SG:
Você tem certeza disso?
LW:
Sim, tenho sentido enjôos...
SG:
Puxa... se você estiver, tô ferrado!
LW:
O que a gente vai fazer, Sam?
SG:
Eu não sei, Lindsay, eu não sei... Mas não fala nada com a sua mãe por
enquanto...
LW:
Vou fazer o teste de farmácia.
Sam
abraçou a namorada e ela chorou. Os dois foram para suas casas preocupados, mas
sabendo que teriam de disfarçar ao máximo, pelo menos até que a gravidez se
confirmasse. Por que, daí em diante, o telhado iria cair em suas cabeças. E
mãe tem algo que a difere de todos os outros seres e não é à toa. Sara estava
pressentindo que algo estava para acontecer, como se uma bomba estivesse pronta
para explodir. Ela estava observando a mudança no comportamento do filho e
sentia, seu coração dizia, que alguma coisa o afligia. Numa madrugada, acordou
arfante, tensa. Grissom acordou e tentou acalmá-la:
GG:
O que foi, querida? Por que você está assim?
SS:
Estou com um aperto no coração...
GG:
Está me deixando preocupado, Sara.
SS:
Não é dor física, é como se algo estivesse para acontecer, mas não sei que é.
GG:
Não se preocupe com o que ainda não aconteceu. Não se estresse antecipadamente.
Quando acontecer, estarei ao seu lado e juntos saberemos lidar com isso, ok?
SS:
Tudo bem.
GG:
Deite-se, querida, e durma tranqüila.
SS:
Vou ver como as crianças estão. Depois eu volto.
GG:
Estarei te esperando.
Sara
levantou-se, colocou seu robe e foi até o quarto das meninas, que dormiam como
dois anjinhos. Depois, seguiu para o quarto de Sam. Deu uma batidinha de leve e
depois abriu a porta. Acendeu a luz e viu que o filho não estava. Sara ficou
assustada. Onde estaria seu menino àquela hora da madrugada? Olhou para a cama
e reparou em um bilhete, escrito por ele mesmo.
“Mamãe,
me perdoe por ser tão irresponsável. Eu amo você e o papai, mas não quero
apanhar. A Lindsay está grávida e nós não sabemos o que fazer. Estou com medo
do que vai acontecer. Por isso, eu resolvi sair de casa. Me perdoe mais uma
vez, mamãe. Eu traí sua confiança e a do papai. Eu amo vocês. Sam.”
Sara
ficou trêmula e não conseguia acreditar no que estava lendo. O
que ela não sabia é que a dor seria compartilhada com Catherine, pois Lindsay
também fugira de casa. O casalzinho fugiu para não enfrentar as conseqüências
da própria irresponsabilidade. A perita correu até o quarto e chegou arfante:
SS:
Acorda, Griss!
GG:
O que foi, Sara?
SS:
Griss, o Sam fugiu de casa!
GG:
Como é?!
SS:
Ele deixou um bilhete, veja.
Grissom
leu e ficou abismado.
GG:
Como é que isso foi acontecer?
O
telefone tocou naquele momento. Sara atendeu pela extensão que ficava no
quarto. De repente ela arregalou os olhos.
GG:
Quem é?
SS:
É Catherine. Lindsay também fugiu de casa!
GG:
Vou até lá. Você fica com as meninas.
SS:
Griss, não me deixa nessa angústia!
GG:
Alguém tem que ficar com Gina e Georgia. Eu dou notícias. E,
por favor, querida, acalme-se. Sam deve estar assustado com a besteira que fez,
não vamos afugentá-lo ainda mais.
Grissom
foi até a casa de Catherine, que estava muito nervosa.
CW:
Você sabia, Gil? Sabia dessa besteira sem tamanho que os dois fizeram?
GG:
Não, nem Sara tampouco. Eu desconfiava de algumas coisas, mas não imaginava que
essa gravidez fosse acabar acontecendo.
CW:
Você e Sara são os culpados!
GG:
Não tivemos culpa nenhuma, Catherine. Por que Sam é um garoto e fez uma
besteira, não significa que tenhamos sido coniventes.
