SC:
Desculpe interrompê-los. Grissom, você ficou de me dar aquela carona. Podemos
ir?
GG:
Carona? Ah sim. Vamos. Boa noite, Sara.
SS:
Boa noite, Griss...
Cada
qual foi para seu canto e Sara seguiu desolada para o carro. Antes de ir
embora, pôde ver Sofia entrar no carro de Grissom e os dois irem embora.
Enquanto seguia pra casa, Sara, que curtia muito uma boa música para levantar o
astral, colocou um cd de músicas românticas. Uma delas retratava seu espírito
em relação a Grissom:
“Cada voz que canta o amor
não diz
Tudo o que quer dizer
Tudo o que cala fala mais alto ao coração
Silenciosamente eu te falo com paixão
Tudo o que quer dizer
Tudo o que cala fala mais alto ao coração
Silenciosamente eu te falo com paixão
Eu te amo calada,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...”
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...”
Ela
pensava que seu amor era solitário, mas não sabia que Grissom a queria, mas não
tinha coragem de se declarar. Os dois, desejando-se e querendo-se, mas eles
mesmos colocavam um muro que os separava. Apesar do frio que fazia, Sara sentia
um calor imenso. Ver
Grissom de braços dados com Sofia não lhe agradou, embora a loira tivesse lhe
dito no lab que tinha um namorado em Los Angeles. Chegou em casa, tomou um
banho e foi direto para a cama. Enquanto
isso, na casa de Sofia...
SC:
Obrigada pela carona. Não pude ir de carro, o meu quebrou geral.
GG:
Como vai ao lab amanhã?
SC:
De táxi. Não precisa se preocupar comigo.
GG:
Boa noite.
SC:
Até.
Grissom
foi pra casa com a imagem de Sara em um belíssimo vestido em sua mente. Como
ela estava linda! De banho tomado, foi para a cama. Mas não poderia dormir sem
fazer algo.
SS:
Quem será a essa hora da madrugada? Sidle.
GG:
Te acordei?
SS:
Grissom?!
GG:
Fiquei preocupado com você e nem pude te dar atenção na conferência.
SS:
Está tudo bem, você não tem que se desculpar por isso.
GG:
Você estava linda!
SS:
Ãh... obrigada, mas estava com um vestido simples.
GG:
Estava linda do mesmo jeito.
Sara
não estava entendendo nada. Por que Grissom ligara quase duas da manhã? E
porque a elogiara, se nunca o fizera antes?
SS:
Griss... é melhor você não continuar dizendo essas coisas...
GG:
Apenas disse a verdade, Sara.
SS:
Boa noite, Grissom!
A
perita desligou o telefone e voltou a dormir. No dia seguinte, ela e Grissom
foram para uma cena de crime: uma jovem assassinada no banheiro da
universidade.
GG:
O que temos, Jim?
JB:
A faxineira veio limpar o banheiro e a encontrou caída.
SS:
Espelho quebrado, ferimentos no rosto e no corpo... houve luta corporal.
GG:
O que te leva a pensar isso?
SS:
Olhe na parte lateral das mãos. Marcas arroxeadas, o que nos faz crer que ela
foi agarrada nos pulsos.
Grissom
e Sara olhavam atentamente para cada detalhe no local; tudo era importante.
Naquele momento ela nem se lembrava que vira Sofia ao lado de Grissom. Mas ele
não era nada além do que um chefe, não era seu namorado, marido, amante... era
um homem livre para se envolver com que quisesse.
GG:
David, como está o fígado dela?
SD:
Temperatura ideal. Morreu há menos de duas horas.
SS:
Pode ser que o assassino ainda esteja por perto.
GG:
Acha mesmo?
SC:
Não, ele não está perto.
Grissom
e Sara viraram-se e se depararam com Sofia, que viera ajudar nas investigações.
GG:
Tem tanta certeza assim?
SC:
Encontrei uma testemunha que viu um rapaz saindo em fuga daqui. Na pressa, ele
esqueceu isto.
Ela
mostrou um pequeno saco plástico contendo evidência.
SS:
Parece ser cocaína.
SC:
É cocaína. E temos também esta outra pista – mostrou outro saco.
GG:
Carteira... Ótima idéia, Sofia!
Grissom
sorriu para a loira, que retribuiu. Sara ficou claramente desconfortada com a
situação. E essa troca de agradecimento continuou por vários dias. Até
Catherine havia notado, e em um certo dia comentou com a amiga no lock:
CW:
Essa Sofia me soa tão folgada! E me parece que ela está interessada no Gil,
nunca reparou?
SS:
Não – mentiu – Acho que não sou tão boa observadora assim.
CW:
Repare bem como ela quer sempre ficar perto dele, como os dois trocam
olhares... posso até estar enganada, mas acho que ali tem.
Sara
sentiu um arrepio ao ouvir aquilo de Catherine. Grissom era livre, isso era
fato, se ela não soubesse claramente que ele estivesse com alguém não se
sentiria abalada; do contrário, mexia com todas as suas estruturas, mesmo sendo
uma mulher adulta e madura. Mas
em seu íntimo era uma romântica que sonhava com seu príncipe. Só
que este príncipe estava cavalgando para outras bandas, indo de encontro a
outros braços. No final do turno, Sara encontrou Hank no corredor.
SS:
Ei!
HP:
Você está linda! Aceita jantar comigo?
A
perita ainda pensou por alguns instantes e, lembrando-se da cena na qual Sofia
estava de braços dado a Grissom, aceitou. Afinal, os dois já estavam saindo,
transavam... qual a neura?
SS:
Bom, a gente sai pra jantar fora ou na casa do outro?
HP:
Pode ser no meu apartamento mesmo.
O
loiro sorriu e Sara sorriu de volta. Já imaginava onde aquilo iria parar.
HP:
Posso esperar seu turno acabar?
SS:
Claro, já estou saindo.
Sara
foi até o lock pegar sua bolsa. Sofia entrou logo em seguida.
SC:
Bonito o seu namorado.
SS:
Hank não é meu namorado.
SC:
Mas vocês são bem íntimos, isso não dá pra negar...
Sara
levantou a sobrancelha, intrigada.
SS:
Aonde você quer chegar, Sofia?
SC:
Bem, eu tive uma ligeira impressão de que você era caída pelo Grissom. Acho que
foi só impressão, né?
SS:
Não estou entendendo.
SC:
Grissom é um homem solteiro, não está com ninguém. E como ele me atrai... Bem,
acho que vou tentar me aproximar dele. O que me diz?
Com
o sangue fervendo e o corpo tremendo por dentro, Sara engoliu o ciúme e disse,
friamente:
SS:
Vá em frente.
Sofia
sorriu e saiu, com a certeza de que estava tirando a rival de seu caminho. Se
Grissom não percebia que nos olhos da perita havia muita paixão, a loira era
mais esperta e de longe via que Sara nutria muito mais do que admiração por
ele. Naquela
noite, após o jantar e sexo, Sara não conseguia deixar de pensar em Sofia
demonstrando interesse em Grissom. Será que ela estava realmente gostando dele
ou tudo não passava de uma disputa sem sentido? Ou algo mais...?
HP:
Você está calada... não foi bom?
SS:
Foi... quer dizer... claro, mas estou pensando em outras coisas.
1 comentários:
Essa Sofia! Oh! Não sei não!
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