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Surpresas do destino - cap. 2



Naquela noite, Sara adormeceu repleta de angústias e questionamentos. Pela manhã, os dois tomavam seu café com poucas vestimentas.

GG: O café está uma delícia! Você é muito boa nisso. Com quem aprendeu a fazer café?
SS: Eu via minha mãe fazer, aí um dia eu pedi pra ela me ensinar a fazer. Conforme os anos iam passando, meus cafés iam ficando melhor. A gente vai melhorando com o tempo.
GG: Eu adoro seus cafés. Me garante energia para o dia todo.
SS: Não exagera, Griss...
GG: Precisamos tomar banho, estão nos esperando no lab. E Ecklie enchendo o saco é pior do que qualquer coisa.
SS: Griss...
GG: Vamos, querida.
SS: Eu não irei ao lab hoje. Avise ao Ecklie para ele não encher o saco.
GG: Como é?
SS: Eu preciso fazer uma viagem. Estou indo daqui a pouco para o aeroporto.
GG: Para onde? Porque?
SS: Não posso dizer agora, só peço que confie em mim.
GG: Eu confio em você. Mas a circunstância é um tanto estranha.
SS: Na volta te contarei tudo.

Grissom foi para o lab com a cabeça cheia de perguntas e nenhuma resposta. Que raio de viagem era essa que faria Sara faltar ao lab? E por que ela estava um tanto misteriosa? Já que ela não lhe diria nada, o jeito era confiar nela e torcer para que voltasse o mais rapidamente. A equipe estava reunida na sala de convivência, Grissom ia distribuir os casos do dia.

GG: Pessoal, temos muito o que fazer hoje, portanto, mãos à obra.
NS: Espere, falta a Sara!
GS: É mesmo, cadê a Sara?
GG: Sara não virá, ele teve de fazer uma viagem.
CW: É sério isso, Gil?
GG: Sim. E Greg, você terá de ir sozinho para suprir a ausência de Sara, ok?
GS: Sem problemas.

A equipe ia saindo, mas Catherine permaneceu perto do amigo. Queria entender o que de fato estava acontecendo. Depois que os rapazes saíram, a loira olhou para o amigo e viu tristeza estampada nos azuis dele.

CW: Não quer me contar o que está acontecendo?
GG: Mas não está acontecendo nada, Catherine.
CW: Como não?! Olha a tristeza estampada nos seus olhos...
GG: Não exagera!
CW: Custa me dizer que já está morrendo de saudades e quer que ela volte agora?!
GG: Catherine, tem pessoas lhe esperando no caso. Passar bem.
CW: Não está mais aqui quem falou...

A loira saiu e Grissom permaneceu estático, olhando para as paredes, pensando onde estaria sua Sara naquele momento. Depois do turno, em casa, o supervisor sentiu que faltava algo. Faltava alguém. Faltava Sara. E onde ela estaria que não dera um só telefonema? Será que chegara bem? Ou estaria se divertindo em outros braços? Grissom fez um agrado em Hank e foi tomar um banho para esfriar a cabeça e não pensar em bobagens. Nunca tivera ciúmes da namorada, porque essa crise agora? Depois do banho, mais relaxado, deitou-se na cama confortável e ligou o aparelho de cd. Segurando um porta-retratos com uma foto dos dois, uma doce canção tocou.

“Você foi o maior dos meus casos
De todos os abraços
O que eu nunca esqueci       
Você foi, dos amores que eu tive,
O mais complicado
E o mais simples pra mim      
Você foi o melhor dos meus erros
A mais estranha história que alguém já escreveu
E é por essas e outras
Que a minha saudade faz lembrar
De tudo outra vez                                  

Você foi a mentira sincera
Brincadeira mais séria
Que me aconteceu                       
Você foi o caso mais antigo
E o amor mais amigo
Que me apareceu                                                           
Das lembranças que eu trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim
Outra vez...                                           
Me esqueci de tentar te esquecer
Resolvi te querer por querer
Decidi te lembrar quantas vezes
Eu tenha vontade
Sem nada perder... Ah!
Você foi toda a felicidade
Você foi a maldade
Que só me fez bem
Você foi o melhor dos meus planos
E o maior dos enganos
Que eu pude fazer             
Das lembranças que eu trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim
Outra vez....”

Sara estava ali em forma de uma canção. E pensando nela, Grissom adormeceu, desejando que no dia seguinte, veria novamente o mais belo dos sorrisos nos lábios da mais bela das mulheres: a sua mulher! Alguns dias se passaram e nenhuma notícia de Sara. Grissom tinha um vazio no coração, que era a ausência da amada. Nenhuma notícia ela lhe dera. Afinal, onde ela estaria? E com quem? E fazendo o que para não ligar nenhuma vez? As perguntas sem respostas eram uma erva daninha machucando seu coração, e Grissom viu-se perdido pela primeira vez na vida. Não sabia o que fazer, e simplesmente odiava não ter controle sobre alguma situação. E pra onde olhasse, lá estava Sara, sempre presente, mesmo estando ausente. No fim de mais um turno, exausto e sem qualquer ânimo, Grissom resolveu passar pela rua de Sara, na esperança de vê-la. Ao passar pelo prédio dela, parou o carro, olhou para a janela dela (o apartamento de Sara tinha a vista para a rua) e viu que a luz estava acesa. Ela estava de volta! Ficou em dúvida se deveria ir até lá ou não. Afinal, nesses dias todos que esteve fora, Sara não dera uma ligação para ao menos dizer “está tudo bem”. Por outro lado, revê-la era tudo o que ele queria, e estando cara a cara com ela talvez Sara lhe explicasse o que aconteceu de fato. Resolveu ir até o apartamento. Uma ansiedade fora do normal o acompanhava, como se fosse ficar frente a frente com os pais da “noiva”. Grissom tocou a campainha e após alguns minutos a porta se abriu. Os olhos azuis do supervisor ficaram maravilhados ao ver a bela mulher à sua frente: Sara, cheirosa, com os cabelos harmoniosamente penteados, olhando-o fixamente. Não resistiu e foi abraçá-la.

GG: Oh honey, senti tanta saudade! Por que não me ligou nenhuma vez? Fiquei preocupado!

Sara não teve reação. Enquanto Grissom a abraçava apaixonadamente, ela se manteve estática, fria. Ele estranhou a falta de correspondência por parte dela.

GG: É assim que me recebe? Não me abraça também?
SS: Er, bem... estou um pouco cansada, é isso.
GG: Posso entrar? Tenho tanto a lhe falar!
SS: Acho melhor não, preciso dormir...

Grissom levantou a sobrancelha, intrigado com o comportamento de Sara.

GG: Não quer mesmo que eu entre?

Sara ficou muda. O olhar do supervisor era acusador. Então mudou de idéia.

SS: Tudo bem, entre.

O supervisor, estranhamente, sentiu-se pouco à vontade na presença de Sara.

SS: Então, aconteceu alguma coisa?
GG: É você quem tem que me dizer...
SS: Como é? Não estou entendendo...
GG: Eu também não, Sara, eu também não.

Grissom parecia zangado. Consigo, com Sara, com o mundo. Ele a olhava com um olhar sério, típico do Grissom de antes. Ela o olhava com a sobrancelha levantada. O clima gélido no ar os distanciava. Até que ele tomou uma atitude.

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