CW:
Olha o que ele fez com a minha filha! – Catherine berrou.
GG:
Os dois fizeram a criança juntos. Os dois têm a culpa, e acalme-se, que vou
passar o fato ao Brass.
Grissom
ligou para Brass, que imediatamente colocou seus homens à procura do jovem
casal, que estava escondido no celeiro.
LW:
Você acha que eles vão nos procurar aqui?
SG:
Não sei, Lindsay. Mas imagino que já estejam sabendo do que fizemos.
LW:
Eu tô perdida!
SG:
E eu? Tô frito!
LW:
Olha o que a gente fez, Sam! Se não tivéssemos passado dos beijos, nada disso
estaria acontecendo, e eu não teria um bebê na minha barriga.
O
que os dois não imaginavam é que Grissom estava nas buscas com Brass e os policiais,
e acabou se lembrando do celeiro – por acaso ouvira uma conversa do filho onde
ele citava o lugar.
JB:
Gil, tem alguma idéia de onde seu filho possa estar? Quer dizer, algum lugar
onde ele costuma ir?
GG:
Sam vai a tantos lugares, Jim... – suspirou – Nem sei por onde começar.
JB:
Vamos encontrá-lo, você vai ver.
Catherine
foi até a casa de Sara. A perita estava sem saber como olhar para a amiga,
embora as duas não tivessem culpa nos acontecimentos, e sim seus filhos, dois
irresponsáveis.
CW:
Alguma notícia?
SS:
Nenhuma até o momento. Entre.
CW:
Com licença.
Sara
percebeu que a loira estava num misto de nervoso com preocupação, e esta, por
sua vez, notou a mesma coisa na amiga.
CW:
Você sabia, Sara?
SS:
O que?
CW:
Você sabia que seu filho e minha filha andavam transando?
SS:
Não. Estou tão surpresa quanto você. E nem sei o que pensar, estou
absolutamente em choque.
CW:
Pra dizer a verdade, nem eu. Nunca pensei que uma coisa dessas pudesse
acontecer. Quer dizer, sexo era uma coisa natural, mas uma gravidez... não
estava nos meus sonhos mais remotos me tornar avó agora. Sinto-me perdida!
SS:
Você não é a única. Estou sem chão, confusa, sem saber o que fazer e como agir.
Estou me sentindo traída pelo meu próprio filho!
Sara
sentiu que ia chorar e Catherine, sabendo que a culpa não era dela nem de
Grissom, abraçou-a. As duas mães se uniram no mesmo sentimento de desespero por
verem seus filhos se tornando pais tão jovens e sem nenhuma maturidade ou
responsabilidade. Enquanto
Grissom e Brass vasculhavam a cidade em busca dos dois fujões, eles tentavam
encontrar uma solução.
SG:
Estou pensando em uma coisa, Lind...
LW:
O que?
SG:
Acho que é melhor a gente encarar nossos pais. Não vamos conseguir fugir deles
por muito tempo.
LW:
Estou com medo da reação da minha mãe. Ela é capaz de me bater!
SG:
Vou estar com você, ela não irá te bater.
LW:
Acha mesmo?
SG:
Bom, eu espero que não. Venha comigo, vamos encarar essa.
O
jovem casal foi abraçado para a casa do garoto. Lá, as duas mães desabafavam.
CW:
Eu nunca pensei que a Lindsay começasse a pensar em sexo tão jovem. Tanto que
falei com ela sobre essas meninas que engravidam cedo...
SS:
E o Sam, que é um adolescente? Acho que errei em algum ponto com ele por que
nós não conversávamos sobre garotas. Ele se abria com o pai.
CW:
É natural, Gil é homem, poderia entendê-lo melhor.
SS:
Acha que eu não teria capacidade de entendê-lo, Cath?
CW:
Não foi o que eu quis dizer. É que com o pai ele talvez se sentisse mais seguro
para conversar sobre assuntos mais íntimos. Talvez tenha faltado coragem a ele
de se abrir com você também.
SS:
Isso nem tem mais importância; a bobagem já foi feita.
CW:
Nós duas, avós da mesma criança; não é uma triste coincidência? Quer dizer,
pela circunstância?
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