RSS

A profecia - cap. 4


CW: Por favor, levem-na para o lab.
M1: Ela deve ir para o IML.
CW: Sara gostaria de ser autopsiada pelo doutor Robbins. Ela gostava muito dele.
M1: Tudo bem então.

Assim que os médicos se afastaram, levando Sara coberta na maca...

JB: Como vamos fazer agora? Grissom vai acabar sabendo.
CW: Não devemos falar de Sara até que ela chegue ao lab e esteja nas mãos do Robbins. Meu Deus, como vou dar essa notícia a ele?
JB: Você vai conseguir. Vamos.

No caminho para o lab...

CW: Nick, aqui é Catherine.
NS: Fala, Cath, aconteceu alguma coisa?
CW: Por favor, não fale com ninguém sobre o corpo que está chegando aí no lab para a autópsia, principalmente para o Gil, caso ele ligue.
NS: Porque?
CW: Porque o corpo é de Sara.
NS: Como? Como é? Sara?! Ela...
CW: Ela morreu, Nick. Estamos indo para o lab.
NS: Céus!
CW: Por favor, não pergunte mais nada até nós chegarmos aí. Mantenha a discrição.
NS: Vou tentar não chorar perto dos outros.

Os paramédicos chegaram ao lab com a maca coberta, contendo o corpo de Sara.

M: Para onde levamos?
NS: Por aqui, venham comigo.

Nick levou-os até a sala de Al.

NS: Doutor, temos um corpo especial para você.
AR: À essa hora?
NS: É especial, como disse.
AR: Está bem. Deixem-me a sós com o corpo.
NS: Só uma coisa, Al: Catherine me ligou, ela está chegando ao lab com Brass, e pediu que não contasse a ninguém que Sara está aqui, nem mesmo Grissom. Ela mesma quer dar a notícia.
AR: Não se preocupe, sou como os meus pacientes.

Nick e os paramédicos saíram e deixaram o legista sozinho. Ao levantar o saco plástico preto que envolvia o corpo, Robbins ficou em estado de choque: era Sara!

AR: Sara?! O que aconteceu com você, garota?

Robbins acariciou a cabeça da perita, carinhosamente, e depois a colocou na geladeira para preservar o corpo. Ele não teria coragem de abri-la, depois de trabalhar com ela tantos anos. Pela primeira vez, passaria a bola para outro legista, absolutamente neutro e sem envolvimento emocional com o cadáver. Quando Catherine chegou com Brass, Nick, Greg e Warrick se reuniram com eles na sala de reuniões.

WB: O que aconteceu, Cath? Porque essas lágrimas? Você também, Nick?
CW: Warrick, Greg e Nick. Preciso da ajuda de vocês.
GS: O que aconteceu, Cath?
CW: Sara sofreu um grave acidente.
WB: Como é?!
NS: É...
GS: Você já estava sabendo disso, Nick?
NS: Sim – disse Nick, com as lágrimas rolando pela face.
GS: Como ela está, Cath?
CW: Ela... ela não resistiu.
GS: Nãaao!
WB: E o Grissom, já está sabendo?
CW: Ainda não. Eu quero dar a notícia a ele. E tem que ser pessoalmente.

Os rapazes se dispersaram e Catherine ligou para Grissom.

GG: Grissom.
CW: Preciso falar com você, Gil.
GG: Catherine, você conseguiu falar com Sara? Estou há horas ligando para a casa dela e nada, nem o celular atende.
CW: Fique em casa, estou indo praí.
GG: Aconteceu alguma coisa?
CW: Precisamos conversar. Me espere que em alguns minutos estarei aí.

Depois que desligou o celular...

CW: Eu irei até a casa do Gil dar a noticia a ele.
WB: Será que ele vai suportar essa notícia, Cath?
CW: Não pode ser aqui, preciso prepará-lo para o pior.
NS: Quer companhia?
CW: Não, obrigada. Preciso ir sozinha, essa missão é minha. Gil vai precisar de todos nós, estejam aqui, ele deve vir até aqui.
NS: Pode deixar, Cath.

Greg observava os diálogos e não conseguia dizer nada, apenas chorava.

WB: Boa sorte.
CW: Obrigada.

Catherine reuniu toda a sua força de mulher guerreira e seguiu para a casa do amigo. Como daria a ele a pior notícia de sua vida? Como Grissom reagiria, suportaria a ausência da única mulher que ele realmente amou na vida?

GG: Quem bom que veio, Catherine, entre.
CW: Com licença.
GG: Então, você sabe onde Sara está? Não consigo falar com ela desde que ela saiu daqui.
CW: É sobre Sara que eu gostaria de falar com você.

Grissom levantou a sobrancelha, desconfiado e curioso ao mesmo tempo.

GG: Aconteceu alguma coisa com ela que eu não estou sabendo?
CW: Você precisa ser forte, Gil.
GG: Porque isso, Catherine?

A loira deu um suspiro e prosseguiu:

CW: Sara sofreu um grave acidente na highway, Gil.
GG: Sara?!
CW: Sim.
GG: Pra qual hospital a levaram? Como ela está?
CW: Ela... não sobreviveu...

Grissom arregalou os olhos azuis para a loira, e eles marejaram rapidamente.

GG: Co-como? Onde ela está? Como foi que aconteceu isso?
CW: O carro capotou e foi de encontro a um balcão de um bar. Segundo os médicos, ela teve hemorragia interna devido a um caco de vidro do carro que perfurou sua barriga. Complementando com o traumatismo craniano que ela teve, a sobrevivência era mínima. Sara morreu no local mesmo.

O supervisor de um suspiro melancólico e abaixou a cabeça, amparando-a com as mãos.

CW: Eu sinto muito! – Catherine disse aos prantos, e o abraçou.

Lutando para não se descabelar e berrar, Grissom engoliu o máximo que podia as lágrimas e perguntou, com a voz embargada:

GG: Onde ela está?
CW: Sara foi levada para o lab. Acho que ela gostaria de ser autopsiada pelo doc Robbins, se bem que nem ele agüentou a emoção e não quis autopsiá-la.
GG: Eu vou pra lá.
CW: Tem certeza de que quer vê-la sem vida?
GG: Eu já a perdi, Catherine, não temo mais nada. Eu não pude estar com ela no momento de sua morte, deixe-me ao menos me despedir de seu rosto.
CW: Está bem, mas eu o levo. Você não está em condição nenhuma de dirigir.
GG: Ok.

No trajeto para o lab, Grissom chorava silenciosamente, mas a ponto de soluçar. Catherine lamentava pelo amigo e permanecia em silêncio. Aquele era o momento dele, era a dor dele, e ele deveria curti-la sozinho. Até por que nenhuma palavra de apoio ou consolo iria fazer qualquer diferença. Os dois chegaram ao lab e Grissom caminhou em direção do IML. Enquanto caminhava, notava os olhares penosos pra cima de si, mas seguiu em frente, segurando a dor ao máximo. Catherine abriu a geladeira, e Grissom sentiu seu coração bater dolorosamente: sua amada estava de fato deitada na cama frigorífica, gélida, inerte e... sem vida! Ele se aproximou do corpo e tocou os cabelos dela com carinho.

GG: Por favor, Catherine, deixe-me a sós com ela. E não deixe ninguém entrar aqui.
CW: Tudo bem.

A loira saiu e Grissom ficou sozinho para chorar sua dor. Com uma das mãos na cabeça de Sara, ele chorou copiosamente, sem entender por que aquilo havia acontecido. Ela saíra de sua casa saudável e agora a estava vendo sem vida, gelada e com o rosto machucado. Abaixou o lençol e viu machucados nas mãos dela, assim como manchas de sangue na blusa e rasgões. Com um nó na garganta, o choro incontido, Grissom deu um beijo na testa de Sara.

GG: Oh minha querida! Como isso foi acontecer? Porque isso foi acontecer logo com você?

Ele chorava e desabafava na esperança de que, num passe de mágica, ela ouvisse aquilo e despertasse. Seu coração estava despedaçado, e sua alma, sangrando. Agora ele conseguiu entender as palavras da mulher: “metade do coração de perderá e a luz se apagará”. Grissom havia acabado de perder metade de seu coração, e a luz de sua vida havia se apagado enfim. Não mais Sara, não mais a mulher de sua vida ao seu lado. Agora, apenas dor, lágrimas e solidão.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

0 comentários:

Postar um comentário