

SS: Griss... é melhor você não continuar dizendo essas coisas...
GG: Apenas disse a verdade, Sara.
SS: Boa noite, Grissom!

A perita desligou o telefone e voltou a dormir. No dia seguinte, ela e Grissom foram para uma cena de crime: uma jovem assassinada no banheiro da universidade.

GG: O que temos, Jim?
JB: A faxineira veio limpar o banheiro e a encontrou caída.
SS: Espelho quebrado, ferimentos no rosto e no corpo... houve luta corporal.
GG: O que te leva a pensar isso?
SS: Olhe na parte lateral das mãos. Marcas arroxeadas, o que nos faz crer que ela foi agarrada nos pulsos.

Grissom e Sara olhavam atentamente para cada detalhe no local; tudo era importante. Naquele momento ela nem se lembrava que vira Sofia ao lado de Grissom. Mas ele não era nada além do que um chefe, não era seu namorado, marido, amante... era um homem livre para se envolver com que quisesse.

GG: David, como está o fígado dela?
SD: Temperatura ideal. Morreu há menos de duas horas.
SS: Pode ser que o assassino ainda esteja por perto.
GG: Acha mesmo?
SC: Não, ele não está perto.

Grissom e Sara viraram-se e se depararam com Sofia, que viera ajudar nas investigações.

GG: Tem tanta certeza assim?
SC: Encontrei uma testemunha que viu um rapaz saindo em fuga daqui. Na pressa, ele esqueceu isto.

Ela mostrou um pequeno saco plástico contendo evidência.

SS: Parece ser cocaína.
SC: É cocaína. E temos também esta outra pista – mostrou outro saco.
GG: Carteira... Ótima idéia, Sofia!

Grissom sorriu para a loira, que retribuiu. Sara ficou claramente desconfortada com a situação. E essa troca de agradecimento continuou por vários dias. Até Catherine havia notado, e em um certo dia comentou com a amiga no lock:

CW: Essa Sofia me soa tão folgada! E me parece que ela está interessada no Gil, nunca reparou?
SS: Não – mentiu – Acho que não sou tão boa observadora assim.
CW: Repare bem como ela quer sempre ficar perto dele, como os dois trocam olhares... posso até estar enganada, mas acho que ali tem.

Sara sentiu um arrepio ao ouvir aquilo de Catherine. Grissom era livre, isso era fato, se ela não soubesse claramente que ele estivesse com alguém não se sentiria abalada; do contrário, mexia com todas as suas estruturas, mesmo sendo uma mulher adulta e madura. Mas em seu íntimo era uma romântica que sonhava com seu príncipe. Só que este príncipe estava cavalgando para outras bandas, indo de encontro a outros braços. No final do turno, Sara encontrou Hank no corredor.

SS: Ei!
HP: Você está linda! Aceita jantar comigo?

A perita ainda pensou por alguns instantes e, lembrando-se da cena na qual Sofia estava de braços dado a Grissom, aceitou. Afinal, os dois já estavam saindo, transavam... qual a neura?

SS: Bom, a gente sai pra jantar fora ou na casa do outro?
HP: Pode ser no meu apartamento mesmo.

O loiro sorriu e Sara sorriu de volta. Já imaginava onde aquilo iria parar.

HP: Posso esperar seu turno acabar?
SS: Claro, já estou saindo.

Sara foi até o lock pegar sua bolsa. Sofia entrou logo em seguida.

SC: Bonito o seu namorado.
SS: Hank não é meu namorado.
SC: Mas vocês são bem íntimos, isso não dá pra negar...

Sara levantou a sobrancelha, intrigada.

SS: Aonde você quer chegar, Sofia?
SC: Bem, eu tive uma ligeira impressão de que você era caída pelo Grissom. Acho que foi só impressão, né?
SS: Não estou entendendo.
SC: Grissom é um homem solteiro, não está com ninguém. E como ele me atrai... Bem, acho que vou tentar me aproximar dele. O que me diz?

Com o sangue fervendo e o corpo tremendo por dentro, Sara engoliu o ciúme e disse, friamente:

SS: Vá em frente.

Sofia sorriu e saiu, com a certeza de que estava tirando a rival de seu caminho. Se Grissom não percebia que nos olhos da perita havia muita paixão, a loira era mais esperta e de longe via que Sara nutria muito mais do que admiração por ele. Naquela noite, após o jantar e sexo, Sara não conseguia deixar de pensar em Sofia demonstrando interesse em Grissom. Será que ela estava realmente gostando dele ou tudo não passava de uma disputa sem sentido? Ou algo mais...?

HP: Você está calada... não foi bom?
SS: Foi... quer dizer... claro, mas estou pensando em outras coisas.

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1 comentários:

Luciana Dias disse...

Essa Sofia! Oh! Não sei não!

